A amizade de Deus

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Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai (Jo 15,15). A amizade de Deus é fonte de imortalidade para aqueles que se Lhe aproximam.

No princípio, Deus formou Adão, não porque tivesse necessidade do homem, mas para ter alguém que pudesse receber os seus benefícios.

Não foi também por necessitar dos nossos serviços que Deus nos mandou segui-Lo, mas para nos dar a salvação. Seguir o Senhor é receber a salvação, tal como seguir a luz é receber a luz.

Não são os que estão na luz que iluminam a luz, mas é esta que os ilumina e faz resplandecer; eles nada lhe dão, são eles que beneficiam da luz e por ela são iluminados.

Do mesmo modo, o serviço que prestamos a Deus nada acrescenta a Deus, porque Ele não precisa do serviço dos homens. Mas aos que O seguem e servem, Deus dá a vida, a incorruptibilidade e a glória eterna. Favorece com os Seus dons aqueles que O servem, precisamente porque O servem; mas não recebe deles nenhum benefício, porque é perfeito e de nada precisa.

Se Deus requer o serviço dos homens é porque, sendo bom e misericordioso, deseja conceder os seus dons aos que perseveram no seu serviço. Com efeito, Deus de nada precisa, mas o homem é que precisa da comunhão com Deus.

A glória do homem consiste em perseverar e permanecer no serviço de Deus. Por isso dizia o Senhor aos seus discípulos: Não fostes vós que Me escolhestes, fui Eu que vos escolhi (Jo 15,16), dando assim a entender que não eram eles que O glorificavam com o seu seguimento, mas que, por terem seguido o Filho de Deus, eram por Ele glorificados. E disse ainda: Quero que onde Eu estou, eles estejam também comigo, para que vejam a minha glória (Jo 17,24).

Santo Ireneu (séc. II)

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