A liturgia de hoje convida-nos a viver o primeiro tempo forte do ano litúrgico, o Advento, que nos prepara para o Natal, como um tempo de espera e de esperança.
O nosso Deus é o Deus que vem, ele não desilude a nossa espera! Ele veio num momento preciso da história e tornou-se homem para tomar sobre si os nossos pecados; ele virá no fim dos tempos como juiz universal; ele vem todos os dias visitar o seu povo, visitar todos os homens e mulheres que o acolhem na Palavra, nos Sacramentos, nos seus irmãos e irmãs.
Jesus está à porta e bate. Todos os dias. Ele está à porta dos nossos corações. Ele bate. Ele veio a Belém, virá no fim do mundo. Mas todos os dias ele vem até nós. Estejamos atentos, e vejamos o que sentimos no coração quando o Senhor bate à nossa porta.
A vida é feita de altos e baixos, de luzes e sombras. Cada um de nós experimenta momentos de desilusão, de fracasso e desorientação. A situação em que vivemos, marcada pela pandemia, gera em muitas pessoas preocupação, medo e desânimo; corremos o risco de cair no pessimismo, no fechamento e na apatia. Como devemos reagir a isto? O salmista sugere-nos: “A nossa alma espera no Senhor, ele é o nosso auxílio e o nosso escudo. Nele se alegra o nosso coração e no seu santo nome pomos a nossa confiança” (Sl 32,20-21). A espera confiante no Senhor faz-nos encontrar conforto e coragem nos momentos sombrios da existência. E de onde nasce esta coragem e esta aposta confiante? Nasce da esperança.
A esperança marca este período do ano litúrgico de preparação para o Natal. O Advento é um apelo incessante à esperança: recorda-nos que Deus está presente na história para conduzi-la ao seu fim último e à sua plenitude, que é o Senhor, o Senhor Jesus Cristo. Ele é o “Deus connosco. Ele caminha ao nosso lado para nos apoiar. O Senhor nunca nos abandona; Ele nos acompanha nos nossos acontecimentos existenciais para nos ajudar a descobrir o significado do caminho, o significado da vida quotidiana, para infundir coragem nas provações e na dor. No meio das tempestades da vida, Deus estende sempre a sua mão para nos liberta das ameaças. (Papa Francisco, Angelus (resumo), 29 de Novembro, 2020).