O Evangelho de hoje, sexto domingo da Páscoa, fala-nos do Espírito Santo, a quem Jesus chama Paráclito (cf. Jo 14, 15-17). Paráclito é uma palavra que vem do grego e significa, ao mesmo tempo, consolador e advogado. Isto é, o Espírito Santo nunca nos deixa sozinhos, está ao nosso lado, como um advogado que assiste o réu, estando ao seu lado. E sugere-nos a forma de nos defendermos perante aqueles que nos acusam. Lembremo-nos de que o grande acusador é sempre o demónio, que coloca os pecados dentro de nós, o desejo de pecar, a maldade.
O Espírito Santo quer estar connosco: não é um hóspede de passagem que vem fazer-nos uma visita de cortesia. Fica porque nos ama verdadeiramente. É leal, é transparente, é autêntico, transmite-nos a certeza de que com Deus podemos vencer, sempre.
O Espírito Paráclito, é o nosso advogado e defende-nos. Defende-nos diante daqueles que nos acusam: diante de nós mesmos, quando não nos amamos e não nos perdoamos, até ao ponto de nos dizer que somos fracassados e inúteis; diante do mundo, que descarta quem não corresponde aos seus esquemas e modelos; diante do demónio, que é por excelência o “acusador” e o divisor (cf. Ap 12, 10) e faz de tudo para que nos sintamos incapazes e infelizes.
O Paráclito é Aquele que «nos recorda tudo o que Jesus nos disse» (cf. Jo 14, 26). Por isso, recorda-nos as palavras do Evangelho e permite que respondamos ao demónio acusador não com as nossas palavras, mas com as palavras do Senhor. Sobretudo, recorda-nos que Jesus falou sempre do Pai que está nos céus, fez com que o conhecêssemos e revelou-nos o seu amor por nós, que somos seus filhos.
Papa Francisco, Regina Caeli (resumo), 14 de Maio, 2023