E espero a ressurreição dos mortos
A ressurreição dos mortos encontra o seu princípio na ressurreição de Cristo, “o primeiro de entre os mortos” (1Cor 15, 20). Foi precisa a ressurreição de Jesus para que se firmasse definitivamente a certeza da ressurreição pessoal. A ressurreição de Cristo deu testemunho da fidelidade e da força invencível do amor do Pai.
O que nós somos em Cristo ressuscitado pelo baptismo e pelo dom do Espírito Santo aguarda ainda uma transformação. O homem ressuscitará na sua própria carne, mas numa carne transfigurada, semelhante à de Cristo glorioso. São Paulo fala de um corpo “espiritual” ou “cheio de glória”. Num esboço, muito longínquo sem dúvida, do que o Espírito de Deus realizará quando tomar conta de todo o nosso corpo, desta carne que é a nossa, São Paulo sublinha sobretudo a novidade radical de um corpo espiritual: “Semeia-se na corrupção e ressuscita-se na incorrupção. Semeia-se na ignomínia e ressuscita-se na glória. Semeia-se na fraqueza, ressuscita-se na força. Semeia-se corpo natural e ressuscita-se corpo espiritual” (1Cor 15, 42-44). O como da ressurreição dos mortos é um mistério. Pode ajudar-nos a entendê-lo a seguinte metáfora: observando um bolbo de tulipa, podemos não reconhecer para quão belíssima flor ele se desenvolverá na terra escura.
Não morro; entro na vida (Santa Teresa do Menino Jesus).