Um pensamento para cada dia da Quaresma – IV

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1. Queres conhecer o caminho? Ouve o que o Senhor diz em primeiro lugar: Eu sou o caminho. Caminho para onde? A verdade e a vida. Disse primeiro por onde hás-de ir, e logo a seguir indicou para onde hás-de ir. “Eu sou o caminho, Eu sou a verdade, Eu sou a vida”. Permanecendo junto do Pai é verdade  e vida. Revestindo-se da nossa carne, fez-se caminho (Santo Agostinho).

2. Mas tu que te aproximaste de Cristo, o verdadeiro sumo sacerdote que pelo seu Sangue tornou Deus propício para contigo e te reconciliou com o Pai, não fixes a tua atenção no sangue das vítimas antigas, mas aprende a conhecer o sangue do Verbo e ouve o que Ele mesmo diz: Este é o meu sangue, derramado por vós para a remissão dos pecados (Orígenes).

3. Se Deus é amor, a caridade não deve ter fronteiras porque a grandeza de Deus não tem limites. (…) Nenhuma devoção dos fiéis é mais agradável a Deus do que a dedicação pelos seus pobres, porque nesta solicitude misericordiosa Ele reconhece a imagem da sua própria bondade (S. Leão Magno)

4. Nada é tão grato a Deus e conforme ao seu amor como a conversão dos homens a Ele com sincero arrependimento. E para dar a maior prova da bondade divina, o Verbo de Deus Pai (que é o primeiro e único sinal da sua infinita bondade), num acto de humilhação que nenhuma palavra pode explicar, num acto de condescendência para com os homens, dignou-Se habitar entre nós por meio da Incarnação; e realizou, padeceu e ensinou tudo o que era necessário para que nós, seus inimigos e adversários, fôssemos reconciliados com Deus Pai e chamados de novo à felicidade eterna que tínhamos perdido (S. Máximo Confessor).

5. A nenhum pecador é negada a vitória da cruz, a nenhum homem é recusado o auxílio da oração de Cristo. Se foi frutuosa para muitos dos que o perseguiam, quanto mais o não será para os que a Ele se convertem? (…) O povo cristão é convidado a gozar as riquezas do Paraíso, e para todos os baptizados está aberta a passagem de regresso à pátria perdida, desde que não queiram fechar para si próprios aquele caminho que se abriu também à fé do ladrão arrependido (S. Leão Magno).

6. Esta festa nos sustenta no meio das aflições do mundo; por ela nos concede Deus a alegria da salvação e da fraternidade, reunindo-nos a todos espiritualmente na mesma assembleia festiva e na mesma comunidade de oração e de acção de graças. Pela admirável bondade de Deus reúnem-se para celebrar esta solenidade os que estão longe, e sentem-se unidos na mesma fé os que estão corporalmente distantes (Santo Atanásio).

7. Os dons do Espírito são diversos: enquanto chama alguns a darem claro testemunho do desejo da pátria celeste e a conservarem-no vivo no meio da humanidade, chama outros ao serviço temporal dos homens preparando com este seu ministério a matéria do reino dos Céus (Gaudium et Spes).

8. Cristo, esperança dos homens, veio ao nosso encontro, dando novo sentido às palavras do salmista: Vós sois a minha alegria: livrai-me daqueles que me rodeiam. Esta é a verdadeira alegria, esta é a verdadeira solenidade: vermo-nos livres do mal. Para o conseguir, esforce-se cada um por viver em santidade e medite interiormente na paz e no temor de Deus. (…) Se seguirmos a Cristo, poderemos sentir-nos desde já nos átrios da Jerusalém celeste e saborear de antemão as primícias daquela festa eterna (Santo Atanásio).

9. Este sacrifício (o de Cristo) é de tal modo aceite e agradável a Deus que, ao vê-lo, não pode deixar de Se compadecer de nós e derramar a sua misericórdia sobre todos os que verdadeiramente se arrependem (S. João Fisher).

10. Já outrora Ele ameaçava a nossa morte com o poder da sua morte, ao dizer pela boca do profeta Oseias: Ó morte, eu serei a tua morte; ó inferno, eu serei a tua ruína. Com efeito, Cristo ao morrer, submeteu-Se à lei do sepulcro, mas destruiu-a pela sua ressurreição; e assim aboliu a perpetuidade da morte, convertendo-a de eterna em temporal: porque, do mesmo modo que em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos serão restituídos à vida (S. Leão Magno).

11. Quando apresentamos as nossas súplicas a Deus, não devemos separar d’Ele o Filho; e quando reza o Corpo do Filho não deve considerar-se separado da Cabeça; e deste modo o salvador do seu Corpo, Nosso Senhor Jesus Cristo, é o mesmo que ora por nós, ora em nós e recebe a nossa oração (Santo Agostinho).

12. Deus convocou todos aqueles que olham com fé para Jesus, como autor da salvação e princípio da unidade e da paz, e com eles constituiu a Igreja, a fim de que ela seja para todos e cada um sacramento visível desta unidade salvadora (Lumen Gentium).

13. Naqueles sacrifícios (de antigamente) anunciava-se de antemão que o Filho de Deus havia de morrer pelos ímpios; neste sacrifício anuncia-se que já morreu pelos ímpios, segundo o testemunho do Apóstolo: Quando éramos ainda pecadores, no tempo determinado, Cristo morreu pelos ímpios; quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho (S. Fulgêncio de Ruspas).

14. A nossa Páscoa é sempre nova (S. Gregório da Nazianzo).

15. Éramos como escarlate por causa dos nossos pecados, mas pelo banho salutar do Baptismo tornamo-nos brancos como a lã, para oferecermos ao vencedor da morte não já ramos de palmeira mas os troféus da sua vitória (S. André de Creta).

16. Porque hesita ainda a humana fragilidade em acreditar que um dia os homens viverão com Deus? Muito mais incrível é o que já se realizou: Deus morreu pelos homens. (…) Portanto, irmãos, reconheçamos corajosamente, mais ainda, proclamemos bem alto que Cristo foi crucificado por amor de nós; digamo-lo, não com temor mas com alegria, não com vergonha mas com santo orgulho (Santo Agostinho).

17. A vinda de Cristo segundo a carne, o exemplo da sua vida evangélica, a paixão, a cruz, a sepultura e a ressurreição não tiveram outro fim senão salvar o homem, para que ele, imitando a Cristo, recuperasse a primitiva adopção filial (S. Basílio Magno).

18.Ele, ao morrer, matou em Si a morte; nós somos livres da morte pela sua morte (Santo Agostinho).

 

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Carta aos jovens

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Jovem,

A vida é um caminho. Tu estás em caminho mas não vais só: contigo caminham também muitos outros irmãos e irmãs. Uns caminham com entusiasmo, outros lamentam-se, outros buscam apoio no teu braço, para que os ajudes a subir a encosta. Lá em cima encontra-se Jesus de Nazaré que deseja manifestar-te todo o seu carinho.

Há uns oitocentos anos um grupo de pessoas iniciou um caminho, uma peregrinação em direcção à Terra Santa: deixaram as suas casas, os seus entes queridos, os seus haveres, e puseram-se a caminhar. Nos seus corações escutaram o chamamento do Senhor, e desejavam viver para sempre com Ele. Seguir Jesus era a sua maneira de responder com generosidade e alegria à sua vocação. Este grupo de peregrinos estabeleceu-se no Monte Carmelo e deu origem aos que hoje conhecemos como CARMELITAS.

No Monte Carmelo, lugar onde habitou o Profeta Elias e onde desenvolveu a sua missão profética, levavam uma vida de oração e penitência. No centro das grutas e das pequenas celas, construíram uma capela em honra da Virgem Maria, a qual, desde então, é chamada pelos Carmelitas de Mãe e Irmã. Em 1247 o Papa Inocêncio IV aprovou a norma de vida (Regra) que o Patriarca Alberto de Jerusalém lhes dera.

Talvez perguntes: qual é o “carisma” desta família religiosa, isto é, quais são as características que definem um Carmelita e que o Carmelo oferece ao nosso mundo? Fundamentalmente são três:

Experiência de Deus. O Carmelita busca Deus, quer aproximar-se d’Ele e vivê-Lo. A oração é o fundamental neste caminho de espiritualidade, alimentado pela Palavra de Deus e pela Eucaristia.

Fraternidade. A experiência da presença de Deus abre-nos e lança-nos para os irmãos. O Carmelita é chamado a viver uma intensa vida de fraternidade, compartilhando com simplicidade e austeridade o que tem e o que é.

Serviço. O lugar do Carmelita é estar no meio do povo, especialmente dos pobres e excluídos, caminhando com ele em vista da libertação integral.

A inspiração de Maria (o Escapulário expressa a nossa consagração a ela) e de Elias, fazem também parte da identidade do Carmelo.

Hoje em dia a Família Carmelita, que abarca os religiosos, religiosas e leigos de qualquer condição, está presente em todos os continentes, empenhada no campo da espiritualidade, da vida cristã, da pastoral, da educação, das missões, comprometida com a causa dos pobres, ao lado dos oprimidos e de quantos procuram a Deus de coração sincero. Nenhum espaço humano está excluído desta presença silenciosa e discreta.

Esta Família, desde o início, deu à Igreja e ao mundo grandes figuras de homens e mulheres de Deus, numerosos santos e santas. Basta recordar alguns: Santo Alberto de Trapáni, São Simão Stock, São Pedro Tomás, Santo André Corsini, Santa Maria Madalena de Pazzi, São Nuno de Santa Maria, São João da Cruz, Santa Teresa de Jesus, Santa Teresa do Menino Jesus, Beata Isabel da Trindade, Beato Tito Brandsma, mártir em Dachau em 1942, Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), mártir em Auschwitz em 1942… e muitos outros. Além dos mais conhecidos há milhares de pessoas que com a sua vida de oração e de compromisso profético, tornam presente no nosso mundo o Reino de Deus.

Também tu és chamado a ser santo! Se tens muito, dá muito; se tens pouco, dá pouco; mas dá SEMPRE!

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Um pensamento para cada dia da Quaresma – III

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1. No princípio criou Deus o homem para lhe comunicar os seus dons: escolheu os patriarcas para lhes dar a salvação; ia formando um povo, para ensinar os ignorantes a seguir a Deus; preparava os profetas, para habituar os homens a serem morada do seu Espírito e a viverem em comunhão com Deus. Ele, que não precisava de nada, concedia a comunhão com Ele aos que d’Ele precisavam; para os que Lhe eram agradáveis traçava, como um arquitecto, o edifício da salvação; aos que nada viam no Egipto servia Ele próprio de guia; aos que andavam errantes no deserto dava uma lei perfeita, aos que entravam na terra prometida oferecia uma digna herança; enfim, para os que voltavam para a casa do Pai, matava o vitelo mais gordo e vestia-os com a melhor túnica. Assim, de muitas maneiras ia sintonizando o género humano com a salvação futura (S. Ireneu).

2. Vinde, filhos, escutai-me e ensinar-vos-ei o temor do Senhor. Portanto, se o temor do Senhor é ensinado, deve-se aprender. Não nasce do terror, mas da instrução racional; não precede da perturbação da natureza, mas da observância dos mandamentos, das obras de uma vida inocente e do conhecimento da verdade. Para nós, o temor de Deus fundamenta-se no amor e atinge a sua plenitude no exercício da perfeita caridade. O nosso amor a Deus leva-nos a seguir os seus conselhos, a cumprir os seus mandamentos, a confiar nas suas promessas (S. Hilário).

3. Assim, por meio do Decálogo, Deus preparava o homem para a sua amizade e para a concórdia com o próximo. Era o homem que tirava proveito de tudo isto, uma vez que Deus não tinha nenhuma necessidade do homem. Tudo isto contribuía para a glória do homem, suprindo o que lhe faltava, isto é, a amizade de Deus. Mas isto nada acrescentava a Deus, porque Deus não precisava do amor do homem (S. Ireneu).

4. Nós morremos com Cristo, e trazemos no nosso corpo a morte de Cristo, para que também a vida de Cristo se manifeste em nós. Por isso, já não é a nossa vida que vivemos, mas a de Cristo: vida de inocência, vida de castidade, vida de sinceridade, vida de todas as virtudes.

5. Descansar em Deus e contemplar as suas delícias, é o grande banquete da alegria plena e da tranquilidade sem fim (Santo Ambrósio).

6. Qual é a água que Ele há-de dar, senão aquela de que está escrito: Em vós está a fonte da vida? E não podem passar sede os que se inebriam com a abundância da vossa casa (Santo Agostinho).

7. A grandeza do homem, a sua glória e a sua dignidade consistem em conhecer onde está a verdadeira grandeza e segui-la de todo o coração, em buscar com ardor a glória que vem da glória do Senhor. Portanto, quem se gloria no Senhor de modo perfeito e irrepreensível é aquele que não se exalta com a sua própria justiça, mas reconhece que não a tem e compreende que só na fé em Cristo está a sua justificação (S. Basílio Magno).

8. Homem, sê para ti mesmo a medida da misericórdia; deste modo alcançarás misericórdia como quiseres, quanto quiseres e com a prontidão que quiseres basta que te compadeças dos outros com generosidade e prontidão (S. Pedro Crisólogo).

9. Se tu me dizes: “Mostra-me o teu Deus” eu posso responder-te: “Mostra-me o homem que há em ti, e eu te mostrarei o meu Deus”. Mostra-me, portanto, como vêem os olhos da tua mente e como ouvem os ouvidos do teu coração. A alma do homem deve ser pura como um espelho resplandecente. Quando um espelho está baço, não pode o homem contemplar nele o seu rosto; do mesmo modo, quando há pecado no homem, não lhe é possível ver a Deus (S. Teófilo de Antioquia).

10. Só a oração vence a Deus. Por isso ela não tem outra finalidade senão tirar do caminho da morte as almas dos defuntos, robustecer os fracos, curar os enfermos, libertar os possessos, abrir as portas dos cárceres, desatar as cadeias dos inocentes. Ela perdoa os pecados, afasta as tentações, extingue as perseguições, conforta os pusilânimes, enche de alegria os generosos, encaminha os peregrinos, acalma as tempestades, detém os salteadores, alimenta os pobres, ensina os ricos, levanta os que caíram, sustenta os que vacilam, confirma os que estão de pé (Tertuliano).

11. O clamor de Cristo fica sufocado em nós, se a língua não proclama aquilo em que o coração acredita. Para que o seu clamor não fique sufocado em nós, é preciso que cada um, na medida das suas possibilidades, dê a conhecer aos outros o mistério da sua vida nova (S. Gregório Magno).

12. Visitemos a Cristo, alimentemos a Cristo, tratemos as feridas de Cristo, vistamos a Cristo, recebamos a Cristo, honremos a Cristo. (…) Mas uma vez que o Senhor do Universo prefere a misericórdia ao sacrifício, uma vez que a compaixão tem muito mais valor do que a gordura de milhares de cordeiros, ofereçamos a misericórdia e a compaixão na pessoa dos pobres que hoje na terra são humilhados, de modo que, ao sairmos deste mundo, sejamos recebidos nas moradas eternas pelo mesmo Cristo nosso Senhor (S. Gregório de Nazianzo).

 

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O Senhor é rico em misericórdia

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Não és apenas tu quem comete muitas faltas: todos as cometemos. Mas o Senhor é paciente e rico em misericórdia. Na Sua Providência também pode tirar proveito das nossas faltas, se as colocamos diante do altar. “Tu, Senhor, não desprezas, um coração humilhado e contrito” (Salmo 50). Este é um dos meus versículos preferidos.

Santa Teresa Benedita da Cruz

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Um pensamento para cada dia da Quaresma – II

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1. E agora, os circuncisos de coração têm a vida por meio da nova circuncisão que se opera no verdadeiro Jordão, isto é, por meio do Baptismo para a remissão dos pecados (Afraates).

2. Nunca devemos julgar os homens perdidos sem remédio, nem deixar de ajudar com toda a diligência os que se encontram em perigo. Pelo contrário: reconduzamos ao bom caminho os que se extraviaram e afastaram da verdadeira vida, e alegremo-nos com o seu regresso à comunhão daqueles que vivem recta e piedosamente (S. Astério de Amasseia).

3. Ao ouvir esta palavra admirável, cheia de doçura, cheia de amor, cheia de imutável tranquilidade: Perdoa-lhes ó Pai, quem não correrá a abraçar com todo o afecto os seus inimigos? Perdoa-lhes ó Pai, disse Jesus. Poderá haver oração que exprima maior mansidão e caridade? Mas Jesus não se contentou com pedir; quis também desculpar, e acrescentou: Perdoa-lhes, ó Pai, porque não sabem o que fazem (B. Aelredo).

4. A Igreja acredita também que a chave, o centro e o fim de toda a história humana se encontra no seu Senhor e Mestre. A Igreja afirma, além disso, que, subjacente a todas as transformações, há muitas coisas que não mudam, cujo último fundamento é Cristo, o mesmo ontem, hoje e para sempre (Gaudium et Spes).

5. O Senhor fez sua a debilidade da nossa humilde condição, e se permanecermos no seu amor e na confissão do seu nome, venceremos o que Ele venceu e receberemos o que Ele prometeu. Por isso, quer se trate de cumprir os mandamentos ou de suportar a adversidade, há-de ressoar sempre aos nossos ouvidos a voz do Pai que assim se fez ouvir: Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência: escutai-O (S. Leão Magno).

6. Para os judeus, ao Egipto seguiu-se o deserto; para ti ao êxodo deste mundo seguir-se-á o Céu (S. João Crisóstomo).

7. Assim, a oração que se eleva, com toda a pureza, de um coração fiel, é como incenso que sobe do altar santo. Nenhum outro perfume é agradável a Deus; este incenso todos o devem oferecer ao Senhor (Santo Agostinho).

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Um pensamento para cada dia da Quaresma

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1. Percorramos todas as idades do mundo e veremos que em todas as gerações o Senhor concedeu o tempo favorável da penitênca a todos os que a Ele se quiseram converter. (…) Deste modo, imitando as obras grandiosas dos nossos ilustres antepassados, corramos de novo para a meta que nos foi proposta desde o princípio, que é a paz (S. Clemente).

2. É sem dúvida o banho da regeneração espiritual que nos faz homens novos; mas todos têm necessidade de se renovarem quotidianamente para remediar a ferrugem inerente à nossa condição mortal, e não há ninguém que não tenha de se esforçar para progredir no caminho da perfeição (S. Leão Magno).

3. Se queres ver restaurada em ti aquela morada que Deus edificou no primeiro homem, adorna a tua casa com a modéstia e a humildade, torna-a resplandecente com a luz da justiça, enfeita-a com o ouro das boas obras, e, em lugar das paredes e dos mosaicos, ornamenta-a com a fé e com a grandeza de ânimo; e, por cima de tudo, como cúpula e coroamento de todo o edifício, coloca a oração (S. João Crisóstomo).

4. Também não foi por precisar dos nossos serviços que nos mandou segui-l’O, mas para nos dar a salvação. Seguir o Senhor é receber a salvação, tal como seguir a luz é receber a luz (Santo Ireneu).

5. De facto, a nossa vida, enquanto somos peregrinos na terra, não pode estar livre de tentações, e o nosso aperfeiçoamento realiza-se precisamente através das provações. Ninguém se conhece a si mesmo se não for provado, ninguém pode receber a coroa se não tiver vencido, ninguém pode vencer se não combater, e ninguém pode combater se não tiver inimigos e tentações (Santo Agostinho).

6. Depois de tantos benefícios recebidos e de tantos outros que esperamos ainda, não teremos vergonha de Lhe negar a única retribuição que pede, o amor para com Ele e para com o próximo? Se Ele, que é Deus e Senhor, não se envergonha de ser chamado nosso Pai, ousaremos nós fechar o coração aos nossos irmãos? (S. Gregório de Nazianzo).

7. Os preceitos evangélicos, irmãos caríssimos, outra coisa não são que ensinamentos divinos, fundamentos para edificar a esperança, alicerces para consolidar a fé, alimento para revigorar o coração, leme para dirigir o caminho, refúgio para garantir a salvação. Enquanto instruem na terra os espíritos dóceis dos fiéis, conduzem-nos para o reino dos Céus (S. Cipriano).

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