Santa Isabel da Trindade, OCD – 8 de Novembro

 Ó meu Deus, Trindade que eu adoro, ajudai-me a esquecer-me inteiramente, para me estabelecer em vós, imóvel e pacífica como se já a minha alma estivesse na eternidade… Que nunca aí eu vos deixe só, mas que esteja lá inteiramente, toda acordada em minha fé, perfeita adoradora, toda entregue à vossa Acção criadora. (Santa Isabel da Trindade, OCD).

– Vou para a Luz, para o Amor, para a Vida. (Santa Isabel da Trindade, OCD).

– Parece-me que no céu a minha missão consistirá em atrair as almas, ajudando-as a sair de si mesmas para aderir a Deus, num impulso espontâneo e amoroso, e de mantê-las naquele grande silêncio interior, que permite que Deus se imprima nelas para que as transforme em si mesmo. (Santa Isabel da Trindade, OCD).

– Lego-vos esta vocação que foi a minha no seio da Igreja militante e que, a partir de agora hei de cumprir sem cessar na Igreja triunfante: “Louvor de glória da Santíssima Trindade”. (Santa Isabel da Trindade, OCD).

No dia 8 de Novembro recordamos Santa Isabel da Trindade, Carmelita Descalça, grande mística dos inícios do século XX. Nasceu em 18 de Julho de 1880 perto de Bourges (França). É dotada para a música e a sua alma sensível levam-na para a contemplação da formosura da natureza que a conduz para Deus porque vê nela a harmonia do Criador.

O dia da sua primeira comunhão, a 19 de Abril de 1891, foi fundamental para ela: sente que Jesus a preencheu. Nessa tarde foi visitar pela primeira vez o Carmelo de Dijon e a priora explica-lhe o significado do seu nome. Isabel significa “casa de Deus”. Isto marca profundamente a criança, que compreende a profundidade dessas palavras. A partir de então quer ser morada de Deus. Isabel deseja ser carmelita, mas a sua mãe proíbe a sua entrada no Carmelo até que faça 21 anos. Ao ler os escritos de Santa Teresa sente uma grande sintonia. Compreende que a contemplação é entregar-se nas mãos de Deus, que a mortificação há-de ser interior e que a amizade é uma atitude que conduz a considerar os interesses do outro. Também a ajudou muito a leitura do livro “História de uma alma”, de Teresa de Lisieux, recém-falecida, que a impulsionou no caminho da confiança em Deus.

A 2 de Agosto de 1901 ingressa no Carmelo de Dijon adoptando o nome de Isabel da Trindade. Isabel vive uma vida completamente normal, uma vida de fé, sem revelações nem êxtases. Ela submerge-se na leitura e aprofundamento da Escritura (fundamentalmente São Paulo) e dos escritos de São João da Cruz. Através deles vai encontrando o seu próprio caminho interior e amadurecendo na sua fé. Lendo São Paulo, descobre uma intensa chamada a ser Louvor da Glória de Deus Trino, em cada instante do dia, vivendo numa constante acção de graças.

Morreu com 26 anos de idade, em 9 de Novembro de 1906. As suas últimas palavras foram: “Vou para a Luz, para o Amor, para a Vida”. Foi canonizada pelo Papa Francisco, em Roma, em 16 de Outubro de 2016.