3º. Santa Teresa de Jesus e a Sagrada Escritura

NOVENA DE SANTA TERESA DE JESUS: 3º DIA

Santa Teresa, que no Evangelho encontraste o melhor livro de oração, ajuda-nos a mergulhar no Evangelho para caminhar no seguimento de Jesus como autênticos discípulos.

Santa Teresa de Jesus e a Sagrada Escritura

O amor de Santa Teresa pela Palavra de Deus foi muito notório. De um diálogo que teve com Cristo, transmitiu-nos estas palavras: “Todo o dano que vem ao mundo provém de não se conhecer as verdades da Escritura com clara verdade”. As citações que a santa faz nas suas obras são um reflexo do seu conhecimento em grande escala da maior parte da Sagrada Escritura. Os seus escritos e pensamento estão embebidos da Sagrada Escritura. Os seus livros preferidos são os Evangelhos, as Cartas paulinas, o Cântico dos Cânticos e os Salmos.

Invocação

Santa Teresa de Jesus, que alimentaste a tua oração na Sagrada Escritura, torna-nos leitores apaixonados e assíduos da Palavra de Deus.

Oração

Senhor, que por meio de Santa Teresa de Jesus, inspirada pelo Espírito Santo, manifestastes à vossa Igreja o caminho da perfeição, concedei-nos a graça de encontrar alimento na sua doutrina espiritual e de nos inflamarmos no desejo da verdadeira santidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.

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2º. Santa Teresa e Jesus Cristo

NOVENA DE SANTA TERESA DE JESUS: 2º DIA

Santa Teresa, mensageira do Evangelho, amiga do Senhor, ensina-nos a encontrar Jesus Cristo e a caminhar na sua companhia.

Santa Teresa e Jesus Cristo

Na vida e na doutrina teresianas, Jesus Cristo tem um lugar central e único. Os primeiros contactos com Cristo aconteceram através da leitura e da meditação do Evangelho. O Evangelho é o seu livro preferido. Na leitura do Evangelho, Teresa descobre a Humanidade de Cristo, nasce nela o desejo de contemplar as imagens e retratos de Jesus, entusiasma-se em pintar o rosto do Senhor e recomenda nos seus escritos a “tomar Cristo por modelo e andar na sua companhia”, escutando no interior os seus ensinamentos.

Seguindo o caminho indicado por Teresa de Jesus, experimentaremos que a Humanidade de Jesus Cristo é para todos luz e guia, porta e caminho de vida espiritual; que Jesus Cristo é o melhor amigo e que nunca nos pode faltar.

Invocação

Santa Teresa, que escreveste: “Parecia-me que Jesus Cristo andava sempre a meu lado e que era testemunha de tudo o que eu fazia”, conduz-nos a Ele.

Oração

Senhor, que por meio de Santa Teresa de Jesus, inspirada pelo Espírito Santo, manifestastes à vossa Igreja o caminho da perfeição, concedei-nos a graça de encontrar alimento na sua doutrina espiritual e de nos inflamarmos no desejo da verdadeira santidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.

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1º. A actualidade de Santa Teresa de Jesus

NOVENA DE SANTA TERESA DE JESUS: 1º DIA

Nada te perturbe, nada te espante; tudo passa… só Deus não muda. A paciência tudo alcança, quem a Deus tem nada lhe falta: só Deus basta. (Santa Teresa de Jesus).

 A actualidade de Santa Teresa de Jesus

Cada santo é um mensageiro de Deus, um profeta no meio do mundo, uma graça de Deus para a Igreja, uma injecção de vitalidade no Corpo Místico de Cristo. Teresa de Jesus foi uma autêntica graça para a Igreja do seu tempo, que atravessava uma época de esplendor e de miséria, de profunda religiosidade e de decadência moral.

A sua influência ainda hoje se faz sentir através dos seus escritos e da sua família religiosa (Carmelitas Descalços); Teresa continua a falar aos homens e às mulheres de hoje, dá testemunho do Deus vivo e da acção salvadora de Cristo. A sua vida e os seus ensinamentos atraem muitas pessoas a segui-la, para que também elas experimentem em que consiste verdadeiramente ser amigos de Deus.

Teresa de Jesus não é uma doutora de ensinamentos abstractos, de teorias, mas de vida. O Deus vivo de Teresa não é uma ideia, mas uma pessoa: é o Deus Trindade que nos chama à comunhão com Ele até atingirmos a plenitude inimaginável e inalcançável pelas nossas próprias forças.

Invocação

Santa Teresa de Jesus que nos convidas a seguir-te no castelo interior até alcançarmos o centro da alma onde Deus habita, ensina-nos que Deus é alegria e que só Deus basta.

Oração

Senhor, que por meio de Santa Teresa de Jesus, inspirada pelo Espírito Santo, manifestastes à vossa Igreja o caminho da perfeição, concedei-nos a graça de encontrar alimento na sua doutrina espiritual e de nos inflamarmos no desejo da verdadeira santidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.

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Domingo

Domingo vem de dominus, em latim. Isto é: Senhor. É dia de pensar quem é o nosso Senhor, a pessoa ou o valor a quem dedicamos a nossa vontade e o nosso amor. Também é dia de sermos “Senhores”. Isto é, de nos darmos ao respeito e de respeitar. Respeito é uma palavra muito bonita, que significa “olhar de frente”. Este é o grande desafio de um mundo que não respeita nada nem ninguém. Mas pode mudar!

Vasco P. Magalhães, sj

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Santa Teresinha do Menino Jesus – 1 de Outubro

Gostaria de vos falar hoje de Santa Teresa de Lisieux. Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face viveu neste mundo só 24 anos, no final do século XIX, levando uma vida muito simples e no escondimento, mas que, depois da morte e da publicação dos seus escritos, se tornou uma das santas mais conhecidas e amadas. (…) Repercorramos então as grandes etapas da sua vida (…).

Teresa nasceu a 2 de Janeiro de 1873 em Alençon, uma cidade da Normandia, na França. É a última filha de Luís e Zélia Martin, esposos e pais exemplares, beatificados juntamente a 19 de Outubro de 2008. Tiveram nove filhos; quatro morreram em tenra idade. Permaneceram as cinco filhas, que se tornaram todas religiosas. Teresa, com 4 anos, ficou profundamente abalada com a morte da mãe. Então, o pai transferiu-se com as filhas para a cidade de Lisieux, onde se desenvolverá toda a vida da Santa. Mais tarde Teresa, atingida por uma grave doença nervosa, sarou por graça divina, que ela própria define o «sorriso de Nossa Senhora». Recebeu depois a Primeira Comunhão, intensamente vivida, e pôs Jesus Eucaristia no centro da sua existência.

A «Graça do Natal» de 1886 assinala a grande mudança, por ela chamada a sua «total conversão». De facto, ficou totalmente curada da sua hipersensibilidade infantil e começou uma «corrida de gigante». Aos 14 anos Teresa aproxima-se cada vez mais, com grande fé, de Jesus Crucificado, e começa a ocupar-se de um criminoso, aparentemente desesperado, condenado à morte e impenitente. «Quis impedir-lhe de todas as formas de cair no inferno», escreve a Santa, com a certeza de que a sua oração o teria posto em contacto com o Sangue redentor de Jesus. É a sua primeira experiência fundamental de maternidade espiritual: «Eu tinha tanta confiança na Misericórdia Infinita de Jesus», escreve. Com Maria Santíssima, a jovem Teresa ama, crê e espera com «um coração de mãe».

Em Novembro de 1887, Teresa vai em peregrinação a Roma juntamente com o Pai e a irmã Celina. Para ela, o momento culminante é a Audiência do Papa Leão XIII, ao qual pede a autorização para entrar, apenas com 15 anos, no Carmelo de Lisieux. Um ano depois, o seu desejo realiza-se: torna-se Carmelita, «para salvar as almas e rezar pelos sacerdotes». Contemporaneamente, começa também a dolorosa e humilhante doença mental do seu pai. É um grande sofrimento que leva Teresa à contemplação da Face de Jesus na sua Paixão. Assim, o seu nome de Religiosa — irmã Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face — expressa o programa de toda a sua vida, em comunhão com os Mistérios centrais da Encarnação e da Redenção. A sua profissão religiosa, na festa da Natividade de Maria, a 8 de Setembro de 1890, é para ela um verdadeiro matrimónio espiritual na «pequenez» evangélica, caracterizada pelo símbolo da flor: «Que festa bonita a Natividade de Maria para se tornar esposa de Jesus — escreve — Era a pequena Virgem Santa de um dia que apresentava a sua pequena flor ao pequeno Jesus». Para Teresa ser religiosa significa ser esposa de Jesus e mãe das almas . No mesmo dia, a Santa escreve uma oração que indica toda a orientação da sua vida: pede a Jesus o dom do seu Amor infinito, para ser a mais pequena, e sobretudo pede a salvação de todos os homens: «Que nenhuma alma seja danada hoje». De grande importância é a sua Oferta ao Amor Misericordioso, feita na festa da Santíssima Trindade de 1895: uma oferenda que Teresa partilha imediatamente com as suas irmãs de hábito, sendo já vice-mestra das noviças.

Dez anos depois da «Graça de Natal», em 1896, vem a «Graça de Páscoa», que abre a última fase da vida de Teresa com o início da sua paixão em profunda união com a Paixão de Jesus; trata-se da paixão do corpo, com a doença que a levará à morte através de grandes sofrimentos, mas sobretudo trata-se da paixão da alma, com uma dolorosíssima prova da fé. Com Maria ao lado da Cruz de Jesus, Teresa vive então a fé mais heróica, como luz nas trevas que lhe invadem a alma. A Carmelita tem a consciência de viver esta grande prova para a salvação de todos os ateus do mundo moderno, por ela chamados «irmãos». Vive então ainda mais intensamente o amor fraterno: para com as irmãs da sua comunidade, para com os seus dois irmãos espirituais missionários, para com os sacerdotes e todos os homens, sobretudo os mais distantes. Torna-se deveras uma «irmã universal»! A sua caridade amável e sorridente é a expressão da alegria profunda da qual nos revela o segredo: «Jesus, a minha alegria é amar-Te». Neste contexto de sofrimento, vivendo o maior amor nas mais pequenas coisas da vida quotidiana, a Santa realiza a sua vocação de ser o Amor no coração da Igreja.

Teresa faleceu na noite de 30 de Setembro de 1897, pronunciando as simples palavras «Meu Deus, amo-Te!», olhando para o Crucifixo que estreitava nas suas mãos. Estas últimas palavras da Santa são a chave de toda a sua doutrina, da sua interpretação do Evangelho. O acto de amor, expresso no seu último suspiro, era como que o contínuo respiro da sua alma, como o pulsar do seu coração. As simples palavras «Jesus, amo-Te» estão no centro de todos os seus escritos. O acto de amor a Jesus imerge-a na Santíssima Trindade. Ela escreve: «Ah, tu sabes, amo-te Menino Jesus, / O Espírito de Amor inflama-me com o seu fogo. / É amando-Te que eu atraio o Pai».

Bento XVI, Texto resumido e adaptado da Audiência Geral, 6 de Abril, 2011

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26º Domingo do Tempo Comum – Ano B

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos (Mc 9, 38-43.45.47-48)

Naquele tempo, João disse a Jesus: «Mestre, nós vimos um homem a expulsar os demónios em teu nome e procurámos impedir-lho, porque ele não anda connosco». Jesus respondeu: «Não o proibais; porque ninguém pode fazer um milagre em meu nome e depois dizer mal de Mim. Quem não é contra nós é por nós. Quem vos der a beber um copo de água, por serdes de Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa. Se alguém escandalizar algum destes pequeninos que crêem em Mim, melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço uma dessas mós movidas por um jumento e o lançassem ao mar. Se a tua mão é para ti ocasião de escândalo, corta-a; porque é melhor entrar mutilado na vida do que ter as duas mãos e ir para a Geena, para esse fogo que não se apaga. E se o teu pé é para ti ocasião de escândalo, corta-o; porque é melhor entrar coxo na vida do que ter os dois pés e ser lançado na Geena. E se um dos teus olhos é para ti ocasião de escândalo, deita-o fora; porque é melhor entrar no reino de Deus só com um dos olhos do que ter os dois olhos e ser lançado na Geena, onde o verme não morre e o fogo nunca se apaga». 

Reflexão

Perante um homem que expulsa demónios em nome de Jesus e não é do grupo d’Ele, “o apóstolo João, jovem e zeloso como era, queria impedi-lo, mas Jesus não lho permite e, aliás, inspira-se naquela ocasião para ensinar aos seus discípulos que Deus pode realizar coisas boas e até prodigiosas, mesmo fora do seu círculo, e que se pode colaborar para a causa do Reino de Deus de vários modos, também oferecendo um simples copo de água a um missionário. A este propósito, Santo Agostinho escreve: «Como na Católica — ou seja, na Igreja — é possível encontrar o que não é católico, assim fora da Católica pode existir algo de católico». Por isso, os membros da Igreja não devem ter inveja, mas alegrar-se se alguém fora da comunidade realiza o bem em nome de Cristo, contanto que o faça com intenção recta e com respeito. Também no interior da própria Igreja, às vezes pode acontecer que haja dificuldade de valorizar e apreciar, num espírito de profunda comunhão, as coisas boas realizadas pelas várias realidades eclesiais. No entanto, todos nós devemos ser sempre capazes de nos apreciarmos e estimarmos reciprocamente, louvando o Senhor pela «fantasia» infinita com que Ele age na Igreja e no mundo” (Papa Bento XVI, Angelus, 30 de Setembro, 2012).

A segunda parte do texto coloca-nos diante do problema do escândalo dos pequenos na comunidade. Neste texto “os pequenos” não são as crianças, mas os humildes e pobres da comunidade cristã. E é bom lembrar o sentido original da palavra “escândalo”. Vem de um termo grego que significa “pedra de tropeço”. Então trata-se de uma situação em que os pequenos da comunidade “tropeçam”, isto é, não conseguem manter-se de pé ou afastam-se, por causa de certas atitudes dos dirigentes comunitários. Usando imagens e linguagem tipicamente semitas, Jesus manda cortar e lançar fora “a mão, o pé, e o olho”, que causam escândalos aos pequenos. Obviamente, não se propõe aqui uma mutilação física. “Mão” significa a nossa maneira de agir, “pé” o modo de caminhar na vida e “olho” a maneira de ver e julgar as coisas e até a própria mentalidade. Então o texto convida os dirigentes das comunidades cristãs a reverem o seu modo de agir, pensar e julgar, para averiguar se não estamos a causar a queda dos pequenos e humildes. Se descobrirmos que assim está a acontecer, então devemos “cortar e lançar fora”, ou seja, mudar o que causa o problema.

Oração

Senhor, que dais a maior prova do vosso poder quando perdoais e Vos compadeceis, derramai sobre nós a vossa graça, para que, correndo prontamente para os bens prometidos, nos tornemos um dia participantes da felicidade celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

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A descoberta da Misericórdia de Jesus no Evangelho

No Evangelho, Teresa descobre sobretudo a Misericórdia de Jesus, a ponto de afirmar: «A mim Ele deu a sua Misericórdia infinita, através dela contemplo e adoro as outras perfeições divinas! (…) Então todas me parecem resplandecentes de amor, a própria Justiça (e talvez ainda mais do que qualquer outra) me parece revestida de amor» (Ms A, 84r). Assim se expressa também nas últimas linhas da História de uma alma: «Um só olhar ao Santo Evangelho, imediatamente respiro os perfumes da vida de Jesus e sei para onde correr… Não é para o primeiro lugar, mas para o último que me oriento… Sim, sinto-o, mesmo se tivesse na consciência todos os pecados que se podem cometer, iria, com o coração despedaçado pelo arrependimento, lançar-me entre os braços de Jesus, porque sei quanto ama o filho pródigo que volta a Ele» (Ms C, 36v-37r). «Confiança e Amor» são portanto o ponto final da narração da sua vida, duas palavras que como faróis iluminaram todo o seu caminho de santidade, para poder guiar os outros pela sua mesma «pequena via de confiança e de amor» da infância espiritual (cf. Ms C, 2v-3r; LT 226).

Bento XVI

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Eu Amo-O

Inseparável do Evangelho, a Eucaristia é para Teresa o Sacramento do Amor Divino que se abaixa até ao extremo para nos elevar até Ele. Na sua última Carta, sobre uma imagem que representa o Menino Jesus na Hóstia consagrada, a Santa escreve estas palavras simples: «Não posso temer um Deus que para mim se fez tão pequenino! (…) Eu amo-O! De facto, Ele mais não é do que Amor e Misericórdia!» (LT 266).

Bento XVI

 

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Santa Teresinha do Menino Jesus. Confiança e Amor

Inseparável do Evangelho, a Eucaristia é para Teresa o Sacramento do Amor Divino que se abaixa até ao extremo para nos elevar até Ele. Na sua última Carta, sobre uma imagem que representa o Menino Jesus na Hóstia consagrada, a Santa escreve estas palavras simples: «Não posso temer um Deus que para mim se fez tão pequenino! (…) Eu amo-O! De facto, Ele mais não é do que Amor e Misericórdia!» (LT 266).

No Evangelho, Teresa descobre sobretudo a Misericórdia de Jesus, a ponto de afirmar: «A mim Ele deu a sua Misericórdia infinita, através dela contemplo e adoro as outras perfeições divinas! (…) Então todas me parecem resplandecentes de amor, a própria Justiça (e talvez ainda mais do que qualquer outra) me parece revestida de amor» (Ms A, 84r). Assim se expressa também nas últimas linhas da História de uma alma: «Um só olhar ao Santo Evangelho, imediatamente respiro os perfumes da vida de Jesus e sei para onde correr… Não é para o primeiro lugar, mas para o último que me oriento… Sim, sinto-o, mesmo se tivesse na consciência todos os pecados que se podem cometer, iria, com o coração despedaçado pelo arrependimento, lançar-me entre os braços de Jesus, porque sei quanto ama o filho pródigo que volta a Ele» (Ms C, 36v-37r). «Confiança e Amor» são portanto o ponto final da narração da sua vida, duas palavras que como faróis iluminaram todo o seu caminho de santidade, para poder guiar os outros pela sua mesma «pequena via de confiança e de amor» da infância espiritual (cf. Ms C, 2v-3r; LT 226). Confiança como a do menino que se abandona nas mãos de Deus, inseparável do compromisso forte e radical do verdadeiro amor, que é dom total de si, para sempre, como diz a Santa contemplando Maria: «Amar é dar tudo, e dar-se a si mesmo» (Porque te amo, ó Maria, P 54/22). Assim Teresa indica a todos nós que a vida cristã consiste em viver plenamente a graça do Baptismo na doação total de si ao Amor do Pai, para viver como Cristo, no fogo do Espírito Santo, o seu mesmo amor por todos os outros.

Bento XVI

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Reconhecer o outro, curar as feridas, construir pontes…

No Evangelho, Jesus lembra-nos uma tentação a propósito da qual deveremos vigiar atentamente: a ânsia de ser os primeiros, de predominar sobre os outros; tentação esta, que pode esconder-se em todo o coração humano. Quantas vezes sucedeu que um povo se julgou superior, com mais direitos adquiridos, com maiores privilégios a preservar ou conquistar! Qual é o remédio proposto por Jesus, quando surge tal impulso no nosso coração e na mentalidade duma sociedade ou dum país? Fazer-se o último de todos e o servo de todos; permanecer no lugar para onde ninguém quer ir, aonde nada chega, na periferia mais distante; e servir, criando espaços de encontro com os últimos, com os descartados. Se o poder se deixasse guiar por isto, se permitíssemos ao Evangelho de Cristo chegar às profundezas da nossa vida, então a globalização da solidariedade seria verdadeiramente uma realidade. «Enquanto no mundo, especialmente nalguns países, se reacendem várias formas de guerras e conflitos, nós, cristãos, insistimos na proposta de reconhecer o outro, de curar as feridas, de construir pontes, de estreitar laços e de nos ajudarmos “a carregar as cargas uns dos outros” (Gal 6, 2)» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 67).

Papa Francisco, Angelus, 23 de Setembro, 2018

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