14º Domingo do Tempo Comum – Ano B

– O Evangelho deste 14º Domingo do Tempo Comum (Marcos 6,1-6), apresenta-nos Jesus a dirigir-se para Nazaré ao encontro dos seus familiares e conterrâneos, sendo o sábado e a sinagoga (Marcos 6,2) o natural lugar desse encontro. O que aconteceu na sua terra prefigura já o encontro de Jesus com o inteiro Israel, e a rejeição que lhe será movida por este. São mesmo já visíveis desde aqui as resistências ao Evangelho radicadas no nosso coração, e que o Quarto Evangelho porá a claro: «Veio para o que era seu, e os seus não o receberam» (João 1,11). (António Couto).

– (…) quando deixamos prevalecer o conforto do hábito e a ditadura dos preconceitos, é difícil abrirmo-nos à novidade e deixarmo-nos surpreender. Controlamos: com o hábito, com os preconceitos… Muitas vezes acabamos por procurar a confirmação das nossas ideias e esquemas de vida, das experiências e até das pessoas, para nunca termos de fazer o esforço de mudar. E isto também pode acontecer com Deus, precisamente para nós crentes, para nós que pensamos conhecer Jesus, que já sabemos tanto sobre Ele e que é suficiente repetirmos as mesmas coisas de sempre. E isto não é suficiente, com Deus. Mas sem abertura à novidade e acima de tudo – escutai bem – abertura às surpresas de Deus, sem espanto, a fé torna-se uma ladainha cansada que morre lentamente e se torna um hábito, um hábito social. Eu disse uma palavra: espanto. O que é o espanto? O espanto é precisamente quando o encontro com Deus acontece: «Encontrei o Senhor». (Papa Francisco, Angelus, 4 de Julho de 2021).

– Não obstante saiba que profeta algum é bem aceite na pátria, todavia o fechamento do coração do seu povo permanece para Ele obscuro, impenetrável: como é possível que não reconheçam a luz da Verdade? Por que não se abrem à bondade de Deus, que quis partilhar a nossa humanidade? Com efeito, o homem Jesus de Nazaré é a transparência de Deus, n’Ele Deus habita plenamente. E enquanto nós procuramos sempre outros sinais, outros prodígios, não nos apercebemos de que o verdadeiro Sinal é Ele, Deus feito carne, é Ele o maior milagre do universo: todo o amor de Deus contido num coração humano, num rosto de homem. (Bento XVI, Angelus, 8 de Julho de 2012).