Gostaria de indicar três «lugares» onde se concretiza a paciência. O primeiro é a nossa vida pessoal. Um dia respondemos à chamada do Senhor, oferecendo-nos a Ele com entusiasmo e generosidade. Ao longo do caminho, a par das consolações, tivemos também decepções e frustrações. Às vezes, o resultado esperado não corresponde ao entusiasmo do nosso trabalho; parece que a nossa sementeira não produz os frutos perspectivados, o fervor da oração diminui e nem sempre estamos imunes à aridez espiritual. Pode acontecer, na nossa vida de consagrados, que a esperança esmoreça por causa das expectativas frustradas. Devemos ter paciência connosco e esperar, confiantes, os tempos e as modalidades de Deus: Ele é fiel às suas promessas. Esta é a pedra basilar: Ele é fiel às suas promessas. Lembrar-nos disto permite repensar os percursos, revigorar os nossos sonhos, sem ceder à tristeza interior e ao desânimo. Irmãos e irmãs, a tristeza interior em nós consagrados é um verme, um verme que nos corrói por dentro. Fuji da tristeza interior!
Papa Francisco, Homilia da Missa para os Consagrados, 2 de Fevereiro, 2021