Discernimento: a confirmação da boa escolha

O tempo é um critério fundamental para se reconhecer a voz de Deus no meio de todas as outras vozes. Por isso, uma vez tomada a decisão no processo do discernimento, é importante, na fase sucessiva, estar atentos aos sinais para ver se confirmam ou desmentem tal decisão. Um desses sinais é sentir-se livre quanto àquilo que se decidiu, prontos mesmo a renunciar, caso a vida desmentisse a decisão adoptada, procurando descobrir nisso a lição que nos quer dar o Senhor. Ele procede assim, não porque goza com privar-nos duma coisa querida, mas para a vivermos com liberdade e sem apego. Só Deus sabe o que é verdadeiramente bom para nós; então é do nosso interesse oferecer a Ele aquilo que temos de mais querido. Isso permite-nos vivê-lo em toda a sua verdade, como um dom que o Senhor nos fez, como um sinal da sua bondade gratuita, sabendo que a nossa vida e toda a história estão nas suas mãos benévolas. É aquilo a que Bíblia chama o temor de Deus, isto é, respeito de Deus, condição indispensável para acolher o dom da Sabedoria. É o temor divino que afugenta todos os outros temores, todos os outros medos, porque está orientado para Aquele que é o Senhor de todas as coisas; na presença d’Ele, nada nos pode inquietar nem turvar. Reconhecer isso é fundamental para uma boa decisão e tranquiliza-nos sobre aquilo cujo controlo ou previsão não está nas nossas mãos: a saúde, o futuro, os entes queridos, os nossos projectos. Aquilo que conta é ter a nossa confiança posta no Senhor do universo, que nos ama imensamente e sabe que podemos construir, com Ele, algo de maravilhoso, de eterno.

Papa Francisco, Audiência Geral (resumo), 7 de Dezembro, 2022

Catequese completa

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2022/documents/20221207-udienza-generale.html