Uma vida consagrada que não seja capaz de se manter aberta à surpresa, é uma vida que parou a meio do caminho.
Isto, quero-o repetir: uma vida consagrada que não é capaz de se manter aberta diariamente à surpresa, que não é capaz de se alegrar ou de chorar, mas também de se abrir à surpresa, é uma vida consagrada que fica parada a meio do caminho. O Senhor não nos chamou para nos enviar ao mundo a fim de impor às pessoas obrigações ou cargas mais pesadas do que aquelas já têm (e são muitas), mas para compartilhar uma alegria, um horizonte belo, novo e surpreendente. Gosto muito desta expressão de Bento XVI que considero paradigmática e até profética nestes tempos: a Igreja não cresce por proselitismo, mas por atracção (cf. Evangelii gaudium, 14). «Anunciar Cristo significa mostrar que crer n’Ele e segui-Lo não é algo apenas verdadeiro e justo, mas também belo, capaz de cumular a vida dum novo esplendor e duma alegria profunda, mesmo no meio das provações» (Ibid., 167).
Papa Francisco, Discurso na paróquia de São Pedro, Banguecoque, Tailândia, 22 de Nov., 2018