– Pensar sobre a vida e viver a vida bem pensada não é a mesma coisa. É perigoso ficar de fora a viver a própria vida e a dos outros. Árbitros de bancada há muitos. O importante é jogar melhor e com mais critério. Para isso serve o velho exame de consciência, que não é bater no peito, mas avaliar a própria vida. Não para a classificar, mas para encontrar caminhos de viver melhor, mais justos e libertadores. Se pensar não levar a agir não é pensar… é olhar sem ver
– Exame de consciência é aprender com tudo o que acontece, é tirar lições de vida. Mas há quem tenha medo de o fazer porque não quer enfrentar-se nem admitir os próprios erros. Assim continua a repeti-los sem se dar conta. A prática da avaliação ao fim de cada dia, ao fim de cada acontecimento, é o segredo do crescimento. Vê-se o que vai bem para continuar a melhorar, dá-se conta dos erros para os corrigir e não os repetir.
– Fazer um exame de consciência, mais que diário, várias vezes ao dia. No fim de um acontecimento, no fim de uma conversa, perguntar: “O que é que isto me ensina, o que é que eu aprendi com esta situação?” Não é só ver no que é que falhámos, mas, melhor do que isso, ver em que é que acertámos! O que é que se pode desenvolver? É esta a grande pedagogia do Evangelho, alimentada pela pedagogia do perdão, de um Deus que acha sempre que se pode recomeçar, mesmo falhando.
Vasco P. Magalhães, sj