Caminhada quaresmal – 10 de Abril

Domingo de Ramos – Ano C

O Domingo de Ramos, porta que dá para a “Semana Santa”, é, simultaneamente, tempo de aclamação e de festa, de entrada triunfal e também de paixão. Aquele que é aclamado como rei, é o servo maltratado e insultado, o profeta que é morto na grande cidade de Jerusalém.

O evangelho da Eucaristia deste Domingo (Lc 22,14-23,56) apresenta já a condenação e morte de Jesus. Como viveu Jesus as suas últimas horas? Qual foi a sua atitude no momento da execução? Os evangelhos recordam que Jesus morreu como tinha vivido. Lucas, por exemplo, quis destacar a bondade de Jesus até ao fim, a sua proximidade aos que sofrem e a sua capacidade de perdoar. Segundo o seu relato, Jesus morreu amando. Jesus morreu como viveu. É a verdade nua e crua de todo o processo de Jesus: morreu por amor dos outros, dando-se totalmente, sem reservar nada para si próprio.

A sua preocupação foram sempre os outros e, mesmo no momento da morte, sobressai o seu coração misericordioso. No jardim das Oliveiras, em momentos de dor e ansiedade, a sua preocupação é a situação dos discípulos. Às mulheres que choram por ele responde-lhe com a ternura de sempre: “não choreis por mim, chorai antes por vós e pelos vossos filhos”. Na cruz, crucificado no meio de dois malfeitores, acedendo ao pedido de um deles que lhe roga para “se lembrar dele”, dá uma resposta imediata: “hoje estarás comigo no Paraíso”. Foi sempre assim que actuou em vida: infundiu coragem, confiança e esperança e erradicou o medo da vida das pessoas.

Mesmo na cruz, a sua oração é a favor dos seus carrascos: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Toda a sua vida foi implorar o perdão do Pai para os pecadores e, na cruz, não muda de atitude: pura gratuidade até ao extremo. Jesus foi na sua paixão e morte o que fora em vida.

Oração

Deus eterno e omnipotente, que, para dar aos homens um exemplo de humildade, quisestes que o nosso Salvador se fizesse homem e padecesse o suplício da cruz, fazei que sigamos os ensinamentos da sua paixão, para merecermos tomar parte na glória da sua ressurreição. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.