Julho é o mês de Nossa Senhora do Carmo, Mãe e Formosura do Carmelo, cuja festa principal se celebra no dia 16.
Os carmelitas nasceram na Terra Santa. Ali, os seus antepassados consagraram-se a viver “no obséquio de Jesus Cristo”, tal como diz a Regra carmelita. Os seus modelos eram o profeta Elias e a Virgem Maria.
Desde os finais do século XII, todos os documentos que falam dos eremitas latinos do Monte Carmelo, afirmam que estes se reuniam numa capela situada no meio das celas e estava dedicada a Nossa Senhora, venerada como a “Senhora do lugar” e invocada como “Mãe e formosura do Carmelo”.
No contexto feudal, os vassalos ofereciam obediência ao senhor proprietário das terras em que viviam, o que significava que tinham de prestar alguns serviços e entregar-lhe impostos em troca da sua protecção nos momentos de perigo.
Os primeiros carmelitas não se sentiam vassalos de nenhum senhor feudal. Para eles, Jesus e Maria eram os proprietários das terras do Carmelo onde habitavam, pelo que somente a eles prestavam obediência e somente deles esperavam ajuda e protecção.
A intimidade de vida com Maria era tão forte que deram a si mesmos o nome de “Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo”. Como ela, queriam “meditar todas as coisas referentes a Jesus, conservando-as no seu coração” para cumprir o que manda a Regra: “Permaneça cada um na sua cela, ou perto dela, meditando dia e noite na lei do Senhor e vigiando em oração, a não ser que se deva dedicar a outros justificados afazeres”. Tinham-na a ela como modelo de vida na oração constante e no serviço de Cristo, pelo que a consideravam a “irmã maior” ou “priora” (não esqueçamos que o prior é o “primus inter pares”, quer dizer, é o “primeiro entre iguais”.