Teresa de Jesus convida as suas monjas a «andar alegres servindo» (Caminho 18,5). A verdadeira santidade é alegria, porque “um santo triste é um triste santo”. Os santos, mais do que esforçados heróis são fruto da graça de Deus aos homens. Cada santo manifesta-nos um traço do multiforme rosto de Deus. Em santa Teresa contemplamos o Deus que, sendo «soberana Majestade, eterna Sabedoria» (Poesia 2), revela-se próximo e companheiro, tem as suas delícias em conversar com os homens: Deus alegra-se connosco. E, por sentir o seu amor, experimentava uma alegria contagiosa que não podia dissimular e que transmitia à sua volta. Esta alegria é um caminho que temos de andar durante toda a vida. Não é instantânea, superficial, barulhenta. É preciso procurá-la já «nos princípios» (Vida 13,l). Expressa o gozo interior da alma, é humilde e «modesta» (cf. Fundações 12,l). Não se alcança pelo atalho fácil que evita a renúncia, o sofrimento ou a cruz, mas que se encontra padecendo trabalhos e dores (cf. Vida 6,2; 30,8), olhando para o Crucificado e procurando o Ressuscitado (cf. Caminho 26,4). Daí que a alegria de santa Teresa não seja egoísta nem auto-referencial. Como a do céu, consiste em «alegrar-se que se alegrem todos» (Caminho 30,5), pondo-se ao serviço dos demais com amor desinteressado. Da mesma forma que disse a um dos seus mosteiros em dificuldades, a Santa diz-nos também hoje a nós, especialmente aos jovens: «Não deixem de andar alegres!» (Carta 284,4). O Evangelho não é uma bolsa de chumbo que se arrasta pesadamente, mas sim uma fonte de gozo que enche de Deus o coração e o leva a servir os irmãos! (Excerto da Carta do Papa Francisco por ocasião da abertura do V Centenário do Nascimento de Santa Teresa de Jesus).