Abandona-te à Providência de Deus

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Que também tu te abandones à Sua Providência. Que bem cuidado está o que se fia em Deus! Na oração ocupa-te em adquirir esta confiança em ti pois tens necessidade disso. Essa confiança supõe a fé na Sua Providência e a Providência é o cuidado e a solicitude paternal que Deus tem connosco. Deixemos que Deus cuide de nós, que nos governe, que nos guie, e esta confiança nos protegerá contra as horríveis inquietações, ânsias e temores que nos assaltam, procedentes das nossas próprias ilusões.

Oferece-te a Nossa Senhora na oração, coloca-te sob a sua protecção e confia n’Ela. Confiemos em Deus e na Sua Mãe, confiemos-lhe as nossas coisas e não seremos defraudados nem confundidos nas nossas esperanças.

Beato Francisco Palau

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Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 1,39-56)

Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direcção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor».

Maria disse então: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da sua serva: de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas: Santo é o seu nome. A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre». Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e depois regressou a sua casa.

Reflexão

Os evangelistas apresentam a Virgem Maria com traços que podem ajudar-nos a reavivar a nossa devoção por ela. A maneira como a apresentam é uma preciosa ajuda para a amar, meditar acerca da sua vida, imitá-la, dirigir-nos a ela na oração e ter mais confiança nela.

Maria é a grande crente. A primeira discípula de Jesus. A mulher que sabe meditar no seu coração os acontecimentos e as palavras do seu Filho. A profetisa que canta Deus, salvador dos pobres. A mãe fiel que permanece junto do seu Filho perseguido, condenado e executado na cruz. Testemunha de Cristo ressuscitado, que acolhe junto dos discípulos o Espírito que acompanhará sempre a Igreja de Jesus.

O evangelista Lucas convida-nos a fazer nosso o canto de Maria, o “Magnificat”. Nele brilha em todo o seu esplendor a fé de Maria e a sua identificação maternal com o seu Filho Jesus. Maria começa por proclamar a grandeza de Deus: “o meu espírito alegra-se em Deus, meu salvador, porque pôs os olhos na humildade da sua serva”. Maria é feliz porque Deus pôs os olhos na sua pequenez. Assim é Deus com os simples. Maria canta isto com a mesma alegria com que Jesus bendiz o Pai, porque revelou os segredos do reino aos humildes. A fé de Maria no Deus dos pequeninos faz-nos sintonizar com Jesus.

Maria bendiz o Deus “Poderoso” porque “a sua misericórdia se estende de geração em geração”. Deus coloca o seu poder ao serviço da compaixão. A sua misericórdia acompanha todas as gerações. O mesmo prega Jesus: Deus é misericordioso para com todos. Por isso diz aos seus discípulos de todos os tempos: “sede misericordiosos como é misericordioso o vosso Pai que está nos Céus”. A partir do seu coração de mãe, Maria capta melhor do que ninguém a ternura de Deus Pai e Mãe, e introduz-nos no núcleo da mensagem de Jesus: Deus é amor compassivo.

Maria proclama também o Deus dos pobres porque “derruba os poderosos dos seus tronos” e deixa-os sem poder para que não continuem a oprimir mais; pelo contrário, aos famintos “enche-os de bens” para que desfrutem de uma vida mais humana. O mesmo gritava Jesus: “os últimos serão os primeiros”. Maria ensina-nos como ninguém a seguir Jesus, anunciando o Deus da compaixão.

Palavra para o caminho

Assunção de Maria ao Céu em corpo e alma, anúncio de que a alma é santa, mas também de que o corpo é digno de Deus. Deus não minimiza as suas maravilhas: o nosso corpo é santo e, transfigurado, terá o mesmo destino da alma. Terminado o seu tempo de vida terrestre, Maria foi “assunta”, isto é, levada ao céu em corpo e alma. Porque os dogmas que dizem respeito a Maria dizem respeito a todos, são o destino comum, a antecipação do nosso futuro.

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Beato Isidoro Bakanja – 12 de Agosto

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O branco não gostava dos cristãos. Não queria que eu trouxesse o hábito de Maria, o escapulário. Insultava-me quando rezava. (…) Não tem importância que eu morra. Se Deus quer que eu viva, viverei; se Deus quer que eu morra, morrerei. Para mim é igual. (…) Não guardo nenhum rancor contra o branco. Açoitou-me mas isso é um assunto seu. Se morrer, pedirei desde o Céu muito por ele” (Beato Isidoro Bakanja).

Isidoro Bakanja nasceu em torno de 1885, no antigo Congo Belga, África. Converteu-se ao Cristianismo em 1906. No dia 6 de Maio de 1906, aos 21 anos de idade, foi baptizado, sendo o primeiro cristão da sua região. No baptismo, recebeu de presente um Rosário e o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, que nunca mais deixou de usar. Chamavam-no de o “leigo do Escapulário”.

Isidoro trabalhava na plantação de um colonizador belga, ateu, que não gostava de africanos convertidos. Dizia que rezavam demais e que perdiam tempo. A raiva do patrão foi crescendo e mandou que Isidoro lançasse fora o Escapulário. Isidoro recusou. Por isso foi chicoteado até ao ponto de as suas costas se transformarem numa chaga viva. A ferida infeccionou e, ao longo de seis meses, Isidoro viveu um verdadeiro calvário de sofrimentos. Morreu com o Rosário nas mãos e o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo no seu pescoço, no dia 15 de Agosto de 1909. Perdoou ao seu algoz e prometeu rezar por ele quando ingressasse no céu. O Papa João Paulo II beatificou-o em 1994 e chamou-o de “mártir do Escapulário”.

Oração

Senhor nosso Deus, fonte e origem de toda a vida, que destes a força do vosso Espírito ao bem-aventurado jovem mártir Beato Isidoro Bakanja para que no martírio proclamasse o amor pelo Escapulário e a fidelidade do perdão, concedei-nos, por sua intercessão, viver sempre fiéis à vossa Igreja e descobrir em cada acontecimento da vida a força e a protecção de Maria nossa Mãe.

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Santa Teresa Benedita da Cruz – 9 de Agosto

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Edith Stein nasceu em Breslau no dia 12 de Outubro de 1891, no seio de uma família judaica. Tendo procurado apaixonadamente a verdade através de profundos estudos filosóficos, encontrou-a mediante a leitura da autobiografia de Santa Teresa de Jesus. Foi baptizada no dia 1 de Janeiro de 1922 na Igreja Católica e em 1933 entrou no Carmelo de Colónia. Morreu mártir da fé cristã nos fornos crematórios dos campos de concentração de Auschwitz no dia 9 de Agosto de 1942, durante a perseguição nazi, oferecendo o seu holocausto pelo povo de Israel. Mulher de inteligência e cultura singulares, deixou numerosos escritos de elevada doutrina e de profunda espiritualidade. Foi canonizada por João Paulo II, no dia 11 de Outubro de 1998.

Excerto da homilia da beatificação

A longa luta para uma decisão pessoal de aderir à fé em Jesus Cristo terminou só em 1921, quando ela começou a ler a “Vida de Santa Teresa de Ávila”, livro escrito pela própria Santa e encontrado na casa de uma amiga. Ficou imediatamente impressionada pela leitura e não a deixou enquanto não chegou ao fim. “Quando terminei à leitura, disse a mim mesma: Esta é a verdade”. Esteve a lê-lo durante a noite toda, até ao amanhecer. Naquela noite ela encontrou a verdade; não a verdade da filosofia, mas a Verdade em Pessoa, o “Tu” amoroso de Deus. Edith Stein estava à procura da verdade e encontrou Deus. Sem mais delongas, pediu para ser baptizada e recebida na Igreja católica.(…) Apesar do seu grande apreço pela ciência, Edith Stein vai percebendo com maior clareza que a essência do ser cristão não é o saber mas o amar.

Quando enfim, em 1933, Edith Stein entrou no Carmelo de Colónia, este passo não significou para ela uma fuga do mundo ou das próprias responsabilidades, mas uma participação ainda mais decidida no seguimento da cruz de Cristo. No seu primeiro colóquio com a Priora daquele Carmelo, ela disse: “O que pode ajudar-nos não é a actividade humana, mas a paixão de Cristo. O meu desejo é participar nela”. Por isso mesmo, no momento da vestição não pôde expressar outro desejo senão o de ser chamada, na vida religiosa, “da Cruz”. E, no santinho que recordava a sua profissão perpétua, ela pôs a frase de São João da Cruz: “A minha única missão de agora em diante será amar ainda mais”.

Papa São João Paulo II

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19º Domingo do Tempo Comum – Ano B

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 6, 41-51)

Naquele tempo os judeus puseram-se a murmurar contra Jesus, por Ele ter dito: ‘Eu sou o pão que desceu do Céu’; e diziam: «Não é Ele Jesus, o filho de José, de quem nós conhecemos o pai e a mãe? Como se atreve a dizer agora: ‘Eu desci do Céu’?»

Jesus disse-lhes, em resposta: «Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não atrair; e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia. Está escrito nos profetas: E todos serão ensinados por Deus. Todo aquele que escutou o ensinamento que vem do Pai e o entendeu vem a mim. Não é que alguém tenha visto o Pai, a não ser aquele que tem a sua origem em Deus: esse é que viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto, mas morreram. Este é o pão que desce do Céu; se alguém comer dele, não morrerá. Eu sou o pão vivo, o que desceu do Céu: se alguém comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que Eu hei-de dar é a minha carne, pela vida do mundo.»

Reflexão

Verificamos no texto que nos ocupa neste Domingo (João 6,41-51) o crescimento da hostilidade e da agressividade contra Jesus, aqui traduzida pela presença do verbo “murmurar”, que lembra o comportamento dos Israelitas no deserto. A murmuração é uma espécie de rebelião interior, assente na insatisfação, desconfiança, inveja, ciúme e azedume contra as pessoas e contra Deus, neste caso, contra Jesus.

E qual é a razão desta murmuração contra Jesus? Radica no facto de estes judeus conhecerem bem o “histórico” de Jesus, o seu pai e a sua mãe, as suas raízes humanas bem humildes, e de não poderem conciliar estes dados com a sua origem divina.

Os judeus dizem conhecer o pai de Jesus. Mas Jesus responde, apelando ao fim da murmuração, e apontando o seu verdadeiro Pai, que os judeus não conhecem: “Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair”. Mas este “Vir a Mim” é obra, não dos homens, mas de Deus: “Todos serão ensinados por Deus” (cf. Is 54,13), e conclui: “Todo aquele que escutou o ensinamento que vem do Pai e o entendeu vem a Mim”. Jesus aponta o verdadeiro Pai, o único que nos leva a Jesus, o pão vivo descido do céu, que é a sua “carne”, isto é, a sua forma de viver, a sua identidade. Claramente: só identificando-nos com Jesus, aderindo à sua forma de viver, fazendo nossa a sua vida, deixamos a vida eterna entrar em nós.

Palavra para o caminho

O evangelho de hoje recorda-nos umas palavras de Jesus que nos podem deixar desconcertados: Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê tem a vida eterna . A expressão “vida eterna” não significa, simplesmente, uma vida de duração ilimitada, mesmo depois da morte. Trata-se, antes de mais nada, de uma vida de profundidade e qualidade novas, uma vida que pertence ao mundo definitivo. Uma vida que não pode ser destruída por nada. Uma vida plena que vai além de nós mesmos, porque é já uma participação na própria vida de Deus

Os cristãos acreditam que a maneira mais autêntica de viver como homens e mulheres é a que nasce de uma adesão total a Jesus Cristo. Ser cristão significa ser pessoa, não qualquer tipo de pessoa, mas o ser humano que Cristo cria em nós.

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Se procuras Deus

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Há pessoas que desejam, sinceramente, encontrar Deus, porém não sabem qual o caminho a seguir. Sem dúvida, cada um tem de fazer o seu próprio percurso pessoal e ninguém pode indicar, a partir de fora, os passos concretos que devemos dar, porém há sugestões que podem ajudar a todos. Eis aqui algumas.

Se procuras Deus, antes de tudo, deixa de ter medo d’Ele. Há pessoas que, quando ouvem nomear Deus, começam a pensar nas suas misérias e pecados. Este tipo de medo relativamente a Deus afasta-te d’Ele. Deus conhece-te e deseja-te. Ele saberá encontrar o caminho para entrar na tua vida, por mais medíocre que ela seja.

Não tenhas pressa. Age com calma. Há pessoas que, durante uns dias, movem-se muito, rezam, querem livros, buscam métodos para fazer oração; em poucos dias abandonam tudo e voltam à vida de sempre. Tu, caminha devagar! Descobre, humildemente, a tua pobreza e necessidade de Deus. Ele já está junto de ti, e deseja que vivas.

Desce ao teu coração e chega às raízes mais secretas da tua vida. Tira todas as máscaras. Não tens necessidade de ocultar as tuas feridas nem as tuas desordens. Pergunta-te sinceramente: O que procuro na vida? Por que não há paz no meu coração? O que necessito para viver com mais alegria? A tentativa de resposta a estas perguntas pode abrir-te um caminho para o encontro com Deus.

Aprende a orar. Pode fazer-te bem, procurares um lugar tranquilo e reservares um tempo apropriado para orar. No começo, não saberás o que fazer, e pode até ser incómodo. Há muito tempo que tu não páras diante de Deus! Procura na Bíblia o Livro dos Salmos e começa a recitar devagar algum deles. Detém-te somente naquelas frases que te dizem algo. Logo descobrirás que os Salmos reflectem os teus sofrimentos e as tuas alegrias, os teus anseios e a tua busca de Deus. Quando tiveres aprendido a saboreá-los, nunca mais os deixarás.

Toma o Evangelho nas tuas mãos. Não é mais um livro. Aí encontrarás Jesus Cristo: ele é o verdadeiro caminho que te levará a Deus. Reserva tempo para lê-lo e saboreá-lo. Costuma-se dizer que o Evangelho é uma «regra de vida». E está certo. Porém, antes de tudo, ele é uma «Boa Notícia». Medita as palavras de Jesus e os seus gestos. Começarás a sentir que algo começa a mover-se no teu coração. Jesus curar-te-á e ensinar-te-á a viver.

Se fores constante e continuares a alimentar a tua vida neste pequeno livro através do qual te encontras com Cristo, um dia descobrirás como são verdadeiras estas palavras de Jesus: «Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não mais terá fome e quem crê em mim nunca mais terá sede».

José Antonio Pagola

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Quem é semelhante a Ti? És inigualável

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Oh! Quão admirável é Jesus! Meu Deus, eu Te adoro! Só Tu és grande; adoro a Tua grandeza, o Teu poder. Só Tu és digno de admiração… Tu és admirável. Quem é semelhante a Ti? Não há outro deus semelhante a Ti, nem no Céu, nem na terra. Quão feliz sou por Deus me ter criado para O poder chamar “meu” Deus! Se Tu me tivesses criado sem a razão não poderia dizer “meu” Deus. Dou-Te graças por me haveres dado a inteligência: eu Te a ofereço. Quão feliz sou por ter um Pai que enche o Céu e a terra! Que em toda a parte se ouçam os louvores ao meu Deus! Que a montanha rejubile de alegria, que a terra exulte!…

Santa Maria de Jesus Crucificado

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18º Domingo do Tempo Comum – Ano B

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 6, 24-35)

Quando viu que nem Jesus nem os seus discípulos estavam ali, a multidão subiu para os barcos e foi para Cafarnaúm à procura de Jesus. Ao encontrá-lo no outro lado do lago, perguntaram-lhe: «Rabi, quando chegaste cá?» Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: vós procurais-me, não por terdes visto sinais miraculosos, mas porque comestes dos pães e vos saciastes. Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará; pois a este é que Deus, o Pai, confirma com o seu selo.» Disseram-lhe, então: «Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?» Jesus respondeu-lhes: «A obra de Deus é esta: crer naquele que Ele enviou.» Eles replicaram: «Que sinal realizas Tu, então, para nós vermos e crermos em ti? Que obra realizas Tu? Os nossos pais comeram o maná no deserto, conforme está escrito: Ele deu-lhes a comer o pão vindo do Céu.» E Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do Céu, mas é o meu Pai quem vos dá o verdadeiro pão do Céu, pois o pão de Deus é aquele que desce do Céu e dá a vida ao mundo.» Disseram-lhe então: «Senhor, dá-nos sempre desse pão!» Respondeu-lhes Jesus: «Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não mais terá fome e quem crê em mim jamais terá sede».

Reflexão

O evangelho de João fala de um diálogo de grande interesse, que Jesus manteve com uma multidão nas margens do lago de Tiberíades. No dia anterior, ela compartilhou com Jesus uma refeição surpreendente e gratuita. Comeu pão até se saciar. Como irá deixá-lo ir embora? Aquilo que busca é que Jesus repita o seu gesto e volte a alimentar a todos gratuitamente. Não pensam em mais nada.

Jesus desconcerta-os com esta afirmação: “Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna”. O pão é indispensável para viver. Necessitamos dele e devemos trabalhar para que nunca falte a ninguém. Jesus sabe-o e manda-o pedir no Pai Nosso.

Porém, Jesus quer despertar uma outra fome. Fala-lhes de um pão que não sacia somente a fome de um dia, mas a fome e a sede de vida que há no ser humano. Jesus apresenta-se como esse Pão que nos vem do Pai, não para nos fartar de comida, mas “para dar vida ao mundo”. Este pão, vindo de Deus, “dura para a vida eterna”. Os alimentos que comemos todos os dias mantêm-nos vivos durante anos, porém chega um momento em que não podem defender-nos da morte. Não nos podem dar vida para além da morte. Jesus apresenta-se como esse Pão de vida eterna. Cada um tem de decidir como quer viver e como quer morrer. Porém, crer em Cristo é alimentar em nós uma força indestrutível, começar a viver algo que não terminará com a nossa morte.

Palavra para o caminho

Naturalmente, quando o bem-estar se converte no fim principal da nossa vida, já não importam demasiadamente os demais e cria-se um modo de vida tão superficial e tão insensível e cego relativamente às dimensões mais profundas do ser humano, que parece já não haver lugar para Deus. É um equívoco colocar toda a esperança num bem-estar que termina quando morremos. O apelo de Jesus pretende despertar-nos: “Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará”.

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Pensamentos do Santo Padre Pio

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– Nos livros, procuramos Deus; na oração, encontramo-lo. A oração é a chave que abre o coração de Deus.

– A paz é a simplicidade do espírito, a serenidade da mente. A tranquilidade da alma, o vínculo do amor. A paz é a ordem, a harmonia em todos nós: ela é um prazer contínuo, que surge do testemunho da boa consciência; é a alegria santa de um coração, no qual reina Deus.

– Quem vive a caridade vive em Deus.

– Nenhum de nós é digno d’Ele; mas é Jesus que nos convida, é Ele que deseja que O recebamos (na Eucaristia). Sejamos, pois, humildes e recebamo-Lo com o coração cheio de amor.

– Os santos amam mais do que as pessoas apegadas ao mundo.

– Louve somente a Deus e não aos homens.

– Reza e espera. Não te agites; a agitação é inútil. Deus é misericórdia e há-de escutar a tua oração.
– Naturalmente que temos plena consciência de não merecermos o seu perdão (de Deus); mas não duvidamos da sua infinita misericórdia. Esqueçamos pois os nossos pecados, como Deus já os esqueceu.

– Se os homens conhecessem o valor da Santa Missa, a Polícia teria que estar sempre às portas das Igrejas para manter a ordem por causa da grande quantidade de pessoas que a assistiriam.

– A misericórdia de Deus será sempre maior que a tua ingratidão.

– O sofrer é de todos, o saber sofrer é de poucos.

– Quando notamos que estamos com muito medo, é sinal que precisamos de aumentar a nossa confiança em Deus!

– O Santo Rosário é a arma daqueles que querem vencer todas as batalhas.

– Pratique a simplicidade e a humildade e não se preocupe com as críticas deste mundo.

– Olhe para Jesus crucificado e encontrará a solução de todos os problemas.

Padre Pio

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Beato Tito Brandsma – 27 de Julho

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Nasceu na cidade de Bolsward, na Frísia (Holanda), no ano de 1881. Ainda muito jovem, entrou para a Ordem do Carmo e foi ordenado sacerdote em 1905. Estudou em Roma, onde conseguiu o grau de Doutor em Filosofia na Universidade Gregoriana. Retornando para a Holanda, ensinou em diversas escolas e foi nomeado professor de Filosofia, Teologia Mística e sua história, na Universidade Católica de Nimega, da qual também foi eleito “Reitor Magnífico”. Salientou-se pela sua afabilidade para com todos. Foi jornalista profissional e, em 1935, foi designado Assistente Eclesiástico dos jornalistas católicos. Opôs-se à ocupação nazista da Holanda e, baseando-se no Evangelho, combateu tenazmente a ideologia do Nacional Socialismo (Nazismo), defendeu a liberdade da Educação e da Imprensa católicas e protestou contra a perseguição às crianças de origem judaica. Por estas razões foi preso: começa desta forma o seu Calvário de campo em campo, de prisão em prisão e, depois de tantos sofrimentos e humilhações, foi assassinado em Dachau, no ano de 1942. Até ao seu último suspiro, não se cansou de levar a paz e o conforto espiritual a todos os seus colegas de prisão. No meio de inúmeros e atrozes sofrimentos soube comunicar o bem, o amor e a paz. No dia 3 de Novembro de 1985 foi proclamado Beato da Igreja de Cristo pelo Papa João Paulo II, que dele falou: “Frei Tito Brandsma foi o maior carmelita do século XX”.

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