Na vida de Jesus, a oração era o centro de tudo aquilo que fazia. De facto vemos, no Evangelho, como ele se retirava em lugares afastados para estar em diálogo com o seu Pai. Mesmo nos momentos de maior dedicação aos pobres e doentes, Jesus não deixava de procurar a intimidade da oração, encontrando repouso na comunhão trinitária. Neste sentido, podemos aprender do exemplo de Jesus algumas características da oração cristã. Primeiramente, aprendemos que este deve ser o primeiro desejo ao iniciar o dia, certos de que a oração é a respiração da alma, sem a qual tudo o que fazemos perde o sentido e a justa motivação; quando oramos, estamos em atitude de escuta e de encontro com Deus. Isso faz com que cresçamos na fé e na caridade e nos permite viver as vicissitudes quotidianas guiados pela luz de Deus que nos acompanha. Em segundo lugar, aprendemos com Jesus que a oração é uma arte que exige perseverança: deve ser para nós como uma regra de vida e não uma atitude ocasional. Outra característica que nos ensina o exemplo de Jesus é que a oração exige silêncio e solidão: não para fugir do mundo, mas para superar agitações e superficialidades da vida e conseguir escutar a Deus que nos fala. Por fim, na oração experimentamos como tudo o que fazemos começa e termina em Deus, de tal modo que podemos ajustar as nossas relações com todas as realidades que nos circundam, para nunca perdermos a paz e a alegria que vêm de Deus.
Resumo da Catequese do Papa Francisco, Audiência Geral, 4 de Novembro 2020