As palavras de Jesus que ouvimos, falam da água viva que jorra de Cristo e dos crentes (cf. Jo 7, 37-39). Fizeram-me pensar precisamente nesta terra. É verdade que há muito deserto, mas existem também fontes de água doce que correm silenciosamente no subsolo, irrigando-o. É uma boa imagem do que vós sois e sobretudo daquilo que a fé realiza na vida: à superfície emerge a nossa humanidade, ressequida por tantas fragilidades, medos, desafios que deve enfrentar, males pessoais e sociais de vário género; mas no mais fundo da alma, mesmo dentro, no íntimo do coração, corre calma e silenciosa a água doce do Espírito, que irriga os nossos desertos, restitui vigor ao que corre o risco de secar, lava aquilo que nos embrutece, sacia a nossa sede de felicidade. E não cessa de renovar a vida. É desta água viva que fala Jesus; esta é a fonte de vida nova que Ele nos promete: o dom do Espírito Santo, a presença terna, amorosa e regeneradora de Deus em nós.
Papa Francisco, Manama (Bahrein), 6 de Novembro, 2022