– Vós, Trindade eterna, sois como um mar profundo, no qual quanto mais procuro mais encontro, e quanto mais encontro, mais cresce a sede de Vos procurar. Saciais a alma, mas dum modo insaciável, porque, saciando-se no vosso abismo, a alma permanece sempre faminta e sedenta de Vós, ó Trindade eterna, desejando ver-Vos com a luz da vossa luz.
Oh abismo, oh Trindade eterna, oh Divindade, oh mar profundo! Que mais me podíeis dar do que dar-Vos a Vós mesmo? Sois um fogo que arde sempre e não se consome. Sois Vós que consumis com o vosso calor todo o amor profundo da alma. Sois um fogo que dissipa toda a frialdade e iluminais as mentes com a vossa luz, aquela luz com que me fizestes conhecer a vossa verdade.
Espelhando-me nesta luz, conheço-Vos como sumo bem, o bem que está acima de todo o bem, o bem feliz, o bem incompreensível, o bem inestimável, a beleza sobre toda a beleza, a sabedoria sobre toda a sabedoria: porque Vós sois a própria sabedoria, o alimento dos Anjos, que com o fogo da caridade Vos destes aos homens.
Santa Catarina de Sena
– A palavra que resume toda a revelação é esta: “Deus é amor” (1 Jo 4, 8.16); e o amor é sempre um mistério, uma realidade que supera a razão sem a contradizer, aliás, exaltando as suas potencialidades. Jesus revelou-nos o mistério de Deus: Ele, o Filho, fez-nos conhecer o Pai que está nos Céus, e deu-nos o Espírito Santo, o Amor do Pai e do Filho. A teologia cristã sintetiza a verdade acerca de Deus com esta expressão: uma única substância em três pessoas. Deus não é solidão, mas comunhão perfeita. Por isso a pessoa humana, imagem de Deus, realiza-se no amor, que é dom sincero de si.
Bento XVI, Angelus, 22, de Maio, 2005
– Mas o mistério da Trindade fala-nos hoje novamente da nossa relação com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Com efeito, mediante o Baptismo, o Espírito Santo inseriu-nos no coração e na própria vida de Deus, que é comunhão de amor. Deus é uma «família» de três Pessoas que se amam tanto a ponto de formar uma só. Esta «família divina» não está fechada em si mesma, mas está aberta, comunica-se na criação e na história e entrou no mundo dos homens para chamar todos a fazer parte dele. O horizonte trinitário de comunhão envolve-nos todos e estimula-nos a viver no amor e na partilha fraterna, na certeza de que onde há amor, há Deus.
Papa Francisco, Angelus, 22 de Maio, 2016