Mas não basta não fazer o mal para ser um bom cristão; é necessário aderir ao bem e fazer o bem. Muitas vezes acontece ouvir alguns que dizem: “Eu não faço mal a ninguém”. E acredita ser um santo. De acordo, mas tu fazes o bem? Quantas pessoas não fazem o mal, e nem mesmo o bem, e a sua vida decorre na indiferença, na apatia, na tibieza. Esta atitude é contrária ao Evangelho, e é também contrária ao vosso carácter, jovens, que por natureza sois dinâmicos, apaixonados e corajosos. Lembrai-vos disto: “É bom não fazer o mal, mas é mal não fazer o bem”. Isto dizia-o Santo Alberto Hurtado.
Hoje exorto-vos a ser protagonistas no bem. Protagonistas no bem. Não vos sintais bem quando não fazeis o mal; cada um é culpado pelo bem que poderia ter feito e não fez. Não basta não odiar, é preciso perdoar; não basta não ter rancor, é preciso orar pelos inimigos; não basta não ser causa de divisão, é preciso levar paz onde ela não existe; não basta não falar mal dos outros, é preciso interromper quando ouvimos falar mal de alguém: parar os mexericos: isto é fazer o bem. Se não nos opomos ao mal, nós o alimentamos de modo tácito. É necessário intervir onde o mal se espalha; porque o mal se espalha onde não há cristãos audazes que se oponham com o bem, “caminhando na caridade”, segundo a advertência de São Paulo.
Papa Francisco, Angelus, 12 de Agosto de 2018