18º Domingo do Tempo Comum – Ano B

– Nestes últimos Domingos, a liturgia mostrou-nos a imagem cheia de ternura de Jesus que vai ao encontro das multidões e das suas necessidades. Na narração evangélica de hoje (cf. Jo 6, 24-35), a perspectiva muda: é a multidão, saciada por Jesus, que se põe novamente em busca d’Ele, vai ao encontro de Jesus. Mas para Jesus não é suficiente que as pessoas o procurem, Ele quer que elas o conheçam; quer que a busca d’Ele e o encontro com Ele vão além da satisfação imediata das necessidades materiais. Jesus veio para nos trazer algo mais, para abrir a nossa existência a um horizonte mais vasto em relação às preocupações quotidianas do alimentar-se, do vestir-se, da carreira, e assim por diante. Por isso, dirigindo-se à multidão, exclama: «Buscais-me, não porque vistes os milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes fartos» (v. 26). Assim estimula as pessoas a dar um passo em frente, a interrogar-se sobre o significado do milagre, e não apenas a aproveitar-se dele. Com efeito, a multiplicação dos pães e dos peixes é sinal do grande dom que o Pai concedeu à humanidade e que é o próprio Jesus! (Papa Francisco, Angelus, 5 de Agosto, 2018).

– Por que buscamos o Senhor? Por que busco o Senhor? Quais são as motivações da minha fé, da nossa fé? Precisamos discernir isto porque entre as muitas tentações que temos na vida, entre as muitas tentações, há uma que poderíamos chamar de tentação idólatra. É a que nos leva a buscar a Deus para nosso próprio proveito, para resolver os problemas, para ter graças a Ele o que não podemos conseguir por nós mesmos, por interesse. Mas deste modo, a fé é superficial e – permito-me a palavra – a fé é milagreira: buscamos a Deus para que nos alimente e logo depois esquecemo-lo quando estamos satisfeitos. No centro dessa fé imatura não está Deus, mas as nossas necessidades…  É justo apresentar as nossas necessidades ao coração de Deus, mas o Senhor, que actua muito para além das nossas expectativas, deseja viver connosco antes de tudo numa relação de amor. E o verdadeiro amor é desinteressado, é gratuito. (Papa Francisco, Angelus, 1 de Agosto, 2021).

– O centro da existência, aquilo que dá sentido e esperança firme ao caminho muitas vezes difícil da vida é a fé em Jesus, o encontro com Cristo. Também nós perguntemos: «Que devemos fazer para ter a vida eterna?». E Jesus diz: «Acreditai em mim». A fé é o elemento fundamental. Não se trata aqui de seguir uma ideia, um programa, mas de encontrar Jesus como uma Pessoa viva, de se deixar comprometer totalmente por Ele e pelo seu Evangelho. Jesus convida a não se limitar ao horizonte puramente humano e a abrir-se ao horizonte de Deus, ao horizonte da fé. Ele exige uma única obra: aceitar o plano de Deus, ou seja, «acreditar naquele que Ele enviou» (v. 29). Moisés tinha dado a Israel o maná, o pão descido do céu com que o próprio Deus alimentara o seu povo. Jesus não concede algo, doa-se a si mesmo: Ele é o «pão verdadeiro, descido do céu», Ele, a Palavra viva do Pai; e é no encontro com Ele que acolhemos o Deus vivo. (Bento XVI, Angelus, 5 de Agosto, 2012).