Sem a Eucaristia a Igreja simplesmente não existiria. De facto, é a Eucaristia que faz de uma comunidade humana um mistério de comunhão, capaz de levar Deus ao mundo e o mundo a Deus. O Espírito Santo, que transforma o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Cristo, transforma também quantos o recebem com fé em membros do corpo de Cristo, de modo que a Igreja é realmente sacramento de unidade dos homens com Deus e entre eles.
Numa cultura cada vez mais individualista, como é aquela na qual estamos imersos nas sociedades ocidentais, e que tende a difundir-se em todo o mundo, a Eucaristia constitui uma espécie de «antídoto», que age nas mentes e nos corações dos crentes e semeia continuamente neles a lógica da comunhão, do serviço, da partilha, em síntese, a lógica do Evangelho. Os primeiros cristãos, em Jerusalém, eram um sinal evidente deste novo estilo de vida, porque viviam em fraternidade e punham em comum os seus bens, para que ninguém fosse indigente (cf. Act 2, 42-47). De que derivava tudo isto? Da Eucaristia, ou seja, de Cristo ressuscitado, realmente presente no meio dos seus discípulos e activo com a força do Espírito Santo.
Bento XVI, Angelus, 26 de Junho de 2011