“Segue-me” (Lc 9, 59)
Seguir Jesus é o coração da vida cristã. Jesus procura seguidores comprometidos, que o sigam sem reservas, renunciando a falsas seguranças. Vejamos três propostas de seguimento que o Evangelho deste 13º Domingo do Tempo Comum (Ano C) nos apresenta.
Primeira. Alguém disse: “Seguir-te-ei aonde quer que vás”. O discípulo que quer seguir Jesus deve imprimir na mente e no coração o seguinte: Jesus não tem nada, nem sequer uma pedra para reclinar a cabeça. As raposas e os pássaros levam-lhe vantagem pois têm tocas e ninhos. Eis a pobreza absoluta de Jesus! Efectivamente, Jesus deixou a casa paterna e renunciou a toda e qualquer segurança para anunciar o Reino de Deus às ovelhas perdidas do seu povo. Deste modo, Jesus indica-nos a nós, seus discípulos, e à sua Igreja, que a nossa missão é a de levar o Evangelho pelos caminhos do mundo e não ficar sedentarizados e instalados no comodismo.
Segunda. Jesus diz a alguém: “Segue-me!”. A pessoa convidada está disposta a seguir Jesus mas somente pede isto: “Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar o meu pai”. Trata-se de um pedido legítimo, fundado no mandamento de honrar pai e mãe. A resposta de Jesus é dura: “Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; tu vai a anunciar o Reino de Deus”. Com estas palavras, propositadamente provocatórias, Jesus quer afirmar o primado do seguimento e do anúncio do Reino de Deus, mesmo sobre as realidades mais importantes, como a família. A urgência de comunicar o Evangelho, que rompe a cadeia da morte e inaugura a vida eterna, não admite atrasos, mas requer prontidão e total disponibilidade.
Terceira. “Eu vou seguir-te, Senhor, mas primeiro permite que me despeça da minha família”. Novamente a resposta de Jesus é dura e radical: “Quem olha para trás, depois de deitar a mão ao arado, não é apto para o Reino de Deus”. Não é possível seguir Jesus olhando para trás. Trabalhar no projecto do Pai requer dedicação total, confiança no futuro de Deus e audácia para caminhar atrás dos passos de Jesus.
Logo no início do Evangelho faz-se referência à rejeição de Jesus por parte dos habitantes de uma aldeia da Samaria, tal como já tinha acontecido no início da sua vida pública, na sinagoga de Nazaré. Que fique bem gravado e clarificado: “Se me perseguiram a mim, perseguir-vos-ão também a vós” (João 15,20).