Domingo da Divina Misericórdia
A comunhão dos primeiros cristãos tinha como verdadeiro centro e fundamento Cristo ressuscitado. De facto narra o Evangelho que, no momento da paixão, quando o divino Mestre foi preso e condenado à morte, os discípulos dispersaram-se. Só Maria e as mulheres, com o apóstolo João, permaneceram juntos e seguiram-no até ao calvário. Ressuscitado, Jesus doou aos seus uma nova unidade, mais forte de que antes, invencível, porque fundada não nos recursos humanos, mas na misericórdia divina, que a todos fez sentir amados e perdoados por Ele. É portanto o amor misericordioso de Deus que une firmemente, hoje como ontem, a Igreja e que faz da humanidade uma só família; o amor divino, que mediante Jesus crucificado e ressuscitado nos perdoa os pecados e nos renova interiormente. Animado por esta íntima convicção, o meu amado predecessor João Paulo II quis intitular este Domingo, o segundo de Páscoa, à Divina Misericórdia, e indicou a todos Cristo ressuscitado como nascente de confiança e de esperança, acolhendo a mensagem espiritual transmitida pelo Senhor a Santa Faustina Kowalska, sintetizada na invocação: “Jesus, em Ti confio!”.
Bento XVI, Regina Caeli, 19 de Abril, 2009