O escudo carmelita
Olha bem o símbolo do escudo com todos os seus detalhes: a espada, as doze estrelas ao redor, as três estrelas maiores no centro, a coroa, a frase, o desenho. Tudo tem um sentido. As três estrelas são as estrelas-guia do Carmelo: Maria, Elias e Eliseu. Elas nos ensinam como viver em obséquio de Jesus Cristo. Elias com o seu fogo profético, Maria com seu desejo de encarnar a Palavra e Eliseu com a vontade de ser discípulo fiel, os três apontam Jesus como caminho, verdade e vida; como pastor que nos guia; como vida e ressurreição que nos enche de esperança; como a fonte que mata em nós a sede de Deus. Eles repetem para nós o que Maria disse nas bodas de Caná: “Fazei tudo que ele vos disser” (Jo 2,5).
As doze estrelas são as estrelas que envolvem Maria, a mulher que no Apocalipse enfrenta o Dragão (Ap 12,1-6). Elas trazem à memória tudo o que Maria fez para encarnar a Palavra de Deus na sua vida.
Situando o quinto dia no conjunto da Novena
Neste quinto dia, a ênfase cai na luta que a Regra nos pede e que é simbolizada no escudo do Carmo. Um escudo é uma arma de defesa e não de ataque. Ela nos defende na luta. A Regra diz: “Sempre e em tudo deve ser empunhado o escudo da fé, com o qual podereis apagar todas as flechas incendiárias do maligno, pois sem a fé é impossível agradar a Deus”. O escudo da fé capacita-nos para enfrentar a dura luta da vida sem desanimar.
O escudo do Carmo simboliza também a nossa pertença à Família Carmelita e traz o resumo da vida em obséquio de Jesus Cristo, pois traz a estrela do Profeta Elias: “Vivo é o Senhor, em cuja presença estou!” (1Re 17,1). Traz a estrela de Maria, a Mãe de Jesus: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1,38). Traz a estrela do profeta Eliseu: “Eliseu levantou-se, seguiu Elias, e colocou-se ao seu serviço”(2Re 19,21).
O objectivo a ser alcançado neste quinto dia da novena
– Reflectir sobre Maria, como nossa irmã e educadora, sobre Elias, nossa fonte de inspiração, e sobre Eliseu o discípulo-modelo de Elias.
– Resumir para cada um o que aprendeu das três personagens sobre como viver em obséquio de Jesus Cristo e sobre como conduzir a luta que a Regra nos propõe.
Atitude orante a ser cultivada no quinto dia da novena
Acostumar-se a decorar uma breve prece, uma jaculatória, um versículo da Bíblia, e repeti-lo durante o dia. Ou formular uma palavra sagrada significativa, que vamos repetindo durante o dia como se fosse um rebuçado gostoso na boca que nunca derrete, como uma flecha de amor dirigida para o coração de Deus que nos ama.
Padroeiro: Beato João Soreth, grande reformador do Carmelo
Nasceu no norte de França no ano de 1394. Entrou na Ordem do Carmo e foi ordenado sacerdote em 1417. Formou-se em Teologia na Universidade de Paris e foi nomeado regente de estudo dos frades jovens. Eleito provincial da sua província participou do Capítulo Geral, onde foi eleito Prior Geral, cargo que ocupou até à sua morte em 1471.
Foi Frei João Soreth que abriu as portas do Carmelo para a entrada de leigos e religiosas na vivência do nosso carisma. É considerado o fundador das Ordens Segunda e Terceira. Devemos muito a ele. A reforma promovida por João Soreth foi a mais importante ao longo da história do Carmelo.
Frei João Soreth foi incansável no seu esforço para reformar a Ordem naquele período histórico crítico. A peste negra tinha devastado a Europa e desintegrado grande parte da Vida Religiosa no Carmelo. João lutou pela reforma da Ordem e pela observância mais fiel da Regra. Escreveu um comentário da Regra para levar os frades a uma observância mais fiel da mesma.