“A Imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assumida (assumpta est), de corpo e alma, na glória celeste”. Assim o afirmou o Papa Pio XII, a 1 de novembro de 1950, na constituição apostólica Munificentissimus Deus, pela qual proclamou o dogma da Assunção de Nossa Senhora.
Uns anos mais tarde, a 21 de novembro de 1964, o Concílio Vaticano II corroborou o dogma, afirmando que “a Virgem Imaculada, preservada imune de toda a mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao Céu em corpo e alma e exaltada por Deus como rainha, para assim se conformar mais plenamente com seu Filho, Senhor dos senhores (cfr. Ap 19, 16) e vencedor do pecado e da morte” (Lumen Gentium, 59).
Sobre o assunto se pronunciou também o Papa Paulo VI, no dia 2 de fevereiro de 1974: “A solenidade de 15 de agosto celebra a Assunção de Maria ao Céu, festa de seu destino de plenitude e de bem-aventurança, glorificação de sua alma imaculada e de seu corpo virginal, de sua perfeita configuração com Cristo ressuscitado” (Exortação Apostólica Marialis Cultus, n. 6).
Para afirmar o dogma da Assunção de Maria, o Pio XII apoiou-se em Gn 3, 15 (“Farei reinar a inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta esmagar-te-á a cabeça e tu tentarás mordê-la no calcanhar”) e em 1 Cor 15, 54 (“Quando este corpo corruptível se tiver revestido de incorruptibilidade e este corpo mortal se tiver revestido de imortalidade, então cumprir-se-á a palavra da Escritura: A morte foi tragada pela vitória”). Além disso, a tradição da Igreja já tinha visto na mulher de Ap 12 a figura de Maria, razão pela qual a Primeira Leitura da Missa do Dia desta Solenidade é um excerto deste capítulo. (…)
A liturgia diz o dogma com estas palavras: “Hoje, a Virgem Mãe de Deus foi elevada (assumpta est) à glória do Céu” (Prefácio da Solenidade da Assunção). E, no mesmo texto, justifica-o deste modo: “Vós não quisestes que sofresse a corrupção do túmulo aquela que gerou e deu à luz o Autor da vida, vosso filho feito homem”. Afirma ainda que Maria “é a aurora e a imagem da Igreja triunfante”, assim como “sinal de consolação e esperança” para a Igreja peregrinante.
Pe. João Alberto Correia