15º Domingo do Tempo Comum – Ano B

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos (Mc 6, 7-13)

Jesus percorria as aldeias vizinhas a ensinar. Chamou os Doze, começou a enviá-los dois a dois e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos. Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não ser um cajado: nem pão, nem alforge, nem dinheiro no cinto; que fossem calçados com sandálias e não levassem duas túnicas. E disse-lhes também: «Em qualquer casa em que entrardes, ficai nela até partirdes dali. E se não fordes recebidos numa localidade, se os seus habitantes não vos ouvirem, ao sair de lá, sacudi o pó dos vossos pés, em testemunho contra eles.» Eles partiram e pregavam o arrependimento, expulsavam numerosos demónios, ungiam com óleo muitos doentes e curavam-nos.

Reflexão

O Evangelho do 15º Domingo do Tempo Comum, que narra o envio em missão dos «Doze» (Marcos 6,7-13), situa-se estrategicamente entre a rejeição de Jesus na sua pátria (Marcos 6,1-6) e o martírio de João Baptista (Marcos 6,14-29). O contexto é, pois, claro, intenso e dramático acerca do destino dos missionários: entre a rejeição e martírio. A rejeição e o martírio derivam do facto de as pessoas (nós) não acreditarem que a missão (claríssimo no caso de Jesus) provém de Deus!

Marcos recorda-nos algumas recomendações de Jesus. Destacamos algumas. Segundo Marcos, ao enviar os «Doze», Jesus «dá-lhes autoridade sobre os espíritos imundos». Não lhes dá poder sobre as pessoas que irão encontrar no seu caminho. Abrirão caminhos na sociedade, não utilizando o poder sobre as pessoas, mas humanizando a vida, aliviando o sofrimento das pessoas, fazendo crescer a liberdade e a fraternidade.

Levarão somente «bastão» e «sandálias». Jesus imagina-os como caminhantes. Jamais instalados. Sempre a caminho. Não presos a nada nem a ninguém. Somente com o imprescindível. Com aquela agilidade que tinha Jesus para se fazer presente onde alguém precisava dele. O báculo [bastão, bordão] de Jesus não é para mandar, mas para caminhar.

Não devem levar «nem pão, nem mochila, nem dinheiro». Eles não têm de viver obcecados com a sua própria segurança. Levam consigo algo mais importante: o Espírito de Jesus, a sua Palavra e a sua Autoridade para humanizar a vida das pessoas.

Tampouco, levarão uma «segunda túnica». Vestir-se-ão com a simplicidade dos pobres. Serão profetas no meio do povo. A vida deles será sinal da proximidade de Deus com todos, sobretudo, dos mais necessitados.

Este despojamento, ou empobrecimento, ou leveza, está na base da credibilidade da mensagem que devem transmitir.

Palavra para o caminho

Esta sociedade necessita, como nunca, do impacto de homens e mulheres que saibam viver com poucas coisas. Crentes capazes de demonstrar que a felicidade não está em acumular bens. Temos necessidade de alguém que nos chame a atenção, com sua vida, que quem não sabe amar é um zero colossal, um fracasso total, por muitos que sejam os seus bens e os seus êxitos.

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