Perante as experiências de fracasso, de amargura e até do facto de as coisas não resultarem como se esperava, aparece sempre uma subtil e perigosa tentação que convida ao desânimo, a desistir. É a psicologia do sepulcro que tinge tudo de resignação, fazendo-nos apegar a uma tristeza adocicada que corrói, como a traça, toda a esperança. Assim se consolida a maior ameaça que se pode enraizar numa comunidade: o pragmatismo cinzento da vida, na qual aparentemente tudo procede dentro da normalidade, mas na realidade a fé vai-se apagando e degenerando na mesquinhez (cf. Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 83) (…).
Um dos grandes desgostos e obstáculos, que hoje sentimos, situa-se não tanto ao nível da compreensão de que Deus é amor, mas no facto de termos chegado a anunciá-Lo e testemunhá-Lo duma maneira tal, que, para muitos, este não é o seu nome. Mas Deus é amor, um amor que se dá, que chama e surpreende.
Papa Francisco, Homilia, Sófia (Bulgária), 5 de Maio de 2019