Correção fraterna

Hoje o Evangelho fala-nos da correção fraterna (cf. Mt 18, 15-20), que é uma das expressões mais elevadas do amor, mas também uma das mais difíceis, porque não é fácil corrigir os outros.  Quando um irmão na fé comete uma falta contra ti, tu, sem rancor, ajuda-o, corrige-o: ajudar corrigindo.

Infelizmente, porém, a primeira coisa que muitas vezes se cria à volta de quem erra é a coscuvilhice, em que toda a gente fica a saber do erro, com todos os pormenores, exceto a pessoa em questão! Isto não está certo, irmãos e irmãs, isto não agrada a Deus.

Jesus, porém, ensina-nos a comportarmo-nos de forma diferente. Eis o que ele nos diz hoje: «Se o teu irmão cometer uma falta contra ti, vai e repreende-o a sós» (v. 15). Fala com ele «cara a cara», fala com lealdade, para o ajudar a compreender onde erra. E fá-lo para o seu próprio bem, superando a vergonha e encontrando a verdadeira coragem, que não significa falar mal, mas dizer-lhe as coisas na cara com mansidão e gentileza.

Mas, podemos perguntar-nos, e se isso não for suficiente? E se ele não compreender? Então, há que procurar ajuda. Mas atenção: não é a do pequeno grupo que tagarela! Jesus diz: «Leva contigo uma ou duas pessoas» (v. 16), ou seja, pessoas que queiram realmente ajudar aquele irmão ou aquela irmã que errou.

E se ele continuar a não compreender? Então, diz Jesus, envolve a comunidade. Mas, mais uma vez, sejamos claros: não se trata de fazer o pelourinho a uma pessoa, de a envergonhar publicamente, mas sim de unir os esforços de todos para a ajudar a mudar.

Então perguntamo-nos: como me comporto com quem erra contra mim? Apontas o dedo ou abres os braços?

Papa Francisco, Angelus (resumo), 10 de Setembro, 2023

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O sacerdote

Sou filha da Igreja. Oh! Quanto alegria me dão as orações do sacerdote! No sacerdote não vejo senão Deus. Não procuro a ciência do sacerdote, mas a virtude de Deus nele.

Santa Maria de Jesus Crucificado

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Onde estão dois ou três reunidos em meu nome, eu estou no meio deles

Esta presença viva e real de Jesus é a que deve animar, guiar e sustentar as pequenas comunidades dos seus seguidores. É Jesus quem há-de alentar a sua oração, as suas celebrações, projectos e actividades.  Esta presença é o “segredo” de toda a comunidade cristã viva. 

A nossa única esperança é Jesus Cristo! Somos nós que devemos centrar as nossas comunidades cristãs na pessoa de Jesus como a única força capaz de regenerar a nossa fé desgastada e rotineira, o único capaz de atrair os homens e mulheres de hoje, o único capaz de engendrar uma fé nova nestes tempos de incredulidade… Nada é tão decisivo quanto o voltar, com radicalidade, para Jesus Cristo. 

  José Antonio Pagola 

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“Negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”

«Negar-se a si mesmo» não significa de modo algum mortificar-se, castigar-se a si mesmo e, menos ainda, anular-se ou autodestruir-se. «Negar-se a si mesmo» é não viver pendente de si mesmo, esquecer-se do próprio «ego», para construir a existência sobre Jesus Cristo. Libertarmo-nos de nós mesmos para aderir radicalmente a Ele. Dito de outra maneira, «carregar a cruz» significa seguir Jesus disposto a assumir a insegurança, o conflito, a rejeição ou a perseguição que o próprio Crucificado teve de sofrer.

Mas nós crentes não vivemos a cruz como derrotados, mas como portadores de uma esperança final. Todo aquele que perder a vida por Jesus Cristo a encontrará. O Deus que ressuscitou Jesus também nos ressuscitará para a vida plena.

José Antonio Pagola

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A cruz de Jesus

Se queremos esclarecer qual deve ser a atitude cristã, temos que entender bem em que consiste a cruz para o cristão, porque pode acontecer que a coloquemos onde Jesus nunca a colocou.

Chamamos facilmente de «cruz» a tudo o que nos faz sofrer, mesmo aquele sofrimento que aparece na nossa vida gerado pelo nosso próprio pecado ou pela nossa maneira errada de viver. Mas não devemos confundir a cruz com qualquer infortúnio, contrariedade ou desconforto que ocorra na vida.

A cruz é outra coisa. Jesus chama os seus discípulos a segui-lo fielmente e a colocarem-se ao serviço de um mundo mais humano: o reino de Deus. Este é o primeiro. A cruz nada mais é do que o sofrimento que nos advirá como consequência deste seguimento; o doloroso destino que teremos de partilhar com Cristo se realmente seguirmos os seus passos. É por isso que não devemos confundir o «carregar a cruz» com posturas masoquistas, uma falsa mortificação ou o que P. Evdokimov chama de «ascetismo barato» e individualismo.

José Antonio Pagola

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Seguir Jesus e tomar a cruz

Se, para nos salvar, o Filho de Deus teve que sofrer e morrer crucificado, certamente não foi por um desígnio cruel do Pai celeste. A causa foi a gravidade da doença da qual nos devia salvar: um mal tão sério e mortal que exigiu todo o seu sangue. De facto, com a sua morte e ressurreição, Jesus derrotou o pecado e a morte restabelecendo o senhorio de Deus. Mas a luta não terminou: o mal existe e resiste em todas as gerações, como sabemos, também nos nossos dias. O que são os horrores da guerra, as violências sobre os inocentes, a miséria e a injustiça que se abatem sobre os débeis, senão a oposição do mal ao reino de Deus? E como responder a tanta malvadez a não ser com a força desarmada e desarmante do amor que vence o ódio, da vida que não teme a morte? Foi esta a força misteriosa usada por Jesus, à custa de ser incompreendido e abandonado por muitos dos seus. 

Queridos irmãos e irmãs, para cumprir plenamente a obra da salvação, o Redentor continua a associar a si e à sua missão homens e mulheres dispostos a assumir a cruz e a segui-lo. Portanto, assim como para Cristo, também para os cristãos levar a cruz não é facultativo, mas é uma missão que se deve abraçar por amor. No nosso mundo actual, onde parecem dominar as forças que dividem e destroem, Cristo não deixa de propor a todos o seu convite claro: quem quer ser meu discípulo, renegue o seu egoísmo e carregue comigo a cruz.  

Bento XVI, Angelus, 31 de Agosto, 2008

 

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O tesouro maior 

Quantas vezes, especialmente à noite, recordando as grandezas, as belezas, os esplendores da terra e depois dirigindo o olhar para o tabernáculo exclamo: tudo está vazio! não há tesouro maior, mais delicioso do que aquele que possuo e que está ali [no tabernáculo] inteiro. Ninguém pode possuir mais; como sou rica e feliz! 

Beata Maria Cândida da Eucaristia  

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E tu, quem dizes que eu sou?

Hoje, no Evangelho (cf. Mt 16, 13-20), Jesus faz uma boa pergunta aos discípulos: «Quem dizeis que é o Filho do homem?». 

Cristo, irmãos e irmãs, não é uma memória do passado, mas o Deus do presente. Jesus está vivo: recordemo-lo, Jesus está vivo, Jesus vive na Igreja, vive no mundo, Jesus acompanha-nos, Jesus está ao nosso lado, oferece-nos a sua Palavra, oferece-nos a sua graça, que iluminam e restabelecem no caminho: Ele, guia experiente e sábio, está feliz por nos acompanhar nos caminhos mais difíceis e nas subidas mais árduas. 

No caminho da vida não estamos sozinhos, porque Cristo está connosco, Cristo ajuda-nos a caminhar, como fez com Pedro e com os outros discípulos. É precisamente Pedro, no Evangelho de hoje, que compreende isto e, por graça, reconhece em Jesus «o Cristo, o Filho de Deus vivo»: «Tu és o Cristo, Tu és o Filho de Deus vivo», diz Pedro; não é um personagem do passado, mas o Cristo, isto é, o Messias, aquele que é esperado; não um herói morto, mas o Filho de Deus vivo, feito homem e vindo partilhar as alegrias e as fadigas do nosso caminho.  

Hoje, far-nos-á bem repetir a pergunta decisiva que sai da sua boca: «Quem dizeis que eu sou?». Tu – diz-te Jesus – tu, quem dizes que eu sou? Um grande personagem, um ponto de referência, um modelo inatingível? Ou é o Filho de Deus, que caminha ao meu lado, que me pode levar ao cume da santidade, onde não posso chegar sozinho? Jesus está realmente vivo na minha vida, Jesus vive comigo? É o meu Senhor? Confio-me a Ele nos momentos de dificuldade? Cultivo a sua presença através da Palavra, através dos Sacramentos? Deixo-me guiar por Ele, juntamente com os meus irmãos e irmãs, na comunidade? 

Papa Francisco, Angelus (resumo), 27 de Agosto, 2023 

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Virgem Santa Maria, Rainha

Concedei que eu seja fiel ao meu divino Esposo Jesus. Que um dia, a sua doce voz me chame a voar por entre os eleitos. Então, terminou o exílio, o sofrimento; repetir-vos-ei lá no Céu o canto da minha gratidão, Amável Rainha do Carmelo! (Santa Teresa do Menino Jesus).

Oração

Senhor nosso Deus, que nos destes a Mãe do vosso Filho como nossa Mãe e Rainha, fazei, protegidos pela sua intercessão, alcancemos no céu a glória prometida aos vossos filhos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito, por todos os séculos dos séculos.

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