Nenhum dos grandes orantes, que encontramos na Bíblia e na História da Igreja, teve uma oração cómoda. Certamente a oração traz-nos grande paz, mas através de um combate interior, por vezes duro, que se pode arrastar por longos períodos da nossa vida. Rezar não é uma coisa fácil. Quando pensamos fazê-lo, subitamente vêm-nos à mente tantas outras actividades que, naquele momento, nos parecem mais importantes e mais urgentes. Em certos períodos, é uma dura luta manter-se fiel aos tempos e aos compromissos da oração. Preferiríamos estar em qualquer outra parte do mundo e não ali, naquele banco da igreja, a rezar. Os piores inimigos da oração encontram-se dentro de nós mesmos, e o Catecismo descreve-os assim: «desânimo na aridez; tristeza por não dar tudo ao Senhor, porque temos “muitos bens”; decepção por não sermos atendidos segundo a nossa própria vontade; o nosso orgulho ferido que se endurece perante a nossa indignidade de pecadores; alergia à gratuitidade da oração». Nos tempos de prova faz bem recordar que não estamos sós: Jesus está sempre connosco! No final da nossa vida, voltando o nosso olhar para trás, poderemos dizer: “Pensava que estava só, mas não, não estava: Jesus estava comigo”.
Papa Francisco, Catequese da Audiência Geral (resumo), 12 de Maio, 2021
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