Não está aqui. Ressuscitou!

A segunda-feira depois da Páscoa chama-se também Segunda-feira do anjo, porque recordamos o encontro do anjo com as mulheres que tinham ido ao sepulcro de Jesus. O anjo diz-lhes: «Sei que procurais Jesus, o Crucificado. Não está aqui. Ressuscitou!».

O evangelista Mateus narra que naquela aurora de Páscoa «houve um violento tremor de terra. Um anjo do Senhor desceu do céu, removeu a pedra e sentou-se sobre ela». A imagem do anjo sentado sobre a pedra do sepulcro é a manifestação concreta e visível da vitória de Deus sobre o mal, a manifestação da vitória de Cristo sobre o príncipe deste mundo, a demonstração da vitória da luz sobre as trevas. O túmulo de Jesus não foi aberto por um fenómeno físico, mas pela intervenção do Senhor. O aspecto do anjo, acrescenta Mateus, «resplandecia como relâmpago, e as suas vestes eram brancas como a neve». Estes detalhes são símbolos que afirmam a intervenção do próprio Deus. Diante desta intervenção de Deus, verifica-se uma dupla reacção. A dos guardas, que não conseguem enfrentar a força esmagadora de Deus e são abalados por um tremor interior: sentiram-se atordoados. O poder da Ressurreição derrubou aqueles que tinham sido utilizados para garantir a aparente vitória da morte. A reacção das mulheres é muito diferente, pois elas são expressamente convidadas pelo anjo do Senhor a não ter medo: «Não temais!» e a não procurar Jesus no túmulo. E, no final, não temem!

Das palavras do anjo podemos tirar um ensinamento precioso: nunca nos cansemos de procurar Cristo ressuscitado, que dá vida em abundância a quantos o encontram. Encontrar Cristo significa descobrir a paz do coração. «Cristo Ressuscitado já não morre, a morte não tem mais poder sobre Ele». Eis o anúncio da Páscoa: “Cristo está vivo, Cristo acompanha a minha vida, Cristo está ao meu lado”. Nestes dias pascais, far-nos-á bem repetir isto: “O Senhor vive!”.

Papa Francisco, Regina Caeli (resumo), 5 de Abril, 2021