Senhor Jesus, / Há tanta gente que Te procura à pressa e Te quer ver. / Mas quando dizem que Te querem ver, / Não é para Te conhecer. / É o teu rosto, a cor dos teus olhos e cabelos, / A tez da tua pele, a tua forma de vestir que os atrai e contagia. / Querem ver-te como se fosse numa fotografia.
Mas Tu, Senhor Jesus Ressuscitado,/ Quando Te dás a conhecer a nós, / Não mostras o rosto, / Uma fotografia, / O cartão de cidadão. / Se fosse assim, / Mal seria que os teus amigos Te não reconhecessem.
E o facto é que, / Quando surges no meio deles, / Não Te reconhecem. / E em vez do rosto, / São, afinal, as mãos e o lado que apresentas. / Entenda-se: é a tua maneira de viver que nos queres fazer ver. / Na verdade, a tua identidade é dar a vida, / É dar a mão e o coração. / É essa a tua lição, a tua paixão, a tua ressurreição.
Senhor, dá-nos sempre desse pão!
António Couto