Faltam oito dias para o Natal, e um modo simples de nos prepararmos para ele é fazer o Presépio. Este é como um Evangelho vivo, um Evangelho doméstico nas casas, nas escolas, nos lugares de trabalho e de convívio, nos hospitais, nos cárceres e nas praças. Aí nos recorda uma verdade essencial: Deus não quis ficar invisível no Céu, mas veio à terra, fez-Se homem. Ao armar o Presépio, recordamos esta proximidade de Deus: Deus não é um senhor distante nem um juiz alteroso, mas é amor real, palpitante, que desceu até junto de nós. O Deus Menino transmite-nos a ternura de Deus. Atraindo o nosso olhar para Ele, vemo-Lo pobre de coisas e rico de amor. Isto chama-nos ao essencial: na vida, não conta a quantidade de coisas, mas a qualidade dos sentimentos e afectos. Enquanto a ruína da humanidade deriva do facto de cada um seguir pela sua estrada desinteressando-se dos outros, no Presépio todos convergem para Jesus, Príncipe da paz. Ao seu redor, naquela gruta iluminada pela ternura, reina a harmonia: lá vemos, juntas, pessoas muito diferentes entre si: os Magos e os pastores, os reis e os pobres, as crianças e os idosos. E vemos também a harmonia entre o homem e a criação, com o boi e o burro que dão espaço no seu estábulo a uma pobre família sem-abrigo. Esta imagem artesanal de paz, como é actual no mundo violento de hoje! Pode parecer que o mundo não tenha melhorado; mas de facto há uma novidade; uma só, mas decisiva: Jesus. Na vida do dia-a-dia, não estamos sozinhos; Ele mora connosco. Não muda magicamente as coisas, mas, se O acolhermos, tudo pode mudar. Por isso, desejo a todos que a construção do Presépio seja uma ocasião para convidar Jesus a vir à vossa vida; porque, se Jesus habitar nela, a vida renasce e é verdadeiramente Natal.
Papa Francisco, Audiência Geral (resumo), 18 de Dezembro, 2019