Uma dimensão importante da oração é o louvor. Os Santos mostram-nos que se pode louvar sempre a Deus, tanto nas horas felizes da vida como nas adversidades. No “Cântico das Criaturas”, São Francisco de Assis começa dizendo «Louvado sejais, meu Senhor, pelo irmão Sol…», e continua louvando a Deus por todos os dons da criação, para terminar bendizendo-O por aquela a que chama «irmã morte». Poder-nos-ia vir a vontade de exclamar: «Era um poeta; faz poesia…» Não é verdade! Não faz poesia; era a realidade! Naquele período, Francisco já está cego, doente e sem forças; sente que a morte lhe ronda por perto. E louva a Deus até pela morte, a quem corajosamente chama «irmã». Nisto, o «pobrezinho de Assis» imita Jesus, a Quem vê louvar o Pai do Céu precisamente num momento crítico da sua vida pública, quando constata a incompreensão de sábios e entendidos e a murmuração seguida de abandono de grande parte dos discípulos. Então, Jesus não eleva um lamento nem um pedido de explicações, mas um hino de louvor: «Bendigo-Te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, (…) porque isso foi do teu agrado» (Mt 11, 25.26). Jesus exulta, porque sabe e sente que o Senhor de tudo o que existe é Pai, é o «meu Pai». E esta sua visão leva-nos também a julgar de maneira diferente as nossas derrotas pessoais, as situações em que não vemos clara a presença e a ação de Deus, quando parece que o mal prevalece e não há modo de o deter. Esta é a hora do louvor, que é «a oração – como diz o “Catecismo” – que mais imediatamente reconhece que Deus é Deus! Canta-O por Si próprio, glorifica-O não tanto pelo que Ele faz, ma sobretudo porque ELE É» (nº 2639). É o amigo fiel; eterno é o seu amor (Papa Francisco, Resumo da Audiência Geral, 13 de Janeiro, 2021).
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