Ó Espírito Santo, dai-me um coração…

box-2-400x266

Ó Espírito Santo, dai-me um coração grande, aberto à vossa silenciosa e forte palavra inspiradora, fechado a todas as ambições mesquinhas; alheio a qualquer desprezível competição humana; compenetrado do sentido da Santa Igreja! Um coração desejoso de se tornar semelhante ao coração do Senhor Jesus! Um coração grande e forte para amar a todos, para servir a todos, para sofrer por todos. Um coração grande e forte para superar as provações, todo o tédio, todo o cansaço, toda a desilusão, toda a ofensa! Um coração grande e forte e constante até ao sacrifício, quando for necessário! Um coração, cuja felicidade seja palpitar com o Coração de Cristo e cumprir humilde, fiel e virilmente a Vontade Divina. Amen.

São Paulo VI

Abrir

Domingo da Santíssima Trindade – Ano B

the-holy-trinity__96479.1405328703.490.588

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 28, 16-20)

Naquele tempo os onze discípulos partiram para a Galileia, para o monte que Jesus lhes tinha indicado. Quando o viram, adoraram-no; alguns, no entanto, ainda duvidavam. Aproximando-se deles, Jesus disse-lhes: «Foi-me dado todo o poder no Céu e na Terra. Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos.»

Reflexão

Creio em Deus Pai, criador do céu e da terra. Não estamos sós com os nossos problemas e conflitos. Não vivemos esquecidos. Deus é nosso Pai querido. Assim o chamava Jesus e assim o chamamos nós. Ele é a origem e a meta da nossa vida. Criou-nos só por amor, e espera-nos com coração de Pai no final da nossa peregrinação por este mundo. O seu nome é esquecido e renegado por muitos, mas Deus continua a olhar-nos com amor e convida-nos a ser seus filhos adoptivos.

Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor. É a grande prenda que Deus deu ao mundo. Ele disse-nos como é o Pai. Olhando-o, vemos o Pai: nos seus gestos captamos a sua ternura e compreensão, a sua amizade e proximidade. Este Jesus, o Filho muito amado do Pai, animou-nos a construir uma vida mais fraterna e feliz para todos. Indicou-nos também o caminho a seguir: “Sede compassivos como é compassivo o vosso Pai celeste”.

Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida. O mistério de Deus não é algo afastado. Está presente no mais profundo de cada um de nós. Podemo-lo captar como Espírito que alenta a nossa vida, como Amor que nos conduz aos que sofrem. Este Espírito é o que há de melhor dentro de nós: torna-nos capazes de amar.

Quando o Cristianismo fala da Trindade quer dizer que Deus, no seu mistério mais íntimo, é amor partilhado. Deus não é uma ideia obscura e abstracta; não é uma energia oculta, uma força perigosa; não é um ser solitário e sem rosto, apagado e indiferente; não é uma substância fria e impenetrável. Deus é Ternura transbordante de amor. Esse Deus trinitário é fonte e cume de toda a ternura. A ternura inscrita no ser humano tem a sua origem e a sua meta na Ternura que constitui o mistério de Deus. Por isso, a ternura não é um sentimento a mais; é sinal da maturidade e vitalidade interior; brota num coração livre, capaz de oferecer e de receber amor, um coração parecido ao de Deus.

Palavra para o caminho

Neste Domingo da Santíssima Trindade, que coincide com o fim do mês de Maio, o mês de Maria, queremos propor esta “Oração de Consagração ao Imaculado Coração de Maria”: Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, ao vosso Coração Imaculado nos consagramos, em acto de entrega total ao Senhor. Por Vós seremos levados a Cristo. Por Ele e com Ele seremos levados ao Pai. Caminharemos à luz da fé e faremos tudo para que o mundo creia que Jesus Cristo é o Enviado do Pai. Com Ele queremos levar o Amor e a Salvação até aos confins do mundo. Sob a protecção do vosso Coração Imaculado seremos um só povo com Cristo. Seremos testemunhas da Sua ressurreição. Por Ele seremos levados ao Pai, para glória da Santíssima Trindade, a Quem adoramos, louvamos e bendizemos. Amen.

Abrir

Pensamentos de São Filipe Néri

san-felipe-neri

– Ser misericordioso para com os que caíram é o melhor meio para não cairmos nós mesmos!

– Na guerra pela pureza só vencem os covardes, isto é, aqueles que fogem!

– Quem quiser outra coisa que não seja Cristo, não sabe aquilo que quer; quem pede outra coisa que não seja Cristo, não sabe aquilo que faz.

– A grandeza do amor que se tem a Deus, é medida pela grandeza do desejo de sofrer muito por amor de Deus; quem se impacienta com a cruz, achará uma outra mais pesada.

– Os sofrimentos deste mundo são a melhor escola do desprezo do mundo; quem não se matricular nesta escola, merece dó, porque é um infeliz.

– Quem não puder dedicar longo tempo à oração deve, pelo menos, elevar muitas vezes o seu coração para Deus.

– É possível restaurar as instituições com a santidade, e não restaurar a santidade com as instituições.

– Esta única razão devia bastar para manter alegre um fiel: saber que tem a Virgem Maria junto de Deus, que pede por ele.

– Somente a Comunhão pode conservar puro um coração aos vinte anos! Não pode haver castidade sem Eucaristia.

– Longe de mim, o pecado e a tristeza!

– Não pode acontecer coisa mais gloriosa a um cristão do que padecer por amor de Cristo.

 

Abrir

“Não tenho tempo para rezar”

115612

Este Deus de bondade não nos pede grande coisa: uma pequena lembrança de vez em quando, uma pequena adoração, às vezes pedir-Lhe uma graça, outras vezes oferecer-Lhe as suas penas, consolar-se com Ele; durante as comidas e as conversações, eleve de vez em quando para Ele o seu coração; a mínima lembrança será sempre de grande agrado para Ele. Para isto não faz falta gritar muito alto. Ele está mais perto de nós, do que pensamos. Não é necessário estar sempre na igreja para estar com Deus; podemos fazer de nosso coração um oratório no qual nos retiramos de vez em quando para nos mantermos ali com Ele, humilde e amorosamente. Todo o mundo é capaz destas conversas familiares com Deus, uns mais, outros menos, Ele conhece as nossas possibilidades.

Fr. Lourenço da Ressurreição

Abrir

Domingo de Pentecostes – Ano B

Pentecost

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 20, 19-23)

Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, colocou Se no meio deles e disse lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós».

Dito isto, soprou sobre eles e disse lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes serão retidos».

Mensagem

Vem, Espírito Santo, desperta a nossa fé débil, pequena e vacilante. Ensina-nos a viver confiando sempre no Amor insondável de Deus nosso Pai por todos os seus filhos e filhas. Se se apaga esta fé nos nossos corações, rapidamente morrerá também nas nossas famílias e nas nossas comunidades cristãs.

Vem, Espírito Santo, faz com que Jesus ocupe o centro da tua Igreja e de cada comunidade cristã. Que nada nem ninguém o suplante nem o obscureça. Atrai-nos para o Evangelho, que não fujamos da palavra de Jesus nem nos desviemos do seu mandato de nos amarmos uns aos outros como ele nos amou.

Vem, Espírito Santo, abre os nossos ouvidos para escutar os teus chamamentos, que hoje nos chegam, desde as interrogações, sofrimentos, conflitos e contradições dos homens e mulheres dos nossos dias. Faz-nos viver abertos ao teu poder para que vivamos mais atentos ao que nasce do que ao que morre, com o coração sustentado pela esperança e não pela nostalgia.

Vem, Espírito Santo, e purifica o coração das nossas comunidades cristãs e de cada um de nós mesmos. Ensina-nos a reconhecer os nossos pecados e limitações. Recorda-nos sempre que todos somos frágeis, medíocres e pecadores. Liberta-nos da nossa arrogância e falsa segurança. Ensina-nos a caminhar entre os homens e mulheres do nosso tempo com mais verdade e humildade.

Vem, Espírito Santo, ensina-nos a olhar de maneira nova a vida, o mundo e, sobretudo, as pessoas. Que aprendamos a ver como Jesus via, os que sofrem, os que choram, os que caem, os que vivem sós e esquecidos.

Vem, Espírito Santo, faz de nós comunidades cristãs de portas abertas, com coração compassivo e esperança contagiosa. Que nada nem ninguém nos distraia e desvie de Jesus, da sua Igreja e do seu Evangelho.

Palavra para o caminho

Espírito Santo de Deus, consagro-Te hoje todo o meu ser, vontade, inteligência, memória, imaginação e afectividade. Conduz-me pelos Teus caminhos, guia-me com a Tua sabedoria para a vida plena de Jesus. Cria em mim um coração puro e humilde, mas que tenha a ousadia e o ardor dos mártires. Enche-me com os Teus dons, santifica-me com os Teus frutos. Restaura todo o  meu viver, para que eu seja um canal do Teu amor. Amen.

Abrir

Vem, Espírito Santo, liberta-nos e ensina-nos

0

Pouco a pouco, vamos aprendendo a viver sem interioridade. Já não necessitamos de estar em contacto com o melhor que existe dentro de nós. Basta-nos viver entretidos. Contentamo-nos em funcionar sem alma e alimentar-nos só de pão. Não queremos expor-nos a buscar a verdade. Vem, Espírito Santo, liberta-nos do vazio interior.

Já sabemos viver sem raízes e sem metas. É-nos suficiente deixar-nos programar a partir de fora. Movemo-nos e agitamo-nos sem cessar, porém, não sabemos o que queremos nem para onde vamos. Estamos cada vez melhor informados, porém, sentimo-nos mais perdidos do que nunca. Vem, Espírito Santo, liberta-nos da desorientação.

Quase não nos interessam as grandes questões da existência. Não nos preocupa ficarmos sem luz para enfrentarmos a vida. Tornamo-nos mais cépticos, porém, mais frágeis e inseguros. Queremos ser inteligentes e lúcidos. Por que não encontramos sossego e paz? Por que nos visita tanto a tristeza? Vem, Espírito Santo, liberta-nos da escuridão interior.

Queremos viver mais, viver melhor, viver mais tempo, porém, viver o quê? Queremos sentir-nos bem, sentir-nos melhor, porém, sentir o quê? Procuramos desfrutar intensamente a vida, tirar o máximo proveito, mas contentamo-nos somente em passar bem. Fazemos o que queremos. Quase não existem proibições e terra proibida. Por que queremos algo diferente? Vem, Espírito Santo, ensina-nos a viver.

Queremos ser livres e independentes, mas encontramo-nos cada vez mais sozinhos. Necessitamos viver e fechamo-nos no nosso pequeno mundo, às vezes tão monótono. Necessitamos sentir-nos queridos e não sabemos criar contactos vivos e amistosos. Ao sexo chamamos “amor” e ao prazer “felicidade”, porém quem saciará a nossa sede? Vem, Espírito Santo, ensina-nos a amar.

Na nossa vida já não há lugar para Deus. A sua presença ficou reprimida e atrofiada dentro de nós. Cheios de ruídos por dentro, já não podemos escutar a sua voz. Distraídos por mil desejos e sensações, não conseguimos perceber a sua proximidade. Sabemos falar com todos menos com Deus. Aprendemos a viver de costas voltadas para o Mistério. Vem, Espírito Santo, ensina-nos a crer.

Adaptação de um texto de J. Pagola

Abrir

Santa Maria de Jesus Crucificado e o Espírito Santo

sta maria de jesus crucificado4

Santa Maria de Jesus Crucificado, de nacionalidade árabe, nasceu perto de Nazaré, em 5 de Janeiro de 1846. Órfã de pai e mãe, viveu muito pobre, e durante sete anos foi simples criada de servir. Por causa da sua fé, um muçulmano cortou-lhe a garganta mas Nossa Senhora curou-a, tendo-se tornado mais tarde carmelita. A sua veneração pela paixão de Jesus era muito grande, pelo que, como prémio, recebeu os estigmas. Deus escolheu-a ainda para ser mensageira do Espírito Santo. Disse-lhe Jesus: “O mundo e as congregações religiosas procuram novas devoções e desprezam a verdadeira devoção do Consolador. Por isso tanto erro, tantas discórdias e tão pouca luz e paz. Todo aquele que no mundo ou no claustro, invoca o Espírito Santo e O venera, não morrerá no erro. Cada sacerdote que preza esta devoção, por ela será iluminado. Quem invoca o Espírito Santo, procura-Me e achar-Me-à. A sua consciência torna-se delicada como a flor do campo. Se for pai ou mãe, reinará a paz nas famílias e o seu coração ficará em paz neste mundo e no outro. Não morrerá nas trevas mas em paz.

Instantemente eu desejo que cada sacerdote, em todo o mundo diga mensalmente uma missa em honra do Espírito Santo. Quem a disser ou ouvir, será honrado do Espírito Santo e receberá de uma maneira especial luzes e graças. (Os que não são sacerdotes, podem-na mandar celebrar). Ele acordará os que dormem e curará os enfermos”.

Abrir

Domingo da Ascensão – Ano B

ascension (1)

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos (Mc 16, 15-20) 

Naquele tempo Jesus apareceu aos Doze e disse-lhes: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for baptizado será salvo; mas, quem não acreditar será condenado. Estes sinais acompanharão aqueles que acreditarem: em meu nome expulsarão demónios, falarão línguas novas, apanharão serpentes com as mãos e, se beberem algum veneno mortal, não sofrerão nenhum mal; hão-de impor as mãos aos doentes e eles ficarão curados.»

Então, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi arrebatado ao Céu e sentou-se à direita de Deus. Eles, partindo, foram pregar por toda a parte; o Senhor cooperava com eles, confirmando a Palavra com os sinais que a acompanhavam.

Uma chave de leitura

A Solenidade da Ascensão do Senhor é uma festa marcante para a história da Igreja: a semente estava lançada, é tempo dos Apóstolos começarem a cuidar dela para que se espalhe por todo o mundo. Completada a obra da reconciliação com o mundo, Jesus começa uma vida nova junto do Pai, mas continua vivo e activo na sua Igreja, particularmente através do seu Espírito Santo. É este Espírito que nos impele para a missão: todos somos enviados a dar testemunho de Cristo Ressuscitado.

Comentário do texto

Marcos 16, 15-18: Os sinais que acompanham o anúncio da Boa Nova. Jesus confere aos Apóstolos a missão de anunciar a Boa Nova a toda a criatura. A exigência que ele coloca para quem quer ser salvo é esta: crer e ser baptizado. Aos que acreditam na Boa Nova e se fazem baptizar, promete estes sinais: 1) expulsarão os demónios; 2) falarão novas línguas; 3) tomarão nas mãos as serpentes; 4) beberão qualquer veneno e não lhes fará mal; 5) imporão as mãos aos doentes e estes ficarão curados. Estes sinais acontecem ainda hoje:

– Expulsar os demónios: é combater o poder do mal que estrangula a vida. A vida de muitas pessoas melhorou a partir do momento que entraram na comunidade e começaram a viver a Boa Nova da experiência de Deus. Participando na vida da comunidade, lançam fora o mal das suas vidas.

– Falar novas línguas: é começar a comunicar com os outros de um novo modo. Às vezes encontramos uma pessoa que antes nunca a tínhamos visto, mas acontece como se já a conhecêssemos há muito tempo. É porque falamos a mesma língua, a língua do amor.

– Apanharão serpentes com as mãos e, se beberem algum veneno mortal, não sofrerão nenhum mal: há muitas coisas que envenenam a convivência. Muitos mexericos que arruínam a relação entre as pessoas. Quem vive a presença de Deus sabe superar isto e não é molestado por este veneno mortífero.

– Curar os enfermos: em qualquer lugar em que apareça uma consciência mais clara da presença de Deus, aparece também uma especial atenção às pessoas excluídas e marginalizadas, sobretudo aos enfermos. O que mais favorece a saúde é que a pessoa se sinta acolhida e amada.

Marcos 16, 19-20: através da comunidade Jesus continua a sua missão. Aquele Jesus que na Palestina acolhia os pobres, revelando-lhes o amor do Pai, agora é o mesmo Jesus que continua presente entre nós nas nossas comunidades. Através de nós, Ele continua a sua missão de revelar a Boa Nova do amor de Deus aos pobres. A ressurreição continua até hoje. Nenhum poder deste mundo é capaz de neutralizar a força que brota da fé na ressurreição (Rom 8, 35-39). Uma comunidade que quer ser sinal da ressurreição deve ser sinal de vida, deve lutar contra as forças da morte, para que o mundo seja um lugar favorável à vida, deve crer que é possível outro mundo. Sobretudo naqueles lugares onde a vida do povo está mais em perigo por causa do sistema de morte ali imposto, as comunidades devem ser uma prova viva de esperança que vence o mundo, sem medo de serem felizes!

Palavra para o caminho

Com frequência, os discípulos de Jesus são apresentados como vítimas de uma máquina de escravidão, que produz escravos, alienados, vítimas do obscurantismo, porque insistem em testemunhar que a vida plena está no perdão, no serviço, na entrega da vida. O confronto com o mundo gera muitas vezes, nos discípulos, desilusão, sofrimento, frustração Nos momentos de decepção e de desilusão convém, no entanto, recordar as palavras de Jesus: “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos”. Esta certeza deve alimentar a coragem com que testemunhamos aquilo em que acreditamos.

Abrir

Três palavras necessárias para se viver bem em família

Family

Como porta de entrada às reflexões sobre a vida familiar, queria hoje falar-vos de três palavras, necessárias para se viver bem em família: «Com licença», «obrigado» e «desculpa». Fazem parte da «boa educação», radicada no amor do bem e no respeito pelo outro. A família vive desta delicadeza. Ao dizer «Com licença», estamos a pedir gentilmente mesmo aquilo a que julgamos ter direito: entrar na vida do consorte requer a delicadeza dum comportamento não invasor. É a capacidade de esperar que o outro nos abra a porta do seu coração. Quanto à palavra «obrigado», hoje caiu muito em desuso na sociedade, pensando que tudo nos é devido; a gentileza e a capacidade de agradecer são vistas como sinal de fraqueza, deixando-nos até suspeitosos e desconfiados. Mas uma pessoa que não sabe agradecer, esqueceu a linguagem de Deus. Sejamos intransigentes em educar para a gratidão: a dignidade da pessoa e a justiça social passam por aqui. Por último, «desculpa»: uma palavra difícil e todavia tão necessária. Quando falta, pequenas fendas alargam-se – mesmo sem querer – até se tornar fossos profundos. Na casa, onde não se pede desculpa, começa a faltar o ar. Na vida matrimonial, litiga-se tantas vezes, mas dou-vos um conselho: nunca termineis o dia sem fazer a paz; para isso, basta um pequeno gesto.

Papa Francisco

Abrir