As monjas e os monges

Mas existe outro grande testemunho que atravessa a história da fé: o das monjas e dos monges, irmãs e irmãos que renunciam a si, renunciam ao mundo para imitar Jesus no caminho da pobreza, da castidade e da obediência e para interceder a favor de todos. A vida deles fala por si só, mas nós poderíamos perguntar-nos: como podem pessoas que vivem no mosteiro ajudar o anúncio do Evangelho? Não seria melhor que empregassem as suas energias na missão?  Saindo do mosteiro e pregando o Evangelho fora do mosteiro? Na realidade, os monges são o coração pulsante do anúncio: a sua oração é oxigénio para todos os membros do Corpo de Cristo, a sua oração é a força invisível que sustenta a missão. Não é por acaso que a padroeira das missões é uma monja, Santa Teresa do Menino Jesus. Ouçamos como descobriu a sua vocação, escreveu o seguinte: «Compreendi que a Igreja tem um coração, um coração abrasado pelo amor. Entendi que só o amor impele os membros da Igreja à ação e que, quando este amor se apaga, os apóstolos já não anunciariam o Evangelho, os mártires já não derramariam o seu sangue. Compreendi e descobri que o amor abarca em si todas as vocações […]. Então, com imensa alegria e êxtase de alma, clamei: Ó Jesus, meu amor, finalmente encontrei a minha vocação. A minha vocação é o amor. […] No coração da Igreja, minha mãe, serei o amor» (Manuscrito autobiográfico “B”, 8 de setembro de 1896). Os contemplativos, os monges, as monjas: pessoas que rezam, trabalham, oram em silêncio, por toda a Igreja. E este é o amor: é o amor que se exprime orando pela Igreja, trabalhando pela Igreja, nos mosteiros.

Papa Francisco, Audiência Geral, 26, de Abril, 2023

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Fica connosco, Senhor

Neste terceiro Domingo da Páscoa, o Evangelho narra o encontro de Jesus ressuscitado com os discípulos de Emaús (cfr. Lc 24, 13-35). Trata-se de dois discípulos que, resignados perante a morte do Mestre, no dia de Páscoa decidem abandonar Jerusalém e voltar para casa… Enquanto caminham, (Jesus) ajuda-os a reler os acontecimentos de modo diferente, à luz das profecias, da Palavra de Deus, de tudo o que fora anunciado ao povo de Israel. Reler: isto é o que Jesus faz com eles, ajuda-os a reler.

De facto, também para nós é importante reler a nossa história juntamente com Jesus: a história da nossa vida, de um certo período, dos nossos dias, com as desilusões e as esperanças. Então também nós, como os discípulos de Emaús, somos chamados a estar com Ele para que, quando a noite chegar, Ele permaneça connosco (cf. v. 29).

Há um bom modo para realizar isto, que gostaria de vos propor hoje: consiste em dedicar algum tempo, em cada noite, para fazer um breve exame de consciência. O que aconteceu hoje dentro de mim? Esta é a pergunta. Trata-se de reler a jornada com Jesus: abrir-lhe o coração, entregar-lhe as pessoas, as decisões, os medos, as quedas, as esperanças, tudo o que aconteceu; para aprender gradualmente a ver as coisas com um olhar diferente e não somente com os nossos próprios olhos. Deste modo podemos reviver a experiência daqueles dois discípulos. Perante o amor de Cristo, mesmo o que nos parece cansativo e inútil, pode aparecer sob outra luz: uma cruz difícil de abraçar, a decisão de perdoar uma ofensa, uma vitória alcançada, o cansaço do trabalho, a sinceridade que custa, as provas da vida familiar… aparecer-nos-ão sob uma luz nova, a luz do Crucificado Ressuscitado, que sabe transformar cada queda num passo em frente. Mas para realizar isto é necessário deixar as defesas, dar tempo e espaço a Jesus, não esconder-lhe nada, entregar-lhe as misérias, deixar-se ferir pela sua verdade, permitir que o coração vibre com o alento da sua Palavra.

Papa Francisco, Regina Caeli, 23 de Abril, 2023

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Censurou-lhes a falta de fé

O abalo provocado pela paixão foi tão forte que os discípulos (pelo menos alguns) não acreditaram imediatamente na notícia da ressurreição. Longe de nos apresentar uma comunidade tomada de exaltação mística, os evangelhos apresentam-nos os discípulos abatidos (de «rosto sombrio»: Lc 24, 17) e apavorados (559). Foi por isso que não acreditaram nas santas mulheres, regressadas da sua visita ao túmulo, e ‘as suas narrativas pareceram-lhes um desvario’ (Lc 24,11). (560). Quando Jesus apareceu aos onze, na tarde do dia de Páscoa, “censurou-lhes a falta de fé e a teimosia em não quererem acreditar naqueles que O tinham visto ressuscitado” (Mc 16,14).

Catecismo da Igreja Católica, nº 643

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Só a caridade permanece

Os carismas mais brilhantes, seja qual for a sua eficácia prática para o bem do próximo e para a edificação da Igreja, não têm nenhum valor para aquele que os possui sem caridade. Só a caridade permanece e tem um valor de eternidade, pois é participação da vida de Deus.

Beato Pe. Eugénio Maria do Menino Jesus

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2º Domingo da Páscoa: Domingo da Divina Misericórdia

Em 30 de Abril do ano 2000, o Papa São João Paulo II consagrou o Domingo II da Páscoa como «Domingo da Divina Misericórdia». Compreende-se que, nesse mesmo dia, tenha canonizado a religiosa e mística polaca Santa Faustina Kowalska (1905-1938), primeira canonização do novo milénio, que, no seu “Diário”, registava o pedido que lhe fazia Jesus de a Igreja vir a instituir solenemente o primeiro Domingo depois da Páscoa (como então se dizia) como Festa da Divina Misericórdia.

Oração de Santa Faustina para pedir um coração misericordioso

Senhor, desejo transformar-me toda na Misericórdia e ser o vosso vivo reflexo. Que o mais grandioso atributo de Deus, a sua insondável Misericórdia, possa penetrar pelo meu coração e através da minha alma em direcção aos outros.
Ajudai-me, Senhor, para que os meus olhos sejam misericordiosos: que não suspeite de ninguém e não julgue segundo as aparências exteriores. Que eu apenas observe o que é belo na alma do próximo e que vá em seu socorro.
Ajudai-me, Senhor, para que os meus ouvidos sejam misericordiosos: que eu esteja sempre atenta às necessidades dos outros, e os meus ouvidos não sejam indiferentes às dores e aos gemidos do próximo.
Ajudai-me, Senhor, para que a minha língua seja misericordiosa: que eu nunca diga mal dos outros, mas tenha para cada um palavras de consolação e de perdão.
Ajudai-me, Senhor, para que as minhas mãos sejam misericordiosas e cheias de boas obras: que só possa fazer bem ao próximo, reservando-me os trabalhos mais duros e difíceis.
Ajudai-me, Senhor, para que os meus pés sejam misericordiosos: que eu esteja sempre pronta a ir ajudar o meu próximo, dominando o próprio cansaço e fadiga. Que o meu verdadeiro descanso seja servir os outros.
Ajudai-me, Senhor, para que o meu coração seja misericordioso: que eu sinta todos os sofrimentos dos outros.
A ninguém negarei o meu coração. Que eu conviva sinceramente, mesmo com os que sei que hão-de abusar da minha bondade. Que, por mim mesma, me encerrarei no Misericordiosíssimo Coração de Jesus e guardarei silêncio sobre os meus próprios sofrimentos.
Ó meu Senhor, que habite em mim a vossa Misericórdia. Ó meu Jesus, transformai-me em Vós, já que tudo podeis.

Santa Faustina Kowalska

Ó Jesus! Se eu pudesse dizer a todas as pequenas almas quão inefável é a tua condescendência!… Sinto que, se por um impossível, encontrasses uma alma mais débil, mais fraca do que a minha, deleitar-Te-ias a cumulá-la de favores ainda maiores, se ela se abandonasse com inteira confiança à Tua misericórdia infinita.

Santa Teresinha do Menino Jesus

 

 

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Rainha do Céu

– Rainha dos céus, alegrai-vos. Aleluia!
– Porque Aquele que merecestes trazer em vosso seio. Aleluia!
– Ressuscitou como disse. Aleluia!
– Rogai por nós a Deus. Aleluia!
– Alegrai-vos e exultai, ó Virgem Maria. Aleluia! 
– Porque o Senhor ressuscitou, verdadeiramente. Aleluia!

Oremos: Ó Deus, que na gloriosa ressurreição do vosso Filho, restituístes a alegria ao mundo inteiro, pela intercessão da Virgem Maria, concedei-nos gozar a alegria da vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor. Amen.

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A fé dos cristãos é a ressurreição de Cristo

– O conteúdo do testemunho cristão não é uma teoria, mas uma mensagem de salvação, um acontecimento concreto, aliás, uma Pessoa: é Cristo ressuscitado, vivo e único Salvador de todos. (Papa Francisco).

– Não é grande coisa acreditar que Cristo morreu; pois isso também é acreditado pelos pagãos e judeus e todos os ímpios: todos eles acreditam que ele morreu. A fé dos cristãos é a ressurreição de Cristo. (Santo Agostinho).

– Maria de Magdala e as santas mulheres, que vinham terminar de embalsamar o corpo de Jesus, sepultado às pressas, devido à chegada do Sábado, na tarde da Sexta-feira Santa, foram as primeiras a encontrar o Ressuscitado. Assim, as mulheres foram as primeiras mensageiras da Ressurreição de Cristo para os próprios apóstolos. Foi a eles que Jesus apareceu em seguida, primeiro a Pedro, depois aos Doze. Pedro, chamado a confirmar a fé de seus irmãos, vê portanto, o Ressuscitado antes deles, e é baseada no testemunho dele que a comunidade exclama: “É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão” (Lc 24,34). (Catecismo da Igreja Católica, nº 641)

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Domingo de Páscoa 2023

– Vede-O ressuscitado, pois o simples imaginar que Ele saiu do sepulcro vos alegrará. Com que esplendor, com que formosura, com que majestade, quão vitoriosa, quão alegre! Como quem se saiu bem da batalha onde conquistou um reino tão importante, que Ele deseja dar-vos por inteiro, junto Consigo. (Santa Teresa de Jesus).

– Jesus não regressou a uma vida humana normal deste mundo, como Lázaro e os outros mortos que Jesus ressuscitou. Ele entrou numa vida diferente, nova; na imensidão de Deus. (Bento XVI).

– O mistério da ressurreição de Cristo é um acontecimento real, com manifestações historicamente verificadas, como atesta o Novo Testamento. Já São Paulo, por volta do ano 56, pôde escrever aos Coríntios: «Transmiti-vos, em primeiro lugar, o mesmo que havia recebido: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras: a seguir, apareceu a Pedro, depois aos Doze». O Apóstolo fala aqui da tradição viva da Ressurreição, de que tinha tomado conhecimento após a sua conversão, às portas de Damasco. (Catecismo da Igreja Católica, nº 639).

Oração

Senhor Deus do universo, que, neste dia, pelo vosso Filho unigénito, vencedor da morte, nos abristes as portas da eternidade, concedei-nos que, celebrando a solenidade da ressurreição de Cristo, renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos para a luz da vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,por todos os séculos dos séculos.


Este é o dia que o Senhor fez: exultemos e cantemos de alegria.
SANTA E FELIZ PÁSCOA 2023

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Sábado santo

No Sábado santo a Igreja permanece em oração com Maria, a Mãe de Jesus. Se a Sexta-feira santa é a “hora” de Jesus para a qual se encaminhava toda a sua existência, o Sábado santo é a “hora” de Maria. Ela é a imagem da Igreja Virgem que vela junto à sepultura do seu Esposo, à espera de celebrar a sua ressurreição.

– Quando, sobre a Cruz, Jesus disse à Sua Mãe, indicando-lhe João: “Eis o teu filho”, tu estavas presente no pensamento de Jesus! E Ele deu-te a Maria! Ela viu-te e acolheu-te! Oh, ama-A e vive no Seu Coração. (Beata Maria Cândida da Eucaristia).

– O meu coração está completamente colocado na vontade de Deus, por isso permaneço em profunda paz. (Santa Teresinha do Menino Jesus).

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Sexta-feira santa

Era um Cristo com grandes chagas que inspirava tamanha devoção que eu, de vê-Lo, fiquei perturbada, visto que representava bem o que Ele passou por nós. Foi tão grande o meu sentimento por ter sido tão mal-agradecida àquelas chagas que o meu coração quase se partiu; lancei-me a seus pés, derramando muitas lágrimas e suplicando-lhe que me fortalecesse de uma vez para que eu não O ofendesse… Ficava pensando no suor e na aflição que ele sofrera, desejando, caso fosse possível, enxugar-Lhe o suor tão doloroso, mas lembro-me de que nunca ousei fazê-lo, pois vinham à lembrança os meus graves pecados; eu ficava ali, com Ele.

Santa Teresa de Jesus

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