«Vive Deus, em cuja presença eu estou» (1Rs 17,1)
«Vive Deus, em cuja presença eu estou» (1Rs 17,1) e «Eis a escrava do Senhor: faça-se em mim segundo a Tua Palavra» (Lc 1,38), são as primeiras declarações pessoais das duas grandes figuras inspiradoras do Carmelo: o profeta Elias e Nossa Senhora, respectivamente. Em ambas aparece bem claro que a dimensão mais importante e central das suas vidas, a primeira, mais radical e totalizadora exigência do seu coração é o Absoluto de Deus. No caso de Elias, essa relação é expressa com um vocabulário cultual: Elias está totalmente devotado ao serviço de Deus, como Seu enviado, promovendo o Seu culto verdadeiro, no vasto templo da presença de Deus que é o mundo. Maria, por sua parte, exprime num vocabulário esponsal a Sua adesão total à vontade de Deus como o Seu único Senhor (cf. Rt 3,9; 1Sm 25,41). Tal é o sinal distintivo do verdadeiro crente, viver o primeiro mandamento como compromisso fundamental de toda a sua existência, como Jesus disse: «o primeiro mandamento é este: “Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com todas as tuas forças”» (Mc 12,29-30). Este imperativo fundamental da vida do cristão, constitui o coração da espiritualidade carmelita. A ele se dedica o primeiro artigo da Regra.
Oração
Deus eterno e todo poderoso, que concedestes ao vosso profeta Elias, nosso Pai, viver na vossa presença e inflamar-se de zelo pela vossa glória, concedei-nos que, procurando sempre a vossa presença, nos tornemos no mundo testemunhas do vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo vosso Filho que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.