26º Domingo do Tempo Comum – Ano C

sem-abrigo

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 16, 19-31)

Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: «Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino e fazia todos os dias esplêndidos banquetes. Um pobre, chamado Lázaro, jazia ao seu portão, coberto de chagas. Bem desejava ele saciar-se com o que caía da mesa do rico; mas eram os cães que vinham lamber-lhe as chagas. Ora, o pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. Na morada dos mortos, achando-se em tormentos, ergueu os olhos e viu, de longe, Abraão e também Lázaro no seu seio. Então, ergueu a voz e disse: ‘Pai Abraão, tem misericórdia de mim e envia Lázaro para molhar em água a ponta de um dedo e refrescar-me a língua, porque estou atormentado nestas chamas.’ Abraão respondeu-lhe: ‘Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em vida, enquanto Lázaro recebeu somente males. Agora, ele é consolado, enquanto tu és atormentado. Além disso, entre nós e vós há um grande abismo, de modo que, se alguém pretendesse passar daqui para junto de vós, não poderia fazê-lo, nem tão-pouco vir daí para junto de nós.’ O rico insistiu: ‘Peço-te, pai Abraão, que envies Lázaro à casa do meu pai, pois tenho cinco irmãos; que os previna, a fim de que não venham também para este lugar de tormento.’ Disse-lhe Abraão: ‘Têm Moisés e os Profetas; que os oiçam!’ Replicou-lhe ele: ‘Não, pai Abraão; se algum dos mortos for ter com eles, hão-de arrepender-se.’ Abraão respondeu-lhe: ‘Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, tão-pouco se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dentre os mortos.’»

Mensagem

A parábola que nos é dado escutar neste 26ª Domingo do Tempo Comum, conhecida por «O rico avarento e o pobre Lázaro» mostra em claríssimo contraponto um RICO e um POBRE, de nome LÁZARO (Lázaro, significa «Deus ajuda»). Do rico é dito que se vestia luxuosamente de púrpura e linho fino, em contraponto com o pobre Lázaro que se apresentava coberto ou vestido de chagas. Do rico é dito que se banqueteava sumptuosamente, em contraponto com o pobre Lázaro, esfomeado, que bem desejava comer os restos do meolo do pão com que o rico limpava a gordura das suas mãos, de que resultavam pequenas bolas, que atirava depois aos cães!

O rico é absolutamente insensível, apresentado em contraponto até com os próprios cães, que lambiam as chagas do pobre Lázaro! A questão de fundo nem está em que o rico hostilize o pobre. Está em nem sequer o ver!

Enfim, morre o pobre Lázaro e morre também o rico, e o nevoeiro começa a dissipar-se. Lázaro é acolhido no seio luminoso de Abraão. O rico cai nos braços de um lume inextinguível que o aperta e atormenta.

É então que o rico levanta os olhos, e começa a ver alguma coisa para além de si. Mas o que vê, ou quem vê, é ainda para tentar pôr ao serviço do seu «eu». É assim que vê finalmente, só agora, o pai Abraão e Lázaro. A Abraão vê-o como pai (Lucas 16,24). Mas ao pobre Lázaro ainda não o consegue ver como um irmão, mas apenas como um servo que agora lhe pode ser útil. Primeiro, para refrescar a língua do rico (Lucas 16,24). Depois, para avisar os cinco irmãos do rico, ricos e insensíveis como ele (Lucas 16,27-28). O rico continua afinal a pensar nos ricos, e ainda se quer servir dos pobres…

A resposta de Abraão é decisiva. Há um abismo entre nós e vós. Claro que o abismo que AGORA não é possível transpor é o abismo cavado em vida pelo rico separando-se do pobre. É, portanto, HOJE que o RICO deve ouvir a voz do POBRE. É, portanto, HOJE que o RICO deve escutar Moisés e os Profetas.

Palavra para o caminho

Segundo os observadores, está a crescer na nossa sociedade a apatia ou a falta de sensibilidade perante o sofrimento alheio. Evitamos de mil formas o contacto directo com as pessoas que sofrem. Quem segue Jesus vai-se fazendo mais sensível ao sofrimento de quem encontra no seu caminho. Aproxima-se do necessitado e, se está nas suas mãos, trata de aliviar a sua situação. “A caridade é inventiva até ao infinito” (S. Vicente de Paulo).

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Para fazer a vontade de Deus

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Não negar nada a Nosso Senhor. Para isso ajuda a presença de Deus e propor-se em cada momento cumprir perfeitamente os deveres dessa hora, pensando que se cumpre nisso a vontade de Deus.

Santa Teresa dos Andes

 

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Todos enfrentamos tentações

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Tentação é ser puxado e levado a tender para algo que nos chama e interpela, mas que, afinal, não é bom. Todos enfrentamos tentações, embora cada um tenha as suas. E voltamos a cair nelas se não as detectamos e se não pomos os meios e as defesas para as vencer. Conhecer-se e ter a coragem de ser coerente com os seus valores é próprio de quem é sábio.

Vasco P. Magalhães, sj

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25º Domingo do Tempo Comum – Ano C

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 16, 1-13)

Disse ainda Jesus aos discípulos: «Havia um homem rico, que tinha um administrador; e este foi acusado perante ele de lhe dissipar os bens. Mandou-o chamar e disse-lhe: ‘Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, porque já não podes continuar a administrar.’ O administrador disse, então, para consigo: ‘Que farei, pois o meu senhor vai tirar-me a administração? Cavar não posso; de mendigar tenho vergonha. Já sei o que hei-de fazer, para que haja quem me receba em sua casa, quando for despedido da minha administração.’ E, chamando cada um dos devedores do seu senhor, perguntou ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu senhor?’ Ele respondeu: ´Cem talhas de azeite.’ Retorquiu-lhe: ‘Toma o teu recibo, senta-te depressa e escreve cinquenta.’ Perguntou, depois, ao outro: ‘E tu quanto deves?’ Este respondeu: ‘Cem medidas de trigo.’ Retorquiu-lhe também: ‘Toma o teu recibo e escreve oitenta.’ O senhor elogiou o administrador desonesto, por ter procedido com esperteza. É que os filhos deste mundo são mais sagazes que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes.»

«E Eu digo-vos: Arranjai amigos com o dinheiro desonesto, para que, quando este faltar, eles vos recebam nas moradas eternas. Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é infiel no pouco também é infiel no muito. Se, pois, não fostes fiéis no que toca ao dinheiro desonesto, quem vos há-de confiar o verdadeiro bem? E, se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores; ou há-de aborrecer a um e amar o outro, ou dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.»

Comentário e mensagem

O uso cristão da riqueza preenche quase por completo o Capítulo 16 do Evangelho de Lucas. A parábola do Administrador desonesto, que ouviremos neste Domingo XXV, tem sempre desorientado quer os leitores e ouvintes: é possível que o Evangelho proponha como modelo a imitar um homem desonesto?

A parábola não chama a atenção para a desonestidade do administrador, nem para os meios a que recorreu para fazer amigos. Claramente, a sua desonestidade não interessa a Jesus: não a condena, e tão pouco recomenda que a imitemos. Em vez disso, Jesus chama a nossa atenção para a prontidão e inteligência com que o administrador procede, sem permitir que o assalte nem por um momento a hesitação.

É verdade que o administrador da parábola e o discípulo de Jesus que a escuta pertencem a duas maneiras  diferentes de estar na vida e de proceder: o primeiro obedece à lógica do mundo; o segundo à do Reino. Trata-se evidentemente de duas maneiras diferentes de encarar a vida. Não obstante, o discípulo de Jesus, de acordo com o andamento da parábola, deve aprender do administrador, não a ser desonesto, mas a capacidade de decidir com prontidão, inteligência e largueza. É isto que está em causa. É que face ao Reino de Deus, o discípulo de Jesus deve ser igualmente rápido, hábil e perspicaz a tomar decisões. Não há, de facto, urgência maior.

Mas a grande questão que salta da parábola é ainda esta: e Jesus não esbanja também os bens do Pai, o amor, o perdão, a misericórdia? Surge, portanto, uma segunda e inevitável questão: e nós, discípulos de Jesus, guardamos ciosamente estas riquezas divinas, ou esbanjamo-las com largueza e alegria como Jesus?

A parábola contada por Jesus permite ainda uma correcta compreensão sobre a função do dinheiro. O dinheiro é para servir o homem, mas torna-se muitas vezes o seu dono, diante do qual nos prostramos, segurança enganadora, falso sucedâneo de Deus. “Ninguém pode servir a dois senhores”, donde: “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”.

Palavra para o caminho

“Os filhos das trevas são mais espertos que os filhos da luz”. Quando Jesus disse isto tinha em mente aquelas pessoas que, para chegar aos seus fins mesquinhos, são capazes de arquitectar estratégias com argúcia e fazer mexer o mundo, enquanto tanta gente boa não é capaz de ser crítica nem de ser criativa. Ora uma caridade sem inteligência, sem discernimento, pura e simplesmente não é caridade (Vasco P. Magalhães, sj).

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Quem não é por mim, é contra mim!

dois-caminhos

Cristo disse: “Quem não é por mim, é contra mim!” E isto é muito sério: quem não se põe do lado da justiça e da verdade, não pense que fica de fora a abster­-se, porque mesmo a sua passividade ou inércia já é um mal e um problema para os outros. Não podemos ser neutrais. Se não estamos do lado do bem, é porque estamos do lado do mal.

Vasco P. Magalhães, sj

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Os filhos das trevas são mais espertos que os filhos da luz

descobrimentos

“Os filhos das trevas são mais espertos que os filhos da luz”. Quando Jesus disse isto tinha em mente aquelas pessoas que, para chegar aos seus fins mesquinhos, são capazes de arquitectar estratégias com argúcia e fazer mexer o mundo, enquanto tanta gente boa não é capaz de ser crítica nem de ser criativa. Ora uma caridade sem inteligência, sem discernimento, pura e simplesmente não é caridade.

Vasco P. Magalhães, sj

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24.º Domingo do Tempo Comum – Ano C

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 15, 1-32

Naquele tempo, aproximavam-se de Jesus todos os cobradores de impostos e pecadores para o ouvirem. Mas os fariseus e os doutores da Lei murmuravam entre si, dizendo: «Este acolhe os pecadores e come com eles.» Jesus propôs-lhes, então, esta parábola: «Qual é o homem dentre vós que, possuindo cem ovelhas e tendo perdido uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai à procura da que se tinha perdido, até a encontrar? Ao encontrá-la, põe-na alegremente aos ombros e, ao chegar a casa, convoca os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida.’ Digo-vos Eu: Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não necessitam de conversão.»

«Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perde uma, não acende a candeia, não varre a casa e não procura cuidadosamente até a encontrar? E, ao encontrá-la, convoca as amigas e vizinhas e diz: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma perdida.’ Digo-vos: Assim há alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte.»

Disse ainda: «Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte dos bens que me corresponde.’ E o pai repartiu os bens entre os dois. Poucos dias depois, o filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma terra longínqua e por lá esbanjou tudo quanto possuía, numa vida desregrada. Depois de gastar tudo, houve grande fome nesse país e ele começou a passar privações. Então, foi colocar-se ao serviço de um dos habitantes daquela terra, o qual o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. E, caindo em si, disse: ‘Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e vou dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus jornaleiros.’ E, levantando-se, foi ter com o pai.

Quando ainda estava longe, o pai viu-o e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos. O filho disse-lhe: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho.’ Mas o pai disse aos seus servos: ‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha; dai-lhe um anel para o dedo e sandálias para os pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado.’ E a festa principiou.

Ora, o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se de casa ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. Disse-lhe ele: ‘O teu irmão voltou e o teu pai matou o vitelo gordo, porque chegou são e salvo.’ Encolerizado, não queria entrar; mas o seu pai, saindo, suplicava-lhe que entrasse. Respondendo ao pai, disse-lhe: ‘Há já tantos anos que te sirvo sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos; e agora, ao chegar esse teu filho, que gastou os teus bens com meretrizes, mataste-lhe o vitelo gordo.’ O pai respondeu-lhe: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; estava perdido e foi encontrado.’»

Comentário

O Evangelho de Lucas prima pela sua ênfase na misericórdia de Deus. Se fosse para classificar numa só palavra o rosto de Deus em Lucas, poderíamos sem hesitação assinalar “misericórdia”. Talvez nenhum capítulo saliente esta convicção tanto como o capítulo 15, que hoje lemos na sua totalidade.

Podemos até dizer que o capítulo quinze de Lucas é o coração do seu Evangelho. Pois Deus, o Deus de Jesus e o Deus de Lucas, é o Deus que não se alegra com a perda de quem quer que seja, mas com a volta do pecador. É o Deus que se encarnou em Jesus de Nazaré, para salvar quem estivesse perdido. É o Deus de misericórdia e do perdão.

O gesto mais provocativo e escandaloso de Jesus foi, sem dúvida, a sua forma de acolher com simpatia especial pecadoras e pecadores, excluídos pelos dirigentes religiosos e marcados socialmente pela sua conduta à margem da Lei. O que mais irritava era o seu costume de comer, amigavelmente, com eles.

Jesus não faz caso das críticas que lhe dirigem. Sabia que Deus não é o Juiz severo e rigoroso do qual falavam com tanta segurança aqueles mestres que ocupavam os primeiros assentos nas sinagogas. Ele conhece bem o coração do Pai. Deus entende os pecadores; oferece o seu perdão a todos; não exclui ninguém; perdoa tudo. Ninguém deve obscurecer ou desfigurar o seu perdão insondável e gratuito. Por isso, Jesus oferece-lhes a sua compreensão e a sua amizade.

O acolhimento que dá cura por dentro. Liberta da vergonha e da humilhação. Devolve a alegria de viver. Jesus acolhe os “pecadores” tal como são, sem exigir-lhes, previamente, nada. Transmite-lhes a sua paz e a sua confiança em Deus, sem estar seguro de que responderão, mudando a sua conduta. Faz isto confiando, totalmente, na misericórdia de Deus que já os espera de braços abertos, como um pai bom que corre ao encontro do filho perdido.

A primeira tarefa de uma Igreja fiel a Jesus, não é condenar os pecadores, mas compreendê-los e acolhê-los amigavelmente.

Palavra para o caminho

No Evangelho deste domingo – capítulo 15 de São Lucas – Jesus narra as três «parábolas da misericórdia». Quando Ele «fala, nas suas parábolas, do pastor que vai atrás da ovelha perdida, da mulher que procura a dracma, do pai que sai ao encontro do filho pródigo e o abraça, não se trata apenas de palavras, mas constituem a explicação do seu próprio ser e agir (Papa Bento XVI).

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Algumas frases da Santa Madre Teresa de Calcutá

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  • O que nós fazemos pelos pobres é uma gota de água no oceano: mas se o não fizéssemos, se não deitássemos no oceano essa gota, ao oceano faltaria algo, faltar-lhe-ia essa gota.
  • Ando entre os pobres como serva do Senhor, pronto a dar-me a eles totalmente. Sinto a alegria que dá ser pobre por livre opção.
  • Desejo viver neste mundo que tanto se afastou de Deus, que virou as costas à luz de Jesus, para poder ajudá-lo.
  • O que eu faço é simples: ponho pão nas mesas e partilho-o.
  • O maior milagre é Deus servir-se das pequenas criaturas que nós somos. Serve-se de nós para realizar a Sua obra.
  • Sou apenas um lápis nas mãos de Deus. É Ele quem me escreve.
  • Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz.
  • Quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las.
  • Todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão.
  • A falta de amor é a maior de todas as pobrezas.
  • É fácil amar os que estão longe. Mas nem sempre é fácil amar os que vivem ao nosso lado.
  • Para obter a paz do coração, procuremos falar mais de Jesus e menos dos homens.
  • O nascimento de uma criança constitui a presença mais bela e também a mais maravilhosa do amor de Deus no mundo.
  • Onde recebemos o dom da alegria de amar? Na Eucaristia.
  • É mais difícil saciar a fome de amor que a fome de pão
  • Ser santo é fazer as pequenas coisas com um grande amor.
  • O importante não é o que se dá, mas o amor com que se dá.
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Canonização da Beata Madre Teresa de Calcutá

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Estamos chamados a pôr em prática o que pedimos na oração e professamos na fé. Não existe alternativa para a caridade: quem se põe ao serviço dos irmãos, embora não o saibamos, são aqueles que amam a Deus (cf. 1 Jo 3,16-18; Tg 2,14-18). A vida cristã, no entanto, não é uma simples ajuda oferecida nos momentos de necessidade. Se assim fosse, certamente seria um belo sentimento de solidariedade humana, que provoca um benefício imediato, mas seria estéril, porque careceria de raízes. O compromisso que o Senhor pede, pelo contrário, é o de uma vocação para a caridade com que cada discípulo de Cristo põe ao seu serviço a própria vida, para crescer no amor todos os dias. (…)

Madre Teresa, ao longo de toda a sua existência, foi uma dispensadora generosa da misericórdia divina, fazendo-se disponível para com todos, através do acolhimento e da defesa da vida humana, dos nascituros e daqueles abandonados e descartados. Comprometeu-se na defesa da vida, proclamando incessantemente que «quem ainda não nasceu é o mais fraco, o menor, o mais miserável». Inclinou-se sobre as pessoas indefesas, deixadas moribundas à beira da estrada, reconhecendo a dignidade que Deus lhes dera; fez ouvir a sua voz aos poderosos da terra, para que reconhecessem a sua culpa diante dos crimes – diante dos crimes!- da pobreza criada por eles mesmos. A misericórdia foi para ela o “sal”, que dava sabor a todas as suas obras, e a luz que iluminava a escuridão de todos aqueles que nem sequer tinham mais lágrimas para chorar pela sua pobreza e sofrimento.

A sua missão nas periferias das cidades e nas periferias existenciais permanece nos nossos dias como um testemunho eloquente da proximidade de Deus junto dos mais pobres entre os pobres. Hoje entrego a todo o mundo do voluntariado esta figura emblemática de mulher e de consagrada: que ela seja o vosso modelo de santidade! Parece-me que, talvez, teremos um pouco de dificuldade de chamá-la de Santa Teresa: a sua santidade é tão próxima de nós, tão terna e fecunda, que espontaneamente continuaremos a chamá-la de “Madre Teresa”. Que esta incansável agente de misericórdia nos ajude a entender mais e mais que o nosso único critério de ação é o amor gratuito, livre de qualquer ideologia e de qualquer vínculo e que é derramado sobre todos sem distinção de língua, cultura, raça ou religião. Madre Teresa gostava de dizer: «Talvez não fale a língua deles, mas posso sorrir». Levemos no coração o seu sorriso e ofereçamo-lo a quem encontremos no nosso caminho, especialmente àqueles que sofrem. Assim abriremos horizontes de alegria e de esperança numa humanidade tão desesperançada e necessitada de compreensão e ternura.

Resumo da Homilia do Papa Francisco

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23.º Domingo do Tempo Comum (Ano C)

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 14, 25-33)

Naquele tempo, seguia Jesus uma grande multidão. Jesus voltou-se e disse-lhes: «Se alguém vem ter comigo e não me tem mais amor que ao seu pai, à sua mãe, à sua esposa, aos seus filhos, aos seus irmãos, às suas irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não tomar a sua cruz para me seguir não pode ser meu discípulo.

Quem dentre vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro para calcular a despesa e ver se tem com que a concluir? Não suceda que, depois de assentar os alicerces, não a podendo acabar, todos os que virem comecem a troçar dele, dizendo: ‘Este homem começou a construir e não pôde acabar.’

Ou qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei e não se senta primeiro para examinar se lhe é possível com dez mil homens opor-se àquele que vem contra ele com vinte mil? Se não pode, estando o outro ainda longe, manda-lhe embaixadores a pedir a paz. Assim, qualquer de vós, que não renunciar a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo.»

Mensagem

O que empreende um projeto importante de forma temerária, sem avaliar antes se tem meios e forças para alcançar o que pretende, corre o risco de acabar fracassando.

À primeira vista, pode parecer que Jesus está a convidar para um comportamento prudente e precavido, muito afastado da audácia com que fala habitualmente aos seus. Nada mais afastado da realidade. A missão que quer encomendar aos seus é tão importante que ninguém se deve comprometer nela de forma inconsciente, temerária ou presunçosa.

A sua advertência ganha grande actualidade para os tempos que são os nossos e estamos a viver. Jesus chama, antes de tudo o mais, para uma reflexão madura: os dois protagonistas das parábolas “sentam-se” a reflectir. Seria uma grave irresponsabilidade viver hoje como discípulos de Jesus, que não sabem o que querem, nem onde pretendem chegar, nem com que meios hão-de trabalhar.

Quando nos iremos sentar para juntar forças, reflectir juntos e procurar entre todos o caminho que temos de seguir? Não necessitaremos de dedicar mais tempo, ouvir e meditar mais o evangelho para descobrir novos chamamentos, despertar carismas e cultivar um estilo renovado de seguir Jesus?

Jesus chama também ao realismo. Estamos a viver uma mudança sócio-cultural sem precedentes. Será possível contagiar a fé neste mundo novo que está a nascer, sem o conhecer bem e sem o compreender por dentro? Será possível facilitar o acesso ao Evangelho ignorando o pensamento, os sentimentos e a linguagem dos homens e mulheres do nosso tempo? Não será um erro responder aos desafios de hoje com estratégias de antigamente?

Seria uma temeridade nestes momentos actuar de forma inconsciente e cega. Expor-nos-íamos ao fracasso, à frustração e até ao ridículo: “Este homem começou a construir e não pôde acabar”.

Palavra para o caminho

O tema da cruz reaparece aqui. “Carregar a cruz” não é de maneira alguma simplesmente “sofrer”. É a consequência de uma coerência com o projecto e a proposta de vida de Jesus. É condição imprescindível para quem quer ser discípulo d’Ele: “Quem não carrega a sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo”.

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