Do Advento ao Natal: 16º passo

Dia 16: Rezar ao Senhor para que te faça conhecer a sua vontade

Abre, Senhor, o meu coração à tua lei e ensina-me a caminhar nos teus preceitos. Faz-me compreender a tua vontade e recordar com grande respeito e consideração os teus benefícios, tanto em geral como em particular, para que por eles te consiga dar graças de maneira digna. Mas reconheço e confesso que nem a mais pequena das tuas graças posso agradecer devidamente. Sou menos que qualquer dos bens que me deste, e quando considero a tua generosidade, o meu espírito perde-se nessa grandeza.

Resolução: Recordar os benefícios sentidos quando se seguiu a vontade do Senhor. Ser pessoa grata, porque Deus está sempre presente.

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Do Advento ao Natal: 15º passo

Dia 15: Procurar a consolação da alma que vem do Senhor

Ó Jesus, esplendor da eterna glória, consolação da alma peregrina! Diante de ti está muda a minha boca, e o meu silêncio fala-te. Até quando tardará o meu Senhor? Que Ele se aproxime do seu pobre e que o alegre; que imponha a sua mão e o arranque de toda a angústia. Vem, vem! Porque, sem ti, não haverá hora ou dia alegre – Tu és a minha alegria –, e sem ti está vazia a minha mesa. Sou infeliz, qual prisioneiro carregado de correntes, até que me reanimes com a luz da tua presença, me dês a liberdade e mostres a tua face amiga. Procuram outros, em vez de ti, algo que lhes agrade; mas a mim nada agrada, nem agradará, senão Tu, ó meu Deus, minha esperança, eterna salvação. Não me calarei, nem cessarei de pedir, até que volte a tua graça e fales à minha alma.

Resolução: Na aridez, recorrer ao Senhor com maior insistência. Procurar nele a consolação, e não naquilo que não pode dar.

 

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3º Domingo do Advento – Ano B

João Baptista veio para dar testemunho da luz (Jo 1, 7)

É curioso como o 4º Evangelho apresenta a figura de João Baptista. É um «homem», sem qualificativos ou precisões. Nada é dito sobre a sua origem ou condição social. Ele próprio sabe que não é importante. Não é o Messias, não é Elias, nem sequer é o Profeta que todos esperam. Só se vê a si mesmo como «a voz que grita no deserto: Preparai o caminho do Senhor». No entanto, Deus envia-O como «testemunha da luz», capaz de despertar a fé de todos. Uma pessoa que pode espalhar luz e vida. Que é ser testemunha da luz?

A testemunha é como João. Não dá importância a si mesmo. Não procura ser original ou chamar a atenção. Não tenta impressionar ninguém. Simplesmente vive a sua vida de uma forma convincente. Vê-se que Deus ilumina a sua vida. Irradia esse mesmo Deus no seu modo de viver e acreditar.

A testemunha da luz não fala muito, mas é uma voz. Vive algo inconfundível. Comunica o que a faz viver. Não diz coisas sobre Deus, mas contagia «algo». Não ensina doutrina religiosa, mas convida a acreditar. A vida da testemunha atrai e desperta interesse. Não culpabiliza ninguém. Não condena. Contagia confiança em Deus, liberta de medos. Abre sempre caminhos. É como João Baptista, «abre o caminho para o Senhor».

A testemunha sente-se débil e limitada. Muitas vezes comprova que a sua fé não encontra apoio nem eco social. Inclusive vê-se rodeado de indiferença ou rejeição. Mas a testemunha de Deus não julga ninguém. Não vê os outros como adversários que tem de combater ou convencer: Deus sabe como encontrar-se com cada um dos seus filhos e filhas.

Diz-se que o mundo actual está a converter-se num «deserto», mas a testemunha revela que sabe algo sobre Deus e o amor, sabe algo sobre a «fonte» e de como se acalma a sede de felicidade que há no ser humano. A vida está cheia de pequenas testemunhas. São crentes simples e humildes, conhecidos apenas por aqueles à sua volta. Pessoas muito boas. Vivem da verdade e do amor. Eles “abrem-nos o caminho” para Deus. São o melhor que temos na Igreja (José Antonio Pagola)

Palavra para o caminho

João retirou-se para o deserto, despojando-se de tudo o que era supérfluo, para ser mais livre e seguir o vento do Espírito Santo. Certamente, alguns traços da sua personalidade são únicos, irrepetíveis, não são possíveis a todos. Mas o seu testemunho é paradigmático para qualquer pessoa que queira procurar o sentido da  vida e encontrar a verdadeira alegria. Em particular, o Baptista é modelo para quantos na Igreja  são chamados a proclamar Cristo aos outros: só o podem fazer se se afastarem de si mesmos e da mundanidade, não atraindo as pessoas para si, mas orientando-as para Jesus. A alegria é isto: orientar para Jesus. E a alegria deve ser a característica da nossa fé (Papa Francisco, Angelus, 13 de Dezembro, 2020).

 

 

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Do Advento ao Natal: 14º passo

Dia 14: Repousar em Deus e estar pronto a deixar tudo por seu amor

Acima de tudo e em tudo descansarás, ó minha alma, no Senhor, pois é Ele o repouso eterno dos santos. Concede-me, doce e amado Jesus, que em ti descanse mais do que em toda a criatura; mais que na saúde e na beleza, que em toda a honra e glória, que em todo o poder e dignidade; mais que em toda a ciência e subtileza, que em todas as artes e riquezas, que em toda a alegria e júbilo; mais que em toda a fama e louvor, que em toda a suavidade e consolação, que em toda a esperança e toda a promessa; mais que em todo o merecimento ou desejo, que em todos os bens e tributos que podes dar e derramar, que em todo o gáudio e exultação que o espírito pode experimentar e sentir; e mais, finalmente, do que nos anjos e arcanjos e todo o exército do Céu, mais que em todas as coisas visíveis e invisíveis, mais que em tudo o que não és Tu, ó meu Deus.

Resolução: Preparar o Natal ocupando-se mais com Deus, em vez de se deixar ocupar pelo frenesim deste tempo.

 

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Do Advento ao Natal: 13º passo

Dia 13: Viver na Terra, desejar o Céu

Oxalá, ó forte Deus de Israel, zelador das almas fiéis, olhes para o sofrimento e para a dor do teu servo, e que o assistas em todas as coisas, em tudo o que empreender. Enche-me com a fortaleza do Céu, para que o homem velho, a mísera carne, ainda não totalmente submetida ao espírito, e contra a qual teremos de combater enquanto respirarmos nesta triste vida, não consiga dominar.

Censura-se frequentemente ao mundo o ser mentiroso e vão, mas nem por isso o deixamos mais facilmente, pois somos dominados pelo desejo da carne. Umas coisas levam-nos a amá-lo, outras a desprezá-lo. A amá-lo, o desejo da carne, o desejo dos olhos e o orgulho da vida; a odiá-lo e a aborrecê-lo, as penas e misérias que justamente os seguem.

Resolução: Pedir a Deus para que alimente o amor por Ele, e assim a sua vontade não será peso, mas bem-aventurança.

 

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Do Advento ao Natal: 12º passo

Dia 12: Declarar a fraqueza

Confessarei contra mim a minha injustiça, confessar-te-ei, Senhor, a minha fraqueza. Muitas vezes, por pouca coisa me abato e torno triste. Prometo portar-me com mais coragem, mas, assim que vem a tentação, faz-se grande a minha angústia. E, por vezes, é bem desprezível a coisa de que me vem a grande tentação. Quando me julgo de certo modo seguro, quando nada sinto, dou comigo às vezes quase vencido por um ligeiro sopro. Vê, pois, Senhor, a minha pequenez e a minha fraqueza, que em tudo encontras; tem misericórdia de mim, e arranca-me do lodo para que não me atole e não fique caído para sempre. O que tantas vezes me dói e me envergonha diante de ti é a facilidade com que caio e a minha fraqueza em resistir às paixões. Por aqui bem vejo a minha fraqueza, visto que essas loucas fantasias entram bem mais facilmente em meu espírito do que dele saem.

Resolução: Reconhecer e meditar na fraqueza própria.

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A oração de súplica

A oração cristã é plenamente humana: inclui o louvor, mas também a súplica. Quando os discípulos pedem a Jesus que lhes ensine a rezar, Ele o faz com a oração do “Pai-Nosso”. Nesta, pedimos a Deus os dons mais elevados, mas também as coisas mais simples de cada dia como o pão quotidiano, o perdão e o auxílio divino nas tentações. Pedir, suplicar: isto é muito humano! Somos criaturas que pelo pecado nos afastamos de Deus. A oração de súplica é um retorno a Ele. A ilusão da auto-suficiência do ser humano rapidamente se desvanece quando experimentamos tempos escuros, momentos difíceis. Nestas situações aparentemente sem solução, a nossa única saída é a súplica: “Ajudai-me, Senhor!”. Esta oração permite que suaves fachos de luz penetrem nas trevas mais escuras. Assim, não devemos escandalizar-nos se sentirmos a necessidade de orar mais intensamente quando estamos a passar por dificuldades. É verdade que devemos aprender a rezar intensamente também nos momentos bons e alegres, mas jamais deveríamos sufocar o clamor que surge espontaneamente nas provações. Deus responderá! A Bíblia repete-o várias vezes: Deus escuta o clamor de quem o invoca! O Pai do Céu quer dar-nos o seu Espírito, que anima cada oração e transforma todas as coisas. Até mesmo a morte recua diante de um cristão que reza, pois sabe que o orante possui um aliado mais forte do que ela: o Senhor Ressuscitado! A morte já foi derrotada em Cristo, e virá o dia no qual tudo será definitivo, e ela não poderá mais fazer escárnio da nossa vida e da nossa felicidade (Papa Francisco, Resumo da Audiência Geral, 9 de Dezembro, 2020).

Catequese completa da Audiência Geral

http://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2020/documents/papa-francesco_20201209_udienza-generale.html

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Do Advento ao Natal: 11º passo

Dia 11: As tribulações fortalecem a alma

Sê pronto para a luta, se queres conseguir vitória. Não podes, sem combate, alcançar a coroa da paciência. Se não queres sofrer, recusas-te a ganhar. Mas, se queres ganhar, combate corajosamente e aguenta com paciência. Não se alcança o repouso sem trabalho, nem sem luta se chega à vitória.

Faça-se, Senhor, possível pela graça o que impossível me parece pela natureza. Sabes o pouco que posso sofrer e quão depressa desanimo à mais pequena adversidade.

Resolução: Na profundidade do teu coração, pedir a Deus que ajude a identificar com Ele as tribulações, e entregá-las.

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Ano de São José (2020 – 2021)

Para celebrar os 150 anos da declaração do São José como Padroeiro da Igreja Universal, através do decreto Quemadmodum Deus, assinado em 8 de Dezembro de 1870, pelo Beato Pio IX, o Papa Francisco convoca o “Ano de São José” (8 de Dezembro de 2020 – 8 de Dezembro de 2021) com a Carta apostólica Patris corde – Com coração de Pai.

Pai amado, pai na ternura, na obediência e no acolhimento, pai com coragem criativa, trabalhador, sempre na sombra, com estas palavras, o Papa Francisco descreve São José na Carta apostólica, Patris corde – Com coração de Pai,  publicada hoje, 8 de Dezembro de 2020.

Diz o Papa: “Todos os dias, há mais de quarenta anos, depois das Laudes, recito uma oração a São José tirada dum livro francês de devoções, do século XIX, da Congregação das Religiosas de Jesus e Maria, que expressa devoção, confiança e um certo desafio a São José: «Glorioso Patriarca São José, cujo poder consegue tornar possíveis as coisas impossíveis, vinde em minha ajuda nestes momentos de angústia e dificuldade. Tomai sob a vossa protecção as situações tão graves e difíceis que Vos confio, para que obtenham uma solução feliz. Meu amado Pai, toda a minha confiança está colocada em Vós. Que não se diga que eu Vos invoquei em vão, e dado que tudo podeis junto de Jesus e Maria, mostrai-me que a vossa bondade é tão grande como o vosso poder. Amen»”.

Para consultar Patris corde – Com coração de Pai:

http://www.vatican.va/…/letteraapostolica-patriscorde.html

Oração

Salve, guardião do Redentor e esposo da Virgem Maria! A vós, Deus confiou o seu Filho; em vós, Maria depositou a sua confiança; convosco, Cristo tornou-Se homem. Ó Bem-aventurado José, mostrai-vos pai também para nós e guiai-nos no caminho da vida. Alcançai-nos graça, misericórdia e coragem, e defendei-nos de todo o mal. Amen.

 

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Do Advento ao Natal: 10º passo

Dia 10: Viver alimentando a paciência

Não é verdadeiramente paciente o que não quer sofrer senão o que lhe agrada e de quem lhe agrada. O que tem real paciência não olha a quem o faz sofrer, se é seu superior, se é igual a si ou seu inferior, se é bom e santo, ou se é mau e indigno; mas aceita indiferentemente tudo de qualquer criatura todas as vezes que lhe sucede algo de mal, e tudo recebe reconhecidamente da mão de Deus, tendo-o como grande bem; porque, para Deus, qualquer coisa, mesmo pequena, por amor dele sofrida, não pode deixar de ter merecimento.

Resolução: Ter presente na mente e no coração que o que se sofre e faz por amor a Deus tem grande merecimento.

 

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