2º Domingo da Páscoa. Domingo da Divina Misericórdia

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 20, 19-31)

Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhe-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes serão retidos». Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão na seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu- Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!» Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto». Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.

Reflexão

Jesus faz-se presente na comunidade. As portas fechadas não podem impedir que ele esteja no meio dos que nele acreditam. Ainda hoje a palavra de Jesus é e será sempre: “A paz esteja convosco”. O Jesus que está connosco na comunidade é o mesmo Jesus que viveu na terra e traz as marcas da sua paixão. É deste Jesus, ao mesmo tempo crucificado e ressuscitado, que recebemos a missão, a mesma que ele recebeu do Pai: “Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós”. Mas antes repete novamente: “A paz esteja convosco”. Construir a paz faz parte da missão. Paz significa muito mais do que só a ausência de guerra. Significa construir uma convivência humana harmoniosa, em que as pessoas possam ser elas mesmas, tendo todas o necessário para viver, convivendo felizes e em paz. Esta foi a missão de Jesus, e é também a nossa missão. Numa palavra, é criar comunidade a exemplo da comunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Jesus soprou sobre os discípulos e disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo”. É só com a ajuda do Espírito de Jesus que seremos capazes de realizar a missão que Jesus nos dá. O ponto central da missão de paz está na reconciliação, na tentativa de superar as barreiras que nos separam: “Àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhe-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes serão retidos!”. Este poder de reconciliar e de perdoar é dado à comunidade. No evangelho de Mateus é concedido também a Pedro (Mt 16,19). Aqui, percebe-se a enorme responsabilidade da comunidade. O texto deixa claro que uma comunidade sem perdão, sem reconciliação já não é comunidade cristã.

Tomé, um dos doze, não estava presente quando Jesus apareceu e não acredita no testemunho dos outros companheiros. Tomé é exigente: “Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão na seu lado, não acreditarei”. A dúvida de Tomé deixa transparecer como era difícil crer na ressurreição.

Novamente, durante a reunião da comunidade, eles têm uma experiência profunda da presença de Jesus ressuscitado no meio deles. Dirigindo-se a Tomé, Jesus não critica nem fala mal da sua incredulidade, mas aceita o desafio e diz-lhe: “Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente!”. Tomé confessa: “Meu Senhor e meu Deus!” No primeiro capítulo do Evangelho de João, os discípulos deram a Jesus uma série de títulos que indicavam um conhecimento crescente de quem Ele era mas aqui Tomé dá-lhe o título final e definitivo: Jesus é Senhor e Deus!

“Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto”. Com esta frase, Jesus declara felizes a todos nós que estamos nesta condição: sem termos visto acreditamos que o Jesus que está no nosso meio é o mesmo que morreu crucificado!

Palavra para o caminho

– Redescubramos as obras de misericórdia corporais: dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos doentes, visitar os presos, enterrar os mortos. E não esqueçamos as obras de misericórdia espirituais: aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, consolar os tristes, perdoar as ofensas, suportar com paciência as pessoas molestas, rezar a Deus pelos vivos e defuntos.

– Quanto desejo que (…) as nossas paróquias e as nossas comunidades, cheguem a ser ilhas de misericórdia no meio do mar da indiferença.

– Ter um coração misericordioso não significa ter um coração débil. Quem deseja ser misericordioso necessita de um coração forte, firme, fechado ao tentador, mas aberto a Deus.

Papa Francisco

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Domingo de Páscoa – Ano B

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 20,1-9)

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predilecto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram». Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro,e chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou. Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.

Reflexão

Os quatro evangelhos relatam os acontecimentos do Dia da Ressurreição. Lendo os relatos torna-se evidente que ninguém esperava a Ressurreição! Para os discípulos, a Cruz era o fim da esperança, a maior desilusão possível. Se acrescentarmos a isto o facto de que todos eles traíram Jesus (ou por dinheiro, ou por covardia), podemos imaginar o ambiente pesado entre eles na manhã do Domingo. Entretanto, e neste ambiente, chega Maria Madalena com a notícia de que o túmulo estava vazio. Ela, naturalmente, pensa que o corpo tinha sido roubado. Ressurreição? Nem pensar! Pedro e o Discípulo Amado correm até ao túmulo. Já no túmulo, perante o que está diante dos seus olhos, o Discípulo Amado acredita. Ele reconheceu no que viu a presença e a acção de Deus. Só quem olha com os olhos do coração, do amor, vê para além das aparências!

Como em Lucas 24, na história dos Discípulos de Emaús, o texto demonstra que a nossa fé não está baseada num túmulo vazio! Não é o túmulo vazio que fundamenta a nossa fé na Ressurreição, mas o contrário, é a experiência da presença de Jesus Ressuscitado que explica porque o túmulo está vazio!

“Do mesmo modo que o grão de trigo se eleva da terra como caule e espiga, assim também Jesus não poderia ficar no sepulcro: o sepulcro está vazio porque o Pai não O «abandonou na habitação dos mortos nem permitiu que a sua carne conhecesse a decomposição» (cf. Act 2, 31; Sal 16, 10)” (Bento XVI)

Hoje em dia, quando olhamos para o mundo, não é fácil acreditar na vitória da vida sobre a morte. Há tanto sofrimento e injustiça!… Só uma experiência profunda da presença de Jesus libertador no meio da comunidade poderá sustentar a nossa fé na vitória final do bem sobre o mal, da luz sobre as trevas, da graça sobre o pecado! Em Jesus ressuscitado é inaugurada a nova criação, fazendo do primeiro dia da semana o «Domingo», ou seja, o «Dia do Senhor», Dia que jamais terá ocaso. “Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos; e não haverá mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor. Porque as primeiras coisas passaram” (Ap 21, 4).

Palavra para o caminho

No Domingo de Páscoa, em alegria contagiante, proclamamos: «Cristo ressuscitou, aleluia! Ressuscitou verdadeiramente, aleluia!». Alegramo-nos e exultamos, pois, no dia de Páscoa, celebramos o maior acontecimento de todos os tempos: a ressurreição de Jesus.

Este é o facto central e mais importante de toda a Bíblia e da nossa fé. Tudo o que se encontra no Antigo Testamento foi escrito para preparar a vinda e a ressurreição de Jesus. E tudo o que está escrito no Novo Testamento testemunha que Jesus ressuscitou. Pela Cruz, Ele venceu o pecado e a morte e está vivo no meio de nós, comunicando-nos a vida nova que recebeu do Pai.

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Oração do Papa no final da Via-Sacra no Coliseu de Roma

Senhor Jesus, o nosso olhar está voltado para ti, cheio de vergonha, de arrependimento e de esperança. Diante do teu supremo amor, atravessa-nos a vergonha por ter-te deixado só, a sofrer pelos nossos pecados:

A vergonha por termos escapado diante da prova, apesar de te termos dito milhares de vezes: “ainda que todos te deixem, eu não te abandonarei nunca”;

A vergonha de termos escolhido Barrabás, não a ti; o poder e não a ti; a aparência e não a ti; o deus-dinheiro e não a ti; a mundanidade e não a
eternidade;

A vergonha de te termos tentado com a boca e o coração cada vez que nos encontramos perante uma provação, dizendo-te: “se és o Messias, salva-te e acreditaremos!”;

A vergonha porque tantas pessoas, mesmo alguns ministros teus, se deixaram enganar pela ambição e pela glória vã, perdendo a sua dignidade e o seu primeiro amor;

A vergonha porque as nossas gerações estão a deixar aos jovens um mundo partido pelas divisões e pelas guerras; um mundo devorado pelo egoísmo, onde os jovens, os pequenos, os doentes, os idosos são marginalizados;

A vergonha de termos perdido a vergonha; Senhor Jesus, dá-nos sempre a graça da santa vergonha!

A esperança, porque a tua mensagem continua a inspirar, ainda hoje, tantas pessoas e povos, porque só o bem pode derrotar o mal e a maldade, só o perdão pode derrubar o rancor e a vingança, só o abraço fraterno pode dissipar a hostilidade e o medo do outro;

A esperança, porque o teu sacrifício continua, ainda hoje, a emanar o perfume do amor divino que acaricia os corações de tantos jovens que continuam a consagrar-te as suas vidas, tornando-se exemplos vivos de caridade e de gratuidade neste nosso mundo devorado pela lógica do lucro e do ganho fácil;

A esperança, porque tantos missionários e missionárias continuam, ainda hoje, a desafiar a consciência adormecida da humanidade, arriscando a vida para te servir nos pobres, nos descartados, nos imigrantes, nos invisíveis, nos explorados, nos que passam fome e nos presos;

A esperança, porque a tua Igreja, santa e feita de pecadores, continua, ainda hoje, apesar de todas as tentativas de a desacreditar, a ser uma luz que ilumina, encoraja, alivia e testemunha o teu amor sem limites pela humanidade, um modelo de altruísmo, uma arca de salvação e uma fonte de certeza e de verdade;

A esperança, porque da tua cruz, fruto da avidez e da cobardia de tantos doutores da lei e hipócritas, jorrou a ressurreição, transformando as trevas do túmulo no fulgor da aurora do Domingo sem fim, ensinando-nos que o teu amor é a nossa esperança; Senhor Jesus, dá-nos sempre a graça da santa esperança!

Ajuda-nos, Filho do homem, a despojarmo-nos da arrogância do ladrão posto à tua esquerda, dos míopes e dos corruptos, que viram em ti uma oportunidade a explorar, um condenado a criticar, um derrotado para zombar, mais uma ocasião para empurrar para os outros, até para Deus, as próprias culpas.

Pedimos, pelo contrário, Filho de Deus, que personifiquemos o bom ladrão que te viu com olhos cheios de vergonha, de arrependimento e de esperança; que, com os olhos da fé, viu na tua aparente derrota a divina vitória e, assim, se ajoelhou diante da tua misericórdia e, com honestidade, roubou o paraíso.
Amén.

Papa Francisco

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Sexta-Feira Santa

Esta sexta-feira é Santa. Grande. Autêntica. Vê-se Jesus exposto na Cruz por todo o lado. Solene exposição. Mesmo fechando os olhos, as janelas e as portas, Tu rebentas as comportas com jatos de Luz, E saltas as trincheiras do meu coração. Vem, Senhor Jesus, Entra pela janela dos meus olhos, Enche todos os recantos do meu ser, Ilumina todos os redutos, E faz-me ver que todo o comodismo e egoísmo É sem raiz nem flor nem frutos. Irei, Senhor, em procissão de amor, beijar a tua Cruz. E quando eu olhar para ti, para o teu rosto ferido e desfigurado, Para as tuas muitas chagas a sangrar, Dá-me a graça de aí ver bem o meu pecado. E quando Tu, Senhor, olhares para mim, Com esse meigo olhar de serena compaixão, Dá-me a graça de ver o teu perdão nunca poupado, E de sair com o coração transfigurado.

D. António Couto

 

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Via Sacra com Santa Teresinha do Menino Jesus (Parte II)

7ª Estação: Jesus carrega com a cruz

 Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!

– Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

 Jesus prodigaliza as suas cruzes como o sinal mais seguro da sua ternura, porque deseja fazer-te semelhante a Ele. Por que ter medo de não ser capaz de levar a cruz sem desfalecer?

 – Santa Mãe de Deus, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas, as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

8ª Estação: Jesus é ajudado pelo cireneu a levar a cruz

 Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!

– Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

 Quando se quer atingir um fim, deve-se procurar os seus meios. Jesus fez-me compreender que era pela cruz que Ele me queria dar almas, e minha atracção pelo sofrimento cresceu na medida em que o sofrimento aumentou.

 – Santa Mãe de Deus, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas, as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

 9ª Estação: Jesus encontra e consola as mulheres de Jerusalém

 Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!

– Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

 Se um suspiro pode salvar uma alma, que não podem fazer os sofrimentos como os nossos? Não recusemos nada a Jesus!

 – Santa Mãe de Deus, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas, as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

 10ª Estação: Jesus é crucificado

 Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!

– Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

 Às vezes custa à nossa fraqueza dar a Nosso Senhor aquilo que Ele pede. E, porque custa, é meritório e precioso o nosso sacrifício.

 – Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas, as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

 11ª Estação: Jesus promete o seu reino ao bom ladrão

 Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!

– Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

 Tomei a resolução de estar sempre, em espírito, ao pé da cruz para receber o divino orvalho que se desprendia dela, e compreendi que, a seguir, teria que derramá-lo sobre as almas.

 – Santa Mãe de Deus, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas, as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

 12ª Estação: Jesus crucificado, a sua Mãe e o Discípulo Amado

Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!

– Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

 Amar aos pés da cruz é mais belo e heróico do que amar nos esplendores do Tabor. É ali que se prova o verdadeiro amor.

 – Santa Mãe de Deus, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas, as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

 13ª Estação: Jesus morre na cruz

 Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!

– Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

 Não acreditemos que existe o amor sem o sofrimento.

 – Santa Mãe de Deus, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas, as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

 14ª Estação: Jesus é depositado no sepulcro

 Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!

R. Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

 O meu coração está completamente colocado na vontade de Deus, por isso permaneço em profunda paz.

 – Santa Mãe de Deus, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas, as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

 

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Via Sacra com Santa Teresinha do Menino Jesus (Parte I)

 

1ª- Estação: Jesus no horto das oliveiras

Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!

– Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Não quero que Jesus sofra; quisera enxugar as lágrimas que Ele derrama pelos pecadores, convertendo-os a todos. «Oh! Não percamos tempo, salvemos as almas! As almas caem no inferno tão numerosas quanto os flocos de neve num dia de inverno» (Santa Teresa de Jesus) e Jesus chora; e nós pensamos nas nossas dores, sem pensar em consolá-Lo.

– Santa Mãe de Deus, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas, as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

2ª Estação: Jesus, atraiçoado por Judas, é preso

 Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!

– Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

 Para me conquistar, fizeste-Te mortal, igual a mim; derramaste o Teu sangue, mistério supremo. Antes de entrar na glória celeste, o Deus-Homem tinha que sofrer. Quantos desprezos sofreste por meu amor, em terra estrangeira.

 – Santa Mãe de Deus, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas, as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

3ª Estação: Jesus é condenado pelo Sinédrio

 Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!

– Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

 Eu gosto do que Ele faz. Eu gosto de tudo o que Deus me dá. Jesus não pode desejar para nós sofrimentos inúteis.

 – Santa Mãe de Deus, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas, as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

4ª Estação: Jesus é negado por Pedro

 Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!

– Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

 O Bom Deus dá-me coragem na proporção dos meus sofrimentos. Sinto que, no momento, não poderia suportar mais, mas não tenho medo, pois se Ele os aumentar, aumentará, ao mesmo tempo, a minha coragem.

 – Santa Mãe de Deus, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas, as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

5ª Estação: Jesus é julgado por Pilatos

 Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!

– Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

 Vou cantar a inefável graça de ter sofrido e carregado a cruz. Compreendi que pela cruz se salvam os pecadores. Pela cruz a minha alma viu abrir-se um horizonte novo.

 – Santa Mãe de Deus, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas, as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

6ª Estação: Jesus é flagelado e coroado de espinhos

 Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!

– Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

 Soframos ainda que com amargura e sem coragem. Também Jesus sofreu de tristeza.

 – Santa Mãe de Deus, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas, as chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

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Domingo de Ramos – Ano B

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos (15, 1-39) – (forma breve)

Naquele tempo, os príncipes dos sacerdotes reuniram-se em conselho, logo de manhã, com os anciãos e os escribas, isto é, todo o Sinédrio. Depois de terem manietado Jesus, foram entregá-l’O a Pilatos. Pilatos perguntou-Lhe: «Tu és o Rei dos judeus?». Jesus respondeu: «É como dizes». E os príncipes dos sacerdotes faziam muitas acusações contra Ele. Pilatos interrogou-O novamente: «Não respondes nada? Vê de quantas coisas Te acusam». Mas Jesus nada respondeu, de modo que Pilatos estava admirado. Pela festa da Páscoa, Pilatos costumava soltar-lhes um preso à sua escolha. Havia um, chamado Barrabás, preso com os insurrectos, que numa revolta tinham cometido um assassínio. A multidão, subindo, começou a pedir o que era costume conceder-lhes. Pilatos respondeu: «Quereis que vos solte o Rei dos judeus?». Ele sabia que os príncipes dos sacerdotes O tinham entregado por inveja. Entretanto, os príncipes dos sacerdotes incitaram a multidão a pedir que lhes soltasse antes Barrabás. Pilatos, tomando de novo a palavra, perguntou-lhes: «Então, que hei-de fazer d’Aquele que chamais o Rei dos judeus?». Eles gritaram de novo: «Crucifica-O!». Pilatos insistiu: «Que mal fez Ele?». Mas eles gritaram ainda mais: «Crucifica-O!». Então Pilatos, querendo contentar a multidão, soltou-lhes Barrabás e, depois de ter mandado açoitar Jesus, entregou-O para ser crucificado. Os soldados levaram-n’O para dentro do palácio, que era o Pretório, e convocaram toda a corte. Revestiram-n’O com um manto de púrpura e puseram-Lhe na cabeça uma coroa de espinhos que haviam tecido. Depois começaram a saudá-l’O: «Salve, Rei dos judeus!». Batiam-Lhe na cabeça com uma cana, cuspiam-Lhe e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante d’Ele. Depois de O terem escarnecido, tiraram-Lhe o manto de púrpura e vestiram-Lhe as suas roupas. Em seguida levaram-n’O dali para O crucificarem. Requisitaram, para Lhe levar a cruz, um homem que passava, vindo do campo, Simão de Cirene, pai de Alexandre e Rufo. E levaram Jesus ao lugar do Gólgota, quer dizer, lugar do Calvário. Queriam dar-Lhe vinho misturado com mirra, mas Ele não o quis beber. Depois crucificaram-n’O. E repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, para verem o que levaria cada um. Eram nove horas da manhã quando O crucificaram. O letreiro que indicava a causa da condenação tinha escrito: «O Rei dos Judeus». Crucificaram com Ele dois salteadores, um à direita e outro à esquerda. Os que passavam insultavam-n’O e abanavam a cabeça, dizendo: «Tu que destruías o templo e o reedificavas em três dias, salva-Te a Ti mesmo e desce da cruz». Os príncipes dos sacerdotes e os escribas troçavam uns com os outros, dizendo: «Salvou os outros e não pode salvar-Se a Si mesmo! Esse Messias, o Rei de Israel, desça agora da cruz, para nós vermos e acreditarmos». Até os que estavam crucificados com Ele O injuriavam. Quando chegou o meio-dia, as trevas envolveram toda a terra até às três horas da tarde. E às três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte: «Eloí, Eloí, lemá sabactáni?». Que quer dizer: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?». Alguns dos presentes, ouvindo isto, disseram: «Está a chamar por Elias». Alguém correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta duma cana, deu-Lhe a beber e disse: «Deixa ver se Elias vem tirá-l’O dali». Então Jesus, soltando um grande brado, expirou. O véu do templo rasgou-se em duas partes de alto a baixo. O centurião que estava em frente de Jesus, ao vê-l’O expirar daquela maneira exclamou: «Na verdade, este homem era Filho de Deus».

Reflexão

Desde o meio-dia até às três da tarde a obscuridade total cobre a terra. Até a natureza sente o efeito da agonia e morte de Jesus. Pregado na cruz, privado de tudo, da sua boca sai um lamento: «Eli, Eli! Lama Sabactáni!». Quer dizer: «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?». É a primeira frase do salmo 22(21). Jesus entra na morte rezando, expressando o abandono que sente. Reza em hebraico. Os soldados que estavam perto d’Ele, e que faziam de guarda, dizem: «Está a chamar por Elias!». Os soldados eram estrangeiros, mercenários contratados pelos romanos. Não compreendiam a língua dos judeus. Pensavam que Eli queria dizer Elias. Jesus pregado na cruz encontra-se num abandono total. Mesmo que quisesse falar com alguém, não seria possível. Permaneceu completamente só: Judas atraiçoou-o, Pedro negou-o, os discípulos fugiram, as amigas estavam muito afastadas, as autoridades escarneciam-no, os que passavam insultavam-no, o próprio Deus o abandona e nenhuma língua serve para comunicar. Este foi o preço que pagou pela sua fidelidade à sua opção de seguir sempre o caminho do amor e do serviço para redimir os seus irmãos. Ele mesmo disse: «O Filho do homem não veio para ser servido mas para servir e dar a vida em resgate de muitos» (Mt 20, 28). No meio do abandono e da obscuridade, Jesus lança um forte grito e morre. Morre lançando o grito dos pobres, porque sabe que Deus escuta o clamor dos pobres (Ex 2, 24; 3, 7; 22, 22.26, etc.). Com esta fé, Jesus entra na morte, seguro de ser escutado. A Carta aos Hebreus comenta: «Ele ofereceu preces e súplicas com fortes gritos e lágrimas àquele que o podia libertar da morte e foi escutado pela sua piedade» (Heb 5, 7). Deus escutou o grito de Jesus e «exaltou-o» (Fil 2, 9). A ressurreição é a resposta de Deus à oração e ao oferecimento que Jesus faz da sua vida. Com a ressurreição de Jesus, o Pai anuncia a todo o mundo esta Boa Nova: «Quem vive a vida como Jesus servindo os irmãos, é vitorioso e viverá para sempre, ainda que morra, mesmo que o matem!». Esta é a Boa Nova do reino que nasce da Cruz.

Palavra para o caminho

A morte de Jesus só se compreende no contexto da sua vida e missão, como consequência do anúncio do Reino: ela resultou das tensões e resistências que o anúncio do Reino provocou entre os que dominavam o mundo. A morte de Jesus foi assim o culminar da sua vida; é a afirmação última, mais radical e verdadeira (porque selada pelo seu próprio sangue) do que Jesus anunciou em palavras e obras.

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Via Sacra: 13ª e 14ª Estações

13ª Estação: Jesus morre na cruz

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!

R. Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Do Evangelho de S. Marcos (Mc 15, 33-36): Jesus exclamou com voz forte: “Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?” Alguém correu a embeber uma esponja em vinagre e deu-Lhe a beber. Então Jesus, soltando um grande brado, expirou.

Todo o moribundo experimenta a sombra da angústia e da solidão, o abandono total. Mas, o Pai poderá abandonar o Filho? O brado de Jesus é um brado misterioso, de sofrimento total, de esperança contra toda a esperança. Os lábios de Jesus confessam outro mistério; a sede do Seu corpo é sede divina.

Oremos: Senhor Jesus, Vós morrestes para nos dar a vida; com a Vossa morte reconciliastes tudo, na Vossa morte aprendemos a lição suprema do amor. Depois da Vossa morte, já tem sentido a nossa morte. Tende compaixão de todos os mortos! Ensinai-nos a saber viver para saber morrer como Vós. Vós que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.

R. Amen.

14ª Estação: Jesus é depositado no sepulcro

V. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus!

R. Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Do Evangelho de São Lucas (Lc 23, 50-54): Um membro do Conselho, chamado José, homem recto e justo, não tinha concordado com a decisão nem com o procedimento dos outros. Era natural de Arimateia, cidade da Judeia, e esperava o Reino de Deus. Foi ter com Pilatos, pediu-lhe o corpo de Jesus e, descendo-o da cruz, envolveu-O num lençol e depositou-O num sepulcro talhado na rocha, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. Era o dia da Preparação e já brilhavam as luzes do sábado.

No fim da tragédia, há este remate de ternura e dramatismo; Jesus é sepultado, para que o Seu corpo não ficasse exposto e entregue à noite. Jesus é despregado e descido da cruz. O lençol conhece o último contacto da pele, já tranquila, maltratada, de Jesus. O corpo de Jesus vai estrear um sepulcro. Tudo faz silêncio, terrível silêncio. O silêncio de Deus. E pelas frestas da pedra rolada para a entrada do sepulcro sai o aroma do corpo ungido de Cristo, o aroma da iminente ressurreição.

Oremos: Senhor Jesus, meditámos a Vossa Paixão, contemplámos a Vossa Morte, chegámos ao Vosso sepulcro. Vós que estivestes três dias sepultado, concedei-nos a graça de entender que a nossa vida e a nossa morte é uma espera da ressurreição gloriosa. Vós que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.

R. Amen.

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Catequese do Papa Francisco sobre a Missa. “Felizes os convidados para a Ceia do Senhor”

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje é o primeiro dia de primavera: boa primavera! Mas o que acontece na primavera? Florescem as plantas, florescem as árvores. Far-vos-ei algumas perguntas. Uma árvore ou uma planta doentes, florescem bem, se estão doentes? Não! Uma árvore, uma planta que não for regada pela chuva ou artificialmente, pode florescer bem? Não! E uma árvore ou uma planta das quais foram tiradas as raízes, ou que não as têm, podem florescer? Não! Mas pode-se florescer sem raízes? Não! E esta é uma mensagem: a vida cristã deve ser uma vida que precisa de florescer em obras de caridade, em gestos de bem. Mas se tu não tens raízes, não poderás florescer; e quem é a raiz? Jesus! Se ali, nas raízes, não estiveres com Jesus, não florescerás! Se não regares a tua vida com a oração e os sacramentos, terás flores cristãs? Não! Porque a oração e os sacramentos irrigam as raízes e a nossa vida floresce. Faço-vos votos a fim de que esta primavera seja para vós uma primavera florida, como será a Páscoa florescida. Florida de boas obras, de virtudes, de gestos de bem para os outros. Recordai isto, é um pequeno verso muito bonito da minha Pátria: “O que a árvore tem de florescido vem daquilo que tem de enterrado”. Nunca cortemos as raízes com Jesus.

E agora continuemos com a catequese sobre a Santa Missa. A celebração da Missa, da qual percorremos os vários momentos, visa a Comunhão, ou seja, a nossa união com Jesus. A comunhão sacramental: não a comunhão espiritual, que podes fazer em casa, dizendo: “Jesus, gostaria de te receber espiritualmente”. Não, a comunhão sacramental, com o corpo e o sangue de Cristo. Celebramos a Eucaristia para nos alimentarmos de Cristo, que se oferece a nós quer na Palavra quer no Sacramento do altar, para nos conformar-nos com Ele. É o próprio Senhor quem o diz: «Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e Eu nele» (Jo 6, 56). Com efeito, o gesto de Jesus que deu aos discípulos o seu Corpo e Sangue na última Ceia, continua ainda hoje através do ministério do sacerdote e do diácono, ministros ordinários da distribuição do Pão da vida e do Cálice da salvação aos irmãos.

Na Missa, depois de ter partido o Pão consagrado, ou seja, o corpo de Jesus, o sacerdote mostra-o aos fiéis, convidando-os a participar no banquete eucarístico. Conhecemos as palavras que ressoam do santo altar: «Felizes os convidados para a Ceia do Senhor: eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo». Inspirado num trecho do Apocalipse — «Felizes os convidados para a ceia das núpcias do Cordeiro» (Ap 19, 9): diz “núpcias” porque Jesus é o Esposo da Igreja — este convite chama-nos a experimentar a íntima união com Cristo, fonte de alegria e de santidade. É um convite que rejubila e, ao mesmo tempo, impele a um exame de consciência, iluminado pela fé. Com efeito, se por um lado vemos a distância que nos separa da santidade de Cristo, por outro acreditamos que o seu Sangue é «derramado para a remissão dos pecados». Todos nós fomos perdoados no batismo, e todos nós somos perdoados ou seremos perdoados cada vez que nos aproximarmos do sacramento da penitência. E não nos esqueçamos: Jesus perdoa sempre. Jesus não se cansa de perdoar. Somos nós que nos cansamos de pedir perdão. Precisamente pensando no valor salvífico deste Sangue, Santo Ambrósio exclama: «Eu, que peco sempre, devo ter sempre à disposição o remédio» (De sacramentis, 4, 28: pl 16, 446a). Nesta fé, também nós dirijamos o olhar para o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo, e invoquemo-lo: «Ó Senhor, não sou digno de participar na vossa mesa: mas dizei uma só palavra e eu serei salvo». Dizemos isto em cada Missa.

Somos nós que nos movemos em procissão para receber a Comunhão, caminhamos rumo ao altar em procissão para receber a Comunhão, mas na realidade é Cristo que vem ao nosso encontro para nos assimilar a si. Há um encontro com Jesus! Nutrir-se da Eucaristia significa deixar-se transformar naquilo que recebemos. Santo Agostinho ajuda-nos a compreender isto, quando narra acerca da luz recebida ao ouvir Cristo dizer: «Eu sou o alimento dos grandes. Cresce, e comer-me-ás. E não serás tu que me transformarás em ti, como o alimento da tua carne, mas tu serás transformado em mim» (Confissões, VII, 10, 16: pl 32, 742). Cada vez que recebemos a Comunhão, assemelhamo-nos mais a Jesus, transformamo-nos mais em Jesus. Do mesmo modo que o pão e o vinho são transformados no Corpo e Sangue do Senhor, assim quantos os recebem com fé são transformados em Eucaristia viva. Ao sacerdote que, distribuindo a Eucaristia, te diz: «O Corpo de Cristo», tu respondes: «Amém», ou seja, reconheces a graça e o compromisso que comporta tornar-se Corpo de Cristo. Pois quando recebes a Eucaristia, tornas-te corpo de Cristo. Isto é bonito, é muito bonito. Enquanto nos une a Cristo, arrancando-nos dos nossos egoísmos, a Comunhão abre-nos e une-nos a todos aqueles que são um só nele. Eis o prodígio da Comunhão: tornamo-nos aquilo que recebemos!

A Igreja deseja profundamente que também os fiéis recebam o Corpo do Senhor com hóstias consagradas na própria Missa; e o sinal do banquete eucarístico exprime-se com maior plenitude se a sagrada Comunhão for feita sob as duas espécies, não obstante saibamos que a doutrina católica ensina que sob uma só espécie recebemos Cristo inteiro (cf. Ordenamento Geral do Missal Romano, 85; 281-282). Segundo a praxe eclesial, o fiel aproxima-se normalmente da Eucaristia em forma processional, como dissemos, e comunga de pé, com devoção, ou então de joelhos, como estabelece a Conferência episcopal, recebendo o sacramento na boca ou, onde for permitido, nas mãos, como preferir (cf. OGMR, 160-161). Após a Comunhão, o silêncio, a oração silenciosa, ajuda-nos a conservar no coração o dom recebido. Prolongar um pouco aquele momento de silêncio, falando com Jesus no coração, ajuda-nos muito, assim como cantar um salmo ou um hino de louvor (cf. OGMR, 88), que nos ajude a estar com o Senhor.

A Liturgia eucarística é concluída pela oração depois da Comunhão. Nela, em nome de todos, o sacerdote dirige-se a Deus para lhe dar graças por nos ter tornado seus comensais e pede que aquilo que recebemos transforme a nossa vida. A Eucaristia revigora-nos a fim de darmos frutos de boas obras para viver como cristãos. É significativa a oração de hoje, na qual pedimos ao Senhor que «a participação nos seu sacramento seja para nós remédio de salvação, nos cure do mal e nos confirme na sua amizade» (Missal Romano, Quarta-Feira da 5ª Semana de Quaresma). Aproximemo-nos da Eucaristia: receber Jesus que nos transforma nele torna-nos mais fortes. O Senhor é tão bom e tão grande!

Papa Francisco, Audiência Geral de 21 de Março de 2018

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