“Não vos deixarei órfãos”
O Evangelho do 6º Domingo da Páscoa, (Ano A), (Jo, 14, 15-21), apresenta duas mensagens fundamentais: a observância dos mandamentos e a promessa do Espírito Santo. Jesus pede-nos para amá-lo com um amor que não se resuma a um mero desejo por ele, ou a um sentimento, mas que nos leve a seguir o seu caminho, ou seja, a vontade do Pai. E isto está resumido no mandamento do amor recíproco, dado pelo próprio Jesus: “Como eu vos amei, assim também amai-vos uns aos outros” (Jo 13:34). Ele ama-nos sem nos pedir nada em troca, e quer que esse seu amor gratuito se torne a forma concreta de vida entre nós: esta é a sua vontade.
Para ajudar os discípulos a caminhar nesta estrada, Jesus diz-lhes que pedirá ao Pai para que envie outro “Paráclito”, isto é, um Consolador, um Defensor, que em lugar dele lhes conceda inteligência para escutar e coragem para observar as suas palavras. Este Dom do amor de Deus é o Espírito Santo que desce ao coração dos cristãos. É o próprio Espírito que os guia, os ilumina, os fortalece, para que cada um caminhe na vida, mesmo através das adversidades e dificuldades, nas alegrias e nas tristezas, permanecendo na estrada de Jesus. Isto é possível precisamente permanecendo dóceis ao Espírito Santo, para que, através da sua presença operante, ele possa não só consolar, mas também transformar os corações, abrindo-os à verdade e ao amor.
É o Espírito Santo que nos ajuda a não sucumbir diante da experiência do erro e do pecado que todos nós fazemos, que nos faz viver plenamente a Palavra de Jesus: “Se me amais, observareis os meus mandamentos”. A Palavra de Deus é-nos dada como Palavra de vida, que transforma, que renova, que não julga para condenar, mas cura e tem como finalidade o perdão. Uma Palavra que é luz para os nossos passos. E tudo isto é obra do Espírito Santo! Ele é o Dom de Deus, é o próprio Deus, que nos ajuda a sermos pessoas livres, pessoas que querem e sabem amar, pessoas que compreenderam que a vida é uma missão para proclamar as maravilhas que o Senhor realiza naqueles que nele confiam.
Papa Francisco, Regina caeli (resumo) 17 de Maio, 2020