“Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito”
O Evangelho de São João deste 4º Domingo da Quaresma (Ano B), chama a atenção para o Amor infinito de Deus manifestado na cruz de Jesus. Diante do Crucificado por Amor não podemos fugir relativamente a uma escolha da qual depende a nossa salvação ou a nossa condenação: “Quem acredita n’Ele não é condenado, mas quem não acredita já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus. E a causa da condenação é esta: a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque eram más as suas obras”.
Esta é a razão da “loucura” de Deus: “Tanto amou Deus o mundo, que entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna”. Não se trata de uma frase mais, que poderia ser eliminada do Evangelho sem que nada de importante acontecesse. Esta afirmação expressa o essencial da fé cristã. Este amor de Deus é a origem e o fundamento da nossa esperança. Deus ama o mundo, ama-o tal como é: inacabado e incerto, cheio de conflitos e contradições, capaz do melhor e do pior.
Jesus é o “presente” que Deus Pai dá ao mundo. Só quem se aproxima de Jesus Cristo como o maior dom do Pai, pode fazer a descoberta de como Deus está próximo de cada um de nós. “Com efeito, Deus amou de tal modo o mundo, que lhe deu o seu Filho único (Jo 3, 16)… A Cruz de Cristo é a prova suprema da misericórdia e do amor de Deus por nós: Jesus amou-nos «até ao fim» (Jo 13, 1), ou seja, não apenas até ao último instante da sua vida terrena, mas até ao extremo limite do amor” (Papa Francisco).
A contemplação do Crucificado impele-nos à conversão do medo para a confiança e também à construção e vivência da “cultura da confiança” que tem o alicerce e a força na ternura de Deus, para que o nosso agir seja cada vez mais qualitativamente “segundo Deus”.
Como conclusão, podemos afirmar que a missão de Jesus é uma missão de salvação para todos. Quem crê em Jesus crucificado é curado do pecado e vive. Diante dele não se pode ficar indiferente mas somos “obrigados” a fazer uma escolha. O julgamento é sempre consequência da livre escolha que cada um faz. Quem anda na luz, quem se aproxima da luz, só pode fazer boas obras.