Depois de termos refletido sobre a oração e o conhecimento de si mesmo, hoje gostaria de falar sobre o desejo, que é outro elemento indispensável para o discernimento. Discernir implica procurar, o que por sua vez pressupõe a consciência de que falta algo. O desejo é, assim, o conhecimento da falta de plenitude que impele a fazer um caminho em busca dela. Tomemos como exemplo um jovem que quer ser médico. Ele terá que iniciar um percurso árduo, dizer “não” a outros caminhos de estudo e a possíveis divertimentos; mas como a meta é atraente, os pensamentos são absorvidos por ela, e nem os obstáculos nem os insucessos a conseguem sufocar. O desejo é assim: exige saber o que se quer. Muitas pessoas sofrem porque não sabem o que querem da vida. Como, provavelmente, nunca encontraram o seu desejo profundo, não se decidem a mudar e ficam-se pelas boas intenções. Compreende-se, por isso, que Jesus, antes de realizar um milagre, interrogue a pessoa sobre o seu desejo: Ele pretende fazer luz sobre o que realmente o coração quer. E no coração humano, Deus colocou um profundo desejo por Ele. Peçamos-lhe que nos ajude a conhecer esse desejo e a concretizá-lo.
Papa Francisco, Resumo da Audiência Geral, 12 de Outubro, 2022
Catequese completa
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