Solenidade da Assunção de Nossa Senhora

Pela Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, de 1 de Novembro de 1950, o Papa Pio XII proclamava a Assunção da Virgem Maria como dogma de fé. Mas é desde os primeiros séculos do Cristianismo que o Povo de Deus aclama, proclama e vive com amor intenso esta realidade. Quantas igrejas, paróquias e dioceses a têm como Padroeira! O Povo de Deus desde muito cedo aclamou a Assunção de Maria, Mãe de Deus e esperança da nossa frágil humanidade.

O evangelho desta solenidade mostra-nos que a  visita de Maria a Isabel permite ao Evangelista Lucas pôr em contacto João Baptista e Jesus, antes mesmo de ter nascido. A cena está carregada de uma atmosfera muito especial. As duas vão ser mães. As duas foram chamadas a colaborar no plano de Deus. Não há homens. Zacarias ficou mudo. José está surpreendentemente ausente. As duas mulheres ocupam toda a cena.

Maria, que chegou rapidamente de Nazaré, converte-se na figura central. Tudo gira em torno dela e do seu Filho. A sua imagem brilha com uns rasgos mais genuínos do que muitos outros que lhe foram adicionadas ao longo dos séculos a partir de devoções e títulos afastados dos Evangelhos.

«Maria, “a mãe do meu Senhor”». Assim o proclama Isabel a gritos e cheia do Espírito Santo. É certo: para os seguidores de Jesus, Maria é acima de tudo a Mãe de Nosso Senhor. Daí inicia toda a sua grandeza. Os primeiros cristãos nunca separam Maria de Jesus. São inseparáveis. «Abençoada por Deus entre todas as mulheres», ela nos oferece a Jesus, «fruto bendito do seu ventre».

«Maria, a crente». Isabel declara-a ditosa porque «acreditou». Maria é grande não simplesmente pela sua maternidade biológica, mas por ter acolhido com fé a chamada de Deus para ser Mãe do Salvador. Soube escutar a Deus; guardou a sua Palavra dentro do seu coração; meditou-a; pô-la em prática cumprindo fielmente a sua vocação. Maria é Mãe crente.

«Maria, a evangelizadora». Maria oferece a todos a salvação de Deus, que acolheu no seu próprio Filho. Essa é a sua grande missão e o seu serviço. Segundo o relato, Maria evangeliza não só com os seus gestos e palavras, mas porque onde vai leva consigo a pessoa de Jesus e o seu Espírito. Isto é o essencial do acto evangelizador.

«Maria, portadora da alegria». A saudação de Maria comunica a alegria que brota do seu Filho Jesus. Ela foi a primeira em escutar o convite de Deus: «Alegra-te… o Senhor está contigo». Agora, a partir de uma atitude de serviço e de ajuda a quem necessita, Maria irradia a Boa Nova de Jesus, o Cristo, a quem ela sempre leva consigo. Ela é para a Igreja o melhor modelo de evangelização com alegria. (José Antonio Pagola).

Oração

Deus eterno e omnipotente, que elevastes à glória do Céu em corpo e alma a Imaculada Virgem Maria, Mãe de vosso Filho, concedei-nos a graça de aspirarmos sempre às coisas do alto, para merecermos participar da sua glória. Por Nosso Senhor…