A Eucaristia constitui de facto o “tesouro” da Igreja, a preciosa herança que o seu Senhor lhe deixou. E a Igreja conserva-a com o máximo cuidado, celebrando-a quotidianamente na Santa Missa, adorando-a nas igrejas e nas capelas, distribuindo-a aos doentes e, como viático, a quantos partem para a última viagem.
Mas este tesouro, que se destina aos baptizados, não esgota o seu raio de acção no âmbito da Igreja: a Eucaristia é o Senhor Jesus que se doa “pela vida do mundo” (Jo 6, 51). Em todos os tempos e lugares, Ele quer encontrar o homem e levar-lhe a vida de Deus. Não só.
A Eucaristia tem também um valor cósmico: a transformação do pão e do vinho no Corpo e Sangue de Cristo constitui de facto o princípio de divinização da mesma criação. Por isso a festa de Corpus Christi caracteriza-se de modo particular pela tradição de levar o Santíssimo Sacramento em procissão, um gesto rico de significado.
Bento XVI, Angelus, 18 de Junho de 2006