Qualquer guerra deixa o mundo pior do que no estado em que o encontrou. A guerra é sempre um fracasso da política e da humanidade, uma capitulação vergonhosa, uma derrota diante das forças do mal.
Papa Francisco
AbrirQualquer guerra deixa o mundo pior do que no estado em que o encontrou. A guerra é sempre um fracasso da política e da humanidade, uma capitulação vergonhosa, uma derrota diante das forças do mal.
Papa Francisco
AbrirA Quaresma é um tempo favorável de renovação pessoal e comunitária que nos conduz à Páscoa de Jesus Cristo morto e ressuscitado. Aproveitemos o caminho quaresmal de 2022 para refletir sobre a exortação de São Paulo aos Gálatas: «Não nos cansemos de fazer o bem; porque, a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido. Portanto, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos» (Gal 6, 9-10a).
Não nos cansemos de rezar. Jesus ensinou que é necessário «orar sempre, sem desfalecer» (Lc 18, 1). Precisamos de rezar, porque necessitamos de Deus. A ilusão de nos bastar a nós mesmos é perigosa. No meio das tempestades da história, encontramo-nos todos no mesmo barco, pelo que ninguém se salva sozinho; mas sobretudo ninguém se salva sem Deus, porque só o mistério pascal de Jesus Cristo nos dá a vitória sobre as vagas tenebrosas da morte.
Não nos cansemos de extirpar o mal da nossa vida. Possa o jejum corporal, a que nos chama a Quaresma, fortalecer o nosso espírito para o combate contra o pecado. Não nos cansemos de pedir perdão no sacramento da Penitência e Reconciliação, sabendo que Deus nunca Se cansa de perdoar. Não nos cansemos de combater a concupiscência, fragilidade esta que inclina para o egoísmo e todo o mal, encontrando no decurso dos séculos vias diferentes para fazer precipitar o homem no pecado (cf. Enc. Fratelli tutti, 166).
Não nos cansemos de fazer o bem, através duma operosa caridade para com o próximo. Durante esta Quaresma, exercitemo-nos na prática da esmola, dando com alegria (cf. 2 Cor 9, 7). Deus, «que dá a semente ao semeador e o pão em alimento» (2 Cor 9, 10), provê a cada um de nós os recursos necessários para nos nutrirmos e ainda para sermos generosos na prática do bem para com os outros. Acolhamos o apelo a praticar o bem para com todos, reservando tempo para amar os mais pequenos e indefesos, os abandonados e desprezados, os discriminados e marginalizados (cf. Enc. Fratelli tutti, 193).
Mensagem completa do Papa Francisco para a Quaresma 2022
AbrirNão esqueçamos que tanto na cultura familiar como na social os idosos são as raízes da árvore: têm toda a história ali, e os jovens são como as flores e os frutos. Se o sumo não vier, se não tiver este “soro” – digamos – das raízes, nunca poderão florescer. Não esqueçamos aquele poeta que já citei muitas vezes: “Tudo o que a árvore tem de florescido vem do que está enterrado” (Francisco Luis Bernárdez). Tudo o que uma sociedade tem de bom está relacionado com as raízes dos idosos. Por esta razão, nestas catequeses, gostaria que a figura do idoso fosse posta em evidência, que se compreendesse bem que o ancião não é um material de descarte: é uma bênção para a sociedade.
Papa Francisco, Catequese sobre a velhice, 23 de Fevereiro, 2022
AbrirAi de nós se pensarmos que um casamento está a correr bem se não tem crises. Aquilo que o fortalece é precisamente a capacidade de as vencer. Isto é, não se espantar que aconteçam, mobilizar-se com humildade e criatividade para as superar, sem acusar o outro, aprofundar a relação e aprender algo com o processo. Para quem não perdeu a visão de conjunto, a crise não é o fim, é uma mudança de capítulo.
Vasco P. Magalhães, sj
AbrirDurante a sua paixão, no seu injusto julgamento perante o sumo sacerdote, a um certo ponto (Jesus) recebe uma bofetada de um dos guardas. E como se comporta Ele? Não o insulta, não, diz ao guarda: «Se falei mal, prova-o. Mas se falei bem, por que me bates?» (Jo 18, 23). Pergunta o motivo sobre o mal recebido. Oferecer a outra face não significa sofrer em silêncio, ceder à injustiça. Com a sua pergunta Jesus denuncia o que é injusto. Fá-lo sem raiva nem violência, mas com gentileza. Ele não quer desencadear uma discussão, mas desanuviar o rancor, isto é importante: extinguir o ódio e ao mesmo tempo a injustiça, procurando recuperar o irmão culpado. Isto não é fácil, mas Jesus fê-lo e diz-nos para o fazer também nós. Isto significa oferecer a outra face: a mansidão de Jesus é uma resposta mais forte do que a bofetada que recebeu. Oferecer a outra face não é o recuo do perdedor, mas a acção de quem tem mais força interior. Oferecer a outra face é vencer o mal com o bem, abrindo uma brecha no coração do inimigo, desmascarando o absurdo do seu ódio. E esta atitude, oferecer a outra face, não é ditada pelo cálculo nem pelo ódio, mas pelo amor. Estimados irmãos e irmãs, é o amor gratuito e imerecido que recebemos de Jesus, que gera no coração um modo de agir semelhante ao seu, que rejeita qualquer vingança. Estamos habituados às vinganças: “Fizeste-me isto, far-te-ei aquilo”, ou a guardar ressentimentos no coração, um rancor que fere e destrói a pessoa.
Papa Francisco, Angelus, 20 de Fevereiro, 2022
AbrirSe não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças, não entrareis no reino dos Céus (Mt 18, 3).
Oração
Deus de bondade e fonte de santidade,
que fizestes dos Bem-aventurados
Francisco e Jacinta Marto
duas candeias para iluminar a Humanidade,
exaltai os humildes que na Vossa luz vêem a luz,
a fim de que a todos seja dado contemplar
os caminhos que conduzem ao Vosso Coração.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Amen.
O Evangelho deste Domingo (7º Domingo do Tempo Comum – Ano B) contém uma das palavras mais típicas e fortes da pregação de Jesus: “Amai os vossos inimigos” (Lc 6, 27)… Mas qual é o sentido desta sua palavra? Por que Jesus pede para amar os próprios inimigos, isto é, um amor que excede as capacidades humanas?
Na realidade, a proposta de Cristo é realista, pois considera que no mundo existe demasiada violência, demasiada injustiça, e portanto, não se pode superar esta situação excepto se lhe contrapuser um algo mais de amor, um algo mais de bondade. Este “algo mais” vem de Deus: é a sua misericórdia, que se fez carne em Jesus e que sozinha pode “inclinar” o mundo do mal para o bem, a partir daquele pequeno e decisivo “mundo” que é o coração do homem.
Exactamente esta página evangélica é considerada a magna carta da não-violência cristã, que não consiste em entregar-se ao mal segundo uma falsa interpretação do “oferecer a outra face” (cf. Lc 6, 29) mas em responder ao mal com o bem (cf. Rm 12, 17-21), quebrando dessa forma a corrente da injustiça. Então, compreende-se que a não-violência para os cristãos não é um mero comportamento táctico, mas um modo de ser da pessoa, uma atitude de quem está tão convicto do amor de Deus e do seu poder, que não tem medo de enfrentar o mal somente com as armas do amor e da verdade. O amor ao inimigo constitui o núcleo da “revolução cristã”, uma revolução baseada não em estratégias de poder económico, político ou mediático. A revolução do amor, um amor que definitivamente não se apoia nos recursos humanos, mas é dom de Deus que se obtém confiando unicamente e sem reservas na sua bondade misericordiosa. Eis a novidade do Evangelho, que muda o mundo sem fazer rumor. Eis o heroísmo dos “pequenos”, que crêem no amor de Deus e o difundem até à custa da vida.
Bento XVI, Angelus, 18 de Fevereiro de 2007
AbrirSalve, guardião do Redentor
e esposo da Virgem Maria!
A vós, Deus confiou o seu Filho;
em vós, Maria depositou a sua confiança;
convosco, Cristo tornou-Se homem.
Ó Bem-aventurado José, mostrai-vos pai também para nós
e guiai-nos no caminho da vida.
Alcançai-nos graça, misericórdia e coragem,
e defendei-nos de todo o mal.
Amen.
Papa Francisco, Catequese “São José, Padroeiro da Igreja Católica ”, 16 de Fevereiro, 2022.
https://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2022/documents/20220216-udienza-generale.html
AbrirGlorioso Patriarca São José, cujo poder sabe tornar possíveis coisas impossíveis, vinde em meu auxílio nestes momentos de angústia e dificuldade. Tomai sob a vossa protecção as situações muito graves e difíceis que vos confio, para que possam ter uma solução feliz. Meu amado Pai, toda a minha confiança está depositada em vós. Que não se diga que vos invoquei em vão, e dado que tudo podeis junto de Jesus e Maria, mostrai-me que a vossa bondade é grande como o vosso poder”.
Oração a São José, “à qual estou particularmente ligado e que recito todos os dias há mais de 40 anos. É uma oração que encontrei num livro de preces das Irmãs de Jesus e Maria, de 1700, do final do século XVIII” (Papa Francisco).
AbrirAs bem-aventuranças, de facto, definem a identidade do discípulo de Jesus. Podem parecer estranhas, quase incompreensíveis para quem não é discípulo, mas se nos perguntarmos como é um discípulo de Jesus, a resposta é justamente as bem-aventuranças. É assim.
Vejamos a primeira, que é a base de todas as outras: “Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus” (v. 20). Bem-aventurados vós, os pobres. Jesus diz duas coisas sobre os seus: que são felizes e que são pobres; e mais, que são felizes porque são pobres.
Em que sentido? No sentido de que o discípulo de Jesus não encontra a sua alegria no dinheiro, no poder ou noutros bens materiais, mas nos dons que recebe todos os dias de Deus: a vida, a criação, os irmãos e as irmãs, etc.: são dons da vida. Até os bens que possui ele os compartilha com gosto, porque vive na lógica de Deus. E qual é a lógica de Deus? A gratuidade. O discípulo aprendeu a viver na gratuidade.
Esta pobreza é também uma atitude em relação ao sentido da vida, porque o discípulo de Jesus não acredita que a possui, que já sabe tudo, mas que sabe que deve aprender todos os dias. E isso é uma pobreza: a consciência de ter que aprender todos os dias. O discípulo de Jesus, por ter essa atitude, é uma pessoa humilde e aberta, sem preconceitos nem rigidez.
Papa Francisco, Angelus, 13 de Fevereiro. 2022
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