Na Carta aos Gálatas e também na Carta aos Romanos, Paulo deixa claro que recebemos a justificação pela fé em Cristo. E que entende o Apóstolo por justificação? É a consequência da misericórdia de Deus que nos oferece o perdão. Através da morte de Jesus, Ele destruiu o pecado e deu-nos definitivamente o perdão e a salvação. Assim justificados, os pecadores são acolhidos por Deus e ficam reconciliados com Ele, regressando àquela relação originária entre o Criador e a criatura que havia antes da desobediência do pecado: recuperam a inocência perdida com o pecado. Uma tal justificação insere-nos na longa história da salvação que mostra a justiça de Deus: perante as nossas repetidas quedas e a incapacidade de nos levantarmos, Deus não Se arrende, mas quis tornar-nos justos e fê-lo pela graça, através do dom de Jesus Cristo, da sua morte e ressurreição. Paulo tem sempre presente o seu encontro com Jesus ressuscitado no caminho de Damasco; e, para ter um conhecimento pleno do mistério de Cristo, está pronto a renunciar a tudo aquilo de que antes se vangloriava, pois descobriu que só a graça de Deus o salvou. Assim a luz da fé permite-nos reconhecer quão infinita é a misericórdia de Deus, a graça que opera para nosso bem. Mas a mesma luz faz-nos ver também a responsabilidade que nos está confiada de colaborar com Deus na sua obra de salvação. A força da graça precisa de se conjugar com as obras de misericórdia que somos chamados a viver para testemunhar como é grande o amor de Deus. (Resumo da catequese do Papa Francisco, 29 de Setembro, 2021).
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