Pensamentos sobre os dons e carismas do Espírito Santo – 1

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* Os carismas são todos presentes que Deus dá à comunidade cristã, para que possa crescer harmoniosa, na fé e no seu amor, como um só corpo, o corpo de Cristo. O mesmo Espírito que dá esta diferença de carismas faz a unidade da Igreja (Papa Francisco).

* Os sete dons do Espírito Santo são: sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus. Em plenitude, pertencem a Cristo, Filho de David. Completam e levam à perfeição as virtudes daqueles que os recebem (O Catecismo, §1831).

* O Espírito de Deus desceu sobre o Senhor como espírito de sabedoria e discernimento, espírito de conselho e fortaleza, espírito de ciência e de temor de Deus (Is 11,2). É este mesmo Espírito que o Senhor por sua vez deu à Igreja, enviando do céu o Paráclito sobre toda a terra, daquele céu de onde também Satanás caiu como um relâmpago (Lc 10,18) (Santo Irineu).

* Ver o mundo, as situações, as conjunturas e os problemas, tudo, com os olhos de Deus. Nisto consiste a sabedoria (Papa Francisco).

* Os verdadeiros carismas não podem senão tender para o encontro com Cristo nos Sacramentos. As verdades eclesiais a que aderis ajudaram-vos a redescobrir a vocação baptismal, a valorizar os dons do Espírito recebidos na Confirmação, a confiar-vos à misericórdia de Deus no Sacramento da Reconciliação e a reconhecer na Eucaristia a fonte e o ápice da inteira vida cristã (São João Paulo II).

* O dom do entendimento é uma graça que somente o Espírito Santo pode infundir e que suscita no cristão a capacidade de ir além do aspecto externo da realidade e perscrutar as profundidades do pensamento de Deus e do seu desígnio de salvação (Papa Francisco).

* Com a oração damos espaço para que o Espírito venha e nos ajude naquele momento, nos aconselhe sobre o que devemos fazer (Papa Francisco).

 

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Abrir ou fechar as portas ao Espírito: uma questão de vida ou de morte

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Onde está a verdadeira força dos crentes? De onde é que a Igreja pode receber vigor e alento novos? Nas primeiras comunidades cristãs pode-se observar um facto essencial: os crentes vivem de uma experiência que eles chamam “o Espírito” e que não é outra coisa que a comunicação interior do próprio Deus. Ele é o “doador de vida”. O princípio vital. Sem o Espírito, Deus fica ausente, Cristo permanece longe como um personagem do passado, o evangelho converte-se em letra morta, a Igreja em pura organização. Sem o Espírito, a esperança é substituída pelo charlatanismo, a missão evangelizadora reduz-se à propaganda, a liturgia fica congelada, a audácia da fé desaparece.

Sem o Espírito, as portas da Igreja fecham-se, o horizonte do cristianismo diminui, a comunhão desmorona, o povo e a hierarquia [padres, bispos, religiosos e religiosas] separam-se. Sem o Espírito, a catequese torna-se doutrinação, produz-se um divórcio entre teologia e espiritualidade, a vida cristã degrada-se em “moral de escravos”. Sem o Espírito, a liberdade fica asfixiada, surge a apatia ou o fanatismo, a vida apaga-se.

O maior pecado da Igreja actual é a “mediocridade espiritual”. O nosso maior problema pastoral é o esquecimento do Espírito. O facto de se pretender substituir com a organização, o trabalho, a autoridade ou a estratégia o que somente pode nascer da força do Espírito. Não basta reconhecê-lo. É necessário reagir e abrir-nos à sua acção.

O essencial hoje é abrir espaço ao Espírito. Sem Pentecostes não há Igreja. Sem Espírito não há evangelização. Sem a irrupção de Deus nas nossas vidas, não se cria nada de novo, nada de verdadeiro. Se não se deixa reavivar pelo Espírito Santo de Deus, a Igreja não poderá oferecer nada de essencial ao anseio do homem dos nossos dias.

J. A. Pagola

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São Simão Stock – 16 de Maio

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Não são muitas as notícias que temos deste nosso Santo. Sabemos que era inglês, que viveu no século XIII, que morreu em Bordéus, e que frequentou a Universidade de Oxford onde se doutorou em Teologia. É venerado na Ordem do Carmo pela sua grande santidade e pela sua admirável devoção à Virgem Maria. A sua festa sempre foi celebrada no dia 16 de Maio, como sendo o dia da sua morte. Pensa-se que era natural do condado de Kent e que, muito jovem, optou por uma vida eremítica, vivendo muitos anos na concavidade de um tronco, por isso lhe chamam Stock, que em inglês quer dizer «tronco».

A partir do ano 1232, os carmelitas visitaram várias vezes a Inglaterra, até que em 1242, fundam lá o seu primeiro convento. Numa destas visitas Simão conheceu os carmelitas e deixou-se cativar por eles, vindo a pedir o hábito da Ordem. Dirigiu-se para a Terra Santa, com os religiosos, tendo vivido no Monte Carmelo.

Quando, em 1242, os carmelitas fundam em Inglaterra, Simão acompanha-os e intervém nas primeiras fundações. Cinco anos mais tarde, a Ordem celebrou o Capítulo Geral em Inglaterra e Frei Simão Stock foi eleito Prior Geral da Europa.

A vinda dos carmelitas para a Europa e a sua rápida extensão atraía a si imensos jovens universitários cativados pelo estilo de vida do Carmo desencadeando-se, ao mesmo tempo, uma onda de ciúme e inveja em muitos sectores da Igreja. Párocos, Reitores e Bispos moveram uma guerra surda aos carmelitas «não deixando construir igrejas e obrigando-os a impostos e serviços graves insuportáveis, que nunca tinham tido no Monte Carmelo ou em outros conventos da Terra Santa».

Em 1251, Frei Simão Stock convocou um Capítulo Geral pedindo a toda a Ordem que rezasse noite e dia pela resolução do problema. Acudiram ao Céu e ao Papa. S. Simão liderava esta campanha rezando com insistência à Mãe do Carmo para que deles se compadecesse. Um dia em que, como tantas vezes, rezava a oração do «Flos Carmeli», apareceu-lhe a Virgem Maria na sua cela e entregou-lhe o Escapulário dizendo que este símbolo era o sinal da sua protecção para com os carmelitas e para quem a partir de então o usasse. Pensa-se que esta aparição se deu na noite de 15 ou 16 de Julho. Era o ano de 1251. A 13 de Janeiro de 1252, o Papa escreve uma carta aos bispos defendendo os carmelitas. Porém, quatro anos mais tarde, sobrevém novo ataque aos carmelitas e mais perigoso que o primeiro, pois os frades estão divididos: uns querem apenas a vida eremítica tal como se vivia no principio, no Monte do Carmo. Outros, como Frei S. Simão Stock, pretendem uma vida equilibrada e adaptada à Europa: solidão e apostolado, o que exigia a fundação de conventos, não no deserto, mas junto de cidades e universidades. Recorre Frei Simão, Prior Geral, ao Papa que lhe concede razão e protecção. Mais uma vez, em 1264, S. Simão presidiu ao Capítulo Geral em Tolosa, França, vindo a morrer em Bordéus no ano de 1265, onde ainda hoje se guardam os seus restos mortais.

Neste dia de Maio, recordando o amor que S. Simão Stock tinha a Nossa Senhora do Carmo, recordemos a oração que rezava este nosso Santo quando lhe apareceu a Mãe do Céu, da Terra e do Carmo, dando-lhe o Escapulário: Flor do Carmelo, vide florescente, esplendor do Céu, Virgem Mãe, singular. Doce Mãe, mas sempre Virgem, aos teus filhos dá teus favores, ó Estrela do mar.

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Domingo de Pentecostes – Ano C

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 20, 19-23)

Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, com medo das autoridades judaicas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco!» Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o peito. Os discípulos encheram-se de alegria por verem o Senhor. E Ele voltou a dizer-lhes: «A paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós.» Em seguida, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos.»

Invocação ao Espírito

Vem, Espírito da Verdade, e faz-nos caminhar na verdade de Jesus. Sem a tua luz e a tua orientação, nunca nos libertaremos dos nossos erros e mentiras; nada de novo nascerá entre nós; seremos como cegos que pretendem guiar outros cegos. Vem, e converte-nos em testemunhas de Jesus.

Vem, Espírito Santo, desperta a nossa fé débil, pequena e vacilante. Ensina-nos a viver confiando no amor insondável de Deus nosso Pai para com todos os seus filhos e filhas, estejam dentro ou fora da tua Igreja. Se esta fé se apagar nos nossos corações, imediatamente morrerá, também, nas nossas comunidades e igrejas.

Vem, Espírito Santo, faz que Jesus ocupe o centro da tua Igreja. Que nada nem ninguém o suplante nem obscureça. Atrai-nos para o seu Evangelho e ensina-nos a seguir Jesus. Que não fujamos da sua Palavra, nem nos desviemos dos seus mandamentos de amor. Que não se perca no mundo a sua memória.

Vem, Espírito Santo, abre os nossos ouvidos para escutar os teus chamamentos, os que nos chegam hoje, a partir das interrogações, sofrimentos, conflitos e contradições dos homens e mulheres dos nossos dias. Faz-nos viver abertos ao teu poder para criar a fé nova de que necessita esta sociedade nova. Que, na tua Igreja, vivamos mais atentos ao que nasce e ao que morre, com o coração sustentado pela esperança e não afectado pela nostalgia.

Vem, Espírito Santo, e purifica o coração da tua Igreja. Põe verdade entre nós. Ensina-nos a reconhecer os nossos pecados e limitações. Recorda-nos que somos como todo o mundo: frágeis, medíocres e pecadores. Liberta-nos da nossa arrogância e falsa segurança. Faz que aprendamos a caminhar entre os homens com mais verdade e humildade.

Vem, Espírito Santo, ensina-nos a olhar de maneira nova a vida, o mundo e, sobretudo, as pessoas. Que aprendamos a olhar como Jesus olhava os que sofrem, os que choram, os que caem, os que vivem sozinhos e os esquecidos. Se mudar o nosso olhar, mudará também o coração e o rosto da tua Igreja. Os discípulos de Jesus irradiarão melhor a sua proximidade, a sua compreensão e solidariedade para com os mais necessitados. Parecer-nos-emos mais ao nosso Mestre e Senhor.

Vem, Espírito Santo, faz de nós uma Igreja de portas abertas, coração compassivo e esperança contagiosa. Que nada ou ninguém nos distraia ou desvie do projecto de Jesus: fazer um mundo mais justo e digno, mais amável e alegre, abrindo caminhos ao reino de Deus.

Palavra para o caminho

Não nos esqueçamos que o Espírito Santo é “dador de vida”. Sempre que nos abrimos à sua acção, ainda que seja de maneira pobre e inconstante, Ele faz-nos saborear uma vida mais sã e verdadeira: “amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio de si” (Gal 5, 22-23).

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A caminho do Pentecostes – 3

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Vinde, ó santo Espírito

Vinde, ó santo Espírito, vinde, Amor ardente, acendei na terra vossa luz fulgente. Vinde, Pai dos pobres: na dor e aflições, vinde encher de gozo nossos corações.

Benfeitor supremo em todo o momento, habitando em nós sois o nosso alento. Descanso na luta e na paz encanto, no calor sois brisa, conforto no pranto.

Luz de santidade, que no Céu ardeis, abrasai as almas dos vossos fiéis. Sem a vossa força e favor clemente, nada há no homem que seja inocente.

Lavai nossas manchas, a aridez regai, sarai os enfermos e a todos salvai. Abrandai durezas para os caminhantes, animai os tristes, guiai os errantes.

Vossos sete dons concedei à alma do que em Vós confia: Virtude na vida, amparo na morte, no Céu alegria.

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Nossa Senhora de Fátima – 13 de Maio

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A 13 de Maio de 1917, três crianças apascentavam um pequeno rebanho na Cova da Iria, freguesia de Fátima, concelho de Vila Nova de Ourém, hoje diocese de Leiria-Fátima. Chamavam-se Lúcia de Jesus, de 10 anos, e Francisco e Jacinta Marto, seus primos, de 9 e 7 anos. Por volta do meio dia, depois de rezarem o terço, como habitualmente faziam, entretinham-se a construir uma pequena casa de pedras soltas, no local onde hoje se encontra a Basílica. De repente, viram uma luz brilhante; julgando ser um relâmpago, decidiram ir-se embora, mas, logo abaixo, outro clarão iluminou o espaço, e viram em cima de uma pequena azinheira (onde agora se encontra a Capelinha das Aparições), uma “Senhora mais brilhante que o sol”, de cujas mãos pendia um terço branco.

A Senhora disse aos três pastorinhos que era necessário rezar muito e convidou-os a voltarem à Cova da Iria durante mais cinco meses consecutivos, no dia 13 e àquela hora. As crianças assim fizeram, e nos dias 13 de Junho, Julho, Setembro e Outubro, a Senhora voltou a aparecer-lhes e a falar-lhes, na Cova da Iria. A 19 de Agosto, a aparição deu-se no sítio dos Valinhos, a uns 500 metros do lugar de Aljustrel, porque, no dia 13, as crianças tinham sido levadas pelo Administrador do Concelho, para Vila Nova de Ourém.

Na última aparição, a 13 de Outubro, estando presentes cerca de 70.000 pessoas, a Senhora disse-lhes que era a “Senhora do Rosário” e que fizessem ali uma capela em Sua honra. Depois da aparição, todos os presentes observaram o milagre prometido às três crianças em Julho e Setembro: o sol, assemelhando-se a um disco de prata, podia fitar-se sem dificuldade e girava sobre si mesmo como uma roda de fogo, parecendo precipitar-se na terra.

Posteriormente, sendo Lúcia religiosa de Santa Doroteia, Nossa Senhora apareceu-lhe novamente em Espanha (10 de Dezembro de 1925 e 15 de Fevereiro de 1926, no Convento de Pontevedra, e na noite de 13/14 de Junho de 1929, no Convento de Tuy), pedindo a devoção dos cinco primeiros sábados (rezar o terço, meditar nos mistérios do Rosário, confessar-se e receber a Sagrada Comunhão, em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria) e a Consagração da Rússia ao mesmo Imaculado Coração. Este pedido já Nossa Senhora o anunciara em 13 de Julho de 1917.

Anos mais tarde, a Ir. Lúcia conta ainda que, entre Abril e Outubro de 1916, tinha aparecido um Anjo aos três videntes, por três vezes, duas na Loca do Cabeço e outra junto ao poço do quintal da casa de Lúcia, convidando-os à oração e penitência.

Desde 1917, não mais cessaram de ir à Cova da Iria milhares e milhares de peregrinos de todo o mundo, primeiro nos dias 13 de cada mês, depois nos meses de férias de Verão e Inverno, e agora cada vez mais nos fins-de-semana e no dia-a-dia, num montante anual de cinco milhões.

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A caminho do Pentecostes – 2

 

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Espírito Santo, vem abrir

Espírito Santo, vem abrir para o infinito as portas do meu espírito e do meu coração. Abre-as definitivamente e não permitas que tente fechá-las. Abre-as ao mistério de Deus e à imensidade do universo. Abre a minha inteligência às vistas inebriantes da Sabedoria Divina. Abre o meu julgamento à luz transcendente do Teu soberano julgamento. Abre a minha opinião para acolher os múltiplos pontos de vista diferentes dos meus. Abre a minha simpatia à diversidade dos temperamentos e personalidades que me cercam. Abre a minha afeição a todos os privados de amor, a todos os que reclamam por conforto. Abre a minha caridade aos problemas do mundo, a todas as necessidades da humanidade. Abre a minha actividade para colaborar com todos os que trabalham para o mesmo fim. Abre todo o o meu ser para tornar-me capaz de abraçar toda a realidade.

J. Galot, S.J.

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A caminho do Pentecostes – 1

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Ó Espírito Santo, dai-me um coração grande

Ó Espírito Santo, dai-me um coração grande, aberto à vossa Palavra silenciosa, mas forte e inspiradora, fechado a todas as ambições mesquinhas, alheio a qualquer desprezível competição humana, compenetrado do sentido da Santa Igreja.

Ó Espírito Santo, dai-me um coração grande, desejoso de se tornar semelhante ao coração do Senhor Jesus. Dai-me um coração grande e forte para amar a todos, para servir a todos, para sofrer por todos! Um coração grande e forte para superar todas as provações, todo o tédio, todo o cansaço, toda a desilusão, toda a ofensa! Um coração grande e forte, constante até ao sacrifício, quando este for necessário!

Ó Espírito Santo, dai-me um coração cuja felicidade seja palpitar com o coração de Cristo e cumprir humilde, fiel e firmemente a vontade do Pai.

São Paulo VI

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Sem Ti…

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Sem Ti não posso viver nem estar alegre. […] Se me desses toda a felicidade que se pode ter na Terra, com todos os seus prazeres; se me desses toda a fortaleza de todos os fortes, a sabedoria de todos os sábios e as graças e virtudes de todas as criaturas, sem Ti eu, o estimaria como um inferno. E se me desses o próprio inferno com todas as suas penas e tormentos, mas contigo, eu o consideraria um paraíso.

Santa Maria Madalena de Pazzi

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Domingo da Ascensão do Senhor – Ano C

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 24, 46-53) 

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e ressuscitar dentre os mortos, ao terceiro dia; que havia de ser anunciada, em seu nome, a conversão para o perdão dos pecados a todos os povos, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas destas coisas. E Eu vou mandar sobre vós o que meu Pai prometeu. Entretanto, permanecei na cidade até serdes revestidos com a força do Alto.» Depois, levou-os até junto de Betânia e, erguendo as mãos, abençoou-os. Enquanto os abençoava, separou-se deles e elevava-se ao Céu. E eles, depois de se terem prostrado diante dele, voltaram para Jerusalém com grande alegria. E estavam continuamente no templo a bendizer a Deus.

Reflexão

São os últimos momentos de Jesus com os seus. Logo os deixará para entrar, definitivamente, no mistério do Pai. Não os poderá mais acompanhar pelos caminhos do mundo, como fez na Galileia. A sua presença não poderá ser substituída por ninguém.

Jesus somente pensa em que chegue a todos os povos o anúncio do perdão e da misericórdia de Deus. Que todos escutem o seu chamamento à conversão. Ninguém há de sentir-se perdido e sem esperança. Todos devem saber que Deus compreende e ama os seus filhos e filhas sem fim. Quem poderá anunciar esta Boa Notícia?

Segundo o relato de Lucas, Jesus quer deixar na Terra testemunhas: “vós sois testemunhas destas coisas”. Serão elas que comunicarão a sua experiência de um Deus bom e difundirão seu estilo de vida, trabalhando por um mundo mais humano.

Porém, Jesus conhece bem os seus discípulos. São fracos e covardes. Onde encontrarão a audácia para serem testemunhas de alguém que foi crucificado pelo representante do Império e os dirigentes do Templo? Jesus tranquiliza-os: “Eu vos enviarei aquele que meu Pai prometeu”. Não lhes faltará a “força do alto”. O Espírito de Deus os defenderá.

Jesus volta para o Pai, levantando as suas mãos e abençoando os seus discípulos. É o seu último gesto. Jesus entra no mistério insondável de Deus e sobre o mundo desce a sua bênção. A nossa primeira tarefa é sermos testemunhas da Bondade de Deus, não nos rendermos ao mal. Deus olha este mundo que às vezes parece um “inferno maldito”com ternura e compaixão.

Na Igreja de Jesus é fundamental promover uma “pastoral da bondade”. Temos de nos sentir testemunhas e profetas desse Jesus que passou sua vida semeando gestos e palavras de bondade. Jesus é uma bênção e o povo deve conhecê-lo.

Palavra para o caminho

Crer na Ascensão de Jesus é crer que a humanidade de Cristo, da qual todos participamos, entrou na vida íntima de Deus dum modo novo e definitivo.

Jesus ocultou-se em Deus, porém não para ausentar-se de nós, mas para viver, a partir desse Deus, uma proximidade nova e insuperável, e impulsionar a vida dos homens para o seu destino último.

Deus tem para os homens um espaço de felicidade definitiva que Cristo nos abriu para sempre. Uma pátria última de reconciliação e de paz para a humanidade. Isto poderá ser causa de sorriso céptico por parte de muitas pessoas, porém, para nós, que somos guiados pela fé, é fonte de Alegria, porque sendo caminhantes, a fé oferece-nos razões para viver e esperança para morrer.

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