Quando orares, entra no teu quarto, e ora sempre e sem desanimar

No seu ensinamento divino, o Senhor Jesus mostrou te, por um lado, a bondade de Deus Pai e, por outro, a conveniência de orar com intensidade e frequência: mostrou te a bondade do Pai que sabe conceder boas dádivas, para que aprendas a pedir bens Àquele que é o sumo bem; e mostrou te a conveniência de orar com intensidade e frequência, não para que repitas sem cessar e mecanicamente as orações, mas para que adquiras o verdadeiro espírito da oração assídua. De facto, muitas vezes as longas orações vão acompanhadas de vanglória e, por outro lado, a falta de assiduidade na oração é sinal evidente de negligência. 

O Apóstolo (…) ensina que se deve orar em toda a parte, como afirma o Salvador quando diz: Entra na tua habitação. Mas deves compreender que não se trata de uma habitação cercada de paredes em que te fechas corporalmente, mas da tua morada interior, onde estão os teus pensamentos e habitam os teus sentimentos. Esta morada da tua oração acompanha te por toda a parte e em toda a parte continua a ser um lugar secreto, onde não há outro juiz que não seja Deus.

Santo Ambrósio

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Solenidade de Santa Teresa de Jesus – 15 de Outubro

Hino

Já despontou a aurora, / todo o Carmelo festeja, / esta Mística Doutora, / como Filha da Igreja.

Quando uma luz é acesa, / brilha onde quer que esteja; / assim resplandece Teresa, / digna filha da Igreja.

Leve e suave é a cruz / que por amor se deseja; / tudo pôde com Jesus, / esta Filha da Igreja.

Ao Pai se dê louvor, / e ao Filho, bendito seja, / que reúne no Amor, / estes filhos da Igreja.

Lembremo-nos sempre do amor de Cristo 

Estando presente tão bom amigo e tão generoso capitão, Jesus Cristo, tudo podemos suportar. Ele é ajuda e dá forças; nunca falta; é verdadeiro amigo… Ditoso aquele que O ama de verdade e O traz sempre junto de si. Consideremos o glorioso São Paulo que tinha sempre em sua boca o nome de Jesus, porque o tinha bem no coração. Depois de ter compreendido isto, reparei com cuidado em alguns Santos, grandes contemplativos, que não iam por outro caminho: São Francisco, Santo António de Pádua, São Bernardo, Santa Catarina de Sena…

Sempre que pensarmos em Cristo, lembremo-nos do amor com que Ele nos concedeu tantas mercês e da caridade que Deus mostrou ao dar-nos em penhor o próprio amor que tem por nós. O amor pede amor. Procuremos pois ir meditando nisto e despertando-nos para amar. Na verdade, se o Senhor nos concede uma vez a graça de nos imprimir no coração este amor, tudo será fácil para nós e muito faremos em breve tempo e com pouco trabalho (Santa Teresa de Jesus).

Preces

Senhor, fonte de vida e de santidade, que manifestais nos vossos santos as maravilhas da vossa graça, queremos com Santa Teresa cantar eternamente as vossas misericórdias. Glória a vós, Senhor!

– Vós que desejais abrasar todo o mundo com o fogo do vosso Amor, fazei que sejamos, como Santa Teresa, servidores do vosso Amor entre os nossos irmãos. Glória a vós, Senhor!

– Vós que proclamastes bem-aventurados os puros de coração e prometestes que haveriam de ver-vos, purificai o nosso olhar, para que vos descubramos em todas as criaturas e nos elevemos sempre para vós. Glória a vós, Senhor!

– Vós que amastes e escolhestes alguns membros do vosso povo, para que anunciassem a vossa palavra aos irmãos, enviai trabalhadores para a vossa messe. Glória a vós, Senhor!

– Vós que não cessais de chamar discípulos que, para edificação da Igreja, vos seguem mais de perto na castidade, pobreza e obediência, fazei que todos os religiosos, tendo a Virgem Maria por Mãe e Mestra, vos sigam e sirvam fielmente. Glória a vós, Senhor!

– Vós que suscitastes na Igreja a Família do Carmelo, concedei aos Carmelitas a graça da fidelidade ao espírito de oração e de zelo apostólico, a exemplo de Santa Teresa. Glória a vós, Senhor!

Que o exemplo desta santa nos encoraje

Que o exemplo desta santa, profundamente contemplativa e eficazmente laboriosa, também nos encoraje a dedicar a cada dia o tempo adequado à oração, a esta abertura a Deus, a este caminho de busca de Deus, para vê-lo, para encontrar a sua amizade e, por conseguinte, a vida verdadeira; porque muitos de nós deveríamos dizer: “Eu não vivo, não vivo realmente, porque não vivo a essência da minha vida”. Porque este tempo de oração não é um tempo perdido, é um tempo no qual se abre o caminho da vida; abre-se o caminho para aprender de Deus um amor ardente a Ele e à sua Igreja; e uma caridade concreta com nossos irmãos (Bento XVI).

Bênção

Deus, nosso Pai, que vos chamou a celebrar a memória de Santa Teresa, vos torne participantes da sua santidade e sabedoria. Amen.

– Deus vos faça saborear a doçura da divina amizade, através do caminho da oração que Santa Teresa nos ensinou. Amen.

– Deus vos encha de ardor apostólico, para serdes, como Santa Teresa, testemunhas alegres do seu amor e filhos fiéis da Igreja. Amen.

Abençoe-vos Deus todo poderoso Pai, Filho e Espírito Santo. Amen.

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9º. Santa Teresa e a alegria

NOVENA DE SANTA TERESA: 9º DIA

Santa Teresa, que fundaste a tua alegria na consideração de que Deus tem as suas delícias em estar connosco, ensina-nos que Deus é alegria e que só Deus basta.

Santa Teresa e a alegria

Teresa de Jesus convida as suas monjas a «andar alegres servindo» (Caminho 18,5). A verdadeira santidade é alegria, porque “um santo triste é um triste santo”. Os santos, mais do que esforçados heróis são fruto da graça de Deus aos homens. Cada santo manifesta-nos um traço do multiforme rosto de Deus. Em santa Teresa contemplamos o Deus que, sendo «soberana Majestade, eterna Sabedoria» (Poesia 2), revela-se próximo e companheiro, tem as suas delícias em conversar com os homens: Deus alegra-se connosco. E, por sentir o seu amor, experimentava uma alegria contagiosa que não podia dissimular e que transmitia à sua volta. Esta alegria é um caminho que temos de andar durante toda a vida. Não é instantânea, superficial, barulhenta. É preciso procurá-la já «nos princípios» (Vida 13,l). Expressa o gozo interior da alma, é humilde e «modesta» (cf. Fundações 12,l). Não se alcança pelo atalho fácil que evita a renúncia, o sofrimento ou a cruz, mas que se encontra padecendo trabalhos e dores (cf. Vida 6,2; 30,8), olhando para o Crucificado e procurando o Ressuscitado (cf. Caminho 26,4). Daí que a alegria de santa Teresa não seja egoísta nem auto-referencial. Como a do céu, consiste em «alegrar-se que se alegrem todos» (Caminho 30,5), pondo-se ao serviço dos demais com amor desinteressado. Da mesma forma que disse a um dos seus mosteiros em dificuldades, a Santa diz-nos também hoje a nós, especialmente aos jovens: «Não deixem de andar alegres!» (Carta 284,4). O Evangelho não é uma bolsa de chumbo que se arrasta pesadamente, mas sim uma fonte de gozo que enche de Deus o coração e o leva a servir os irmãos! (Excerto da Carta do Papa Francisco por ocasião da abertura do V Centenário do nascimento de Santa Teresa de Jesus).

Pai Nosso…, Ave Maria…, Glória ao Pai…

Santa Teresa de Jesus. Rogai por nós.

Oração

Senhor, que por meio de Santa Teresa de Jesus, inspirada pelo Espírito Santo, manifestastes à vossa Igreja o caminho da perfeição, concedei-nos a graça de encontrar alimento na sua doutrina espiritual e de nos inflamarmos no desejo da verdadeira santidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.

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28º Domingo do Tempo Comum – Ano B

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos  (Mc 10, 17-30)

Naquele tempo, ia Jesus pôr-Se a caminho, quando um homem se aproximou correndo, ajoelhou diante d’Ele e perguntou- Lhe: «Bom Mestre, que hei-de fazer para alcançar a vida eterna?». Jesus respondeu: «Porque Me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus. Tu sabes os mandamentos: Não mates; não cometas adultério; não roubes; não levantes falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe’». O homem disse a Jesus: «Mestre, tudo isso tenho eu cumprido desde a juventude». Jesus olhou para ele com simpatia e respondeu: «Falta-te uma coisa: vai vender o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-Me». Ouvindo estas palavras, anuviou-se-lhe o semblante e retirou-se pesaroso, porque era muito rico. Então Jesus, olhando à sua volta, disse aos discípulos: «Como será difícil para os que têm riquezas entrar no reino de Deus!». Os discípulos ficaram admirados com estas palavras. Mas Jesus afirmou-lhes de novo: «Meus filhos, como é difícil entrar no reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus». Eles admiraram-se ainda mais e diziam uns aos outros: «Quem pode então salvar-se?». Fitando neles os olhos, Jesus respondeu: «Aos homens é impossível, mas não a Deus, porque a Deus tudo é possível». Pedro começou a dizer-Lhe: «Vê como nós deixámos tudo para Te seguir». Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: Todo aquele que tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras, por minha causa e por causa do Evangelho, receberá cem vezes mais, já neste mundo, em casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, juntamente com perseguições, e, no mundo futuro, a vida eterna».

Reflexão

O Evangelho convida-nos a ir ao encontro do Senhor, a exemplo daquele «alguém» que «correu para Ele». Ele pergunta a Jesus como deve fazer para «ter em herança a vida eterna». Pede vida para sempre, vida em plenitude; e qual de nós não a quereria? Mas pede-a – notemos bem – como uma herança a possuir, como um bem a alcançar, a conquistar com as suas forças. De facto, para possuir este bem, observou os mandamentos desde a infância e, para alcançar tal objectivo, está disposto a observar ainda outros; por isso, pergunta: «Que devo fazer para ter…?».

A resposta de Jesus mexe com ele. Faz-lhe uma proposta «cortante» de vida: «Vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres (…), vem e segue-Me». E Jesus diz também a ti: «Vem e segue-Me». Vem: não fiques parado, porque não basta não fazer nada de mal para ser de Jesus. Segue-Me: não vás atrás de Jesus só quando te apetece, mas procura-O todos os dias; não te contentes com observar preceitos, dar esmolas e recitar algumas orações: encontra n’Ele o Deus que sempre te ama, o sentido da tua vida, a força para te entregares.

E Jesus diz mais: «Vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres». O Senhor não faz teorias sobre pobreza e riqueza, mas vai directo à vida. Pede-te para deixar aquilo que torna pesado o coração, esvaziar-te de bens para dar lugar a Ele, único bem. Não se pode seguir verdadeiramente a Jesus, quando se está sobrecarregado de coisas. Pois, se o coração estiver repleto de bens, não haverá espaço para o Senhor, que Se tornará uma coisa mais entre as outras. Por isso, a riqueza é perigosa e – di-lo Jesus – torna difícil até mesmo salvar-se. Não, porque Deus seja severo; não! O problema está do nosso lado: o muito que temos e o muito que ambicionamos sufocam-nos; sufocam-nos o coração e tornam-nos incapazes de amar. Neste sentido, São Paulo recorda-nos que «a raiz de todos os males é a ganância do dinheiro» (1 Tim 6, 10). Quando se coloca no centro o dinheiro, vemos que não há lugar para Deus; e não há lugar sequer para o homem.

Jesus é radical. Dá tudo e pede tudo: dá um amor total e pede um coração indiviso. Jesus não Se contenta com uma «percentagem de amor»: não podemos amá-Lo a vinte, cinquenta ou sessenta por cento. Ou tudo ou nada.

O nosso coração é como um íman: deixa-se atrair pelo amor, mas só se pode apegar a um lado e tem de escolher: amar a Deus ou as riquezas do mundo; viver para amar ou viver para si mesmo. Perguntemo-nos de que lado estamos nós… Perguntemo-nos a que ponto nos encontramos na nossa história de amor com Deus… Em suma, basta-nos Jesus ou procuramos as seguranças do mundo? Peçamos a graça de saber deixar por amor do Senhor: deixar riquezas, deixar sonhos de funções e poderes, deixar estruturas já inadequadas para o anúncio do Evangelho, os pesos que travam a missão, os laços que nos ligam ao mundo. Sem um salto em frente no amor, a nossa vida e a nossa Igreja adoecem de «autocomplacência egocêntrica» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 95): procura-se a alegria em qualquer prazer passageiro, fechamo-nos numa tagarelice estéril, acomodamo-nos na monotonia duma vida cristã sem ardor, onde um pouco de narcisismo cobre a tristeza de permanecermos inacabados.

Papa Francisco, Homilia resumida e adaptada, 14 de Outubro de 2018

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8º. Santa Teresa e Maria, Mãe do Carmelo

NOVENA DE SANTA TERESA DE JESUS: 8º DIA

“A companhia do bom Jesus é proveitosa demais para que nos afastemos dela, o mesmo acontece com a da sua Santíssima Mãe!” (Santa Teresa de Jesus).

Santa Teresa e Maria, Mãe do Carmelo

Teresa perdeu a sua mãe quando era muito jovem. Sofreu muito, sentia o grande vazio deixado por ela, o que lhe dava uma sensação de extrema insegurança. Ajoelhando-se diante de uma imagem de Maria Santíssima, confiou-lhe toda a sua dor. Pediu-lhe que ocupasse o lugar da sua querida mãe. Teresa irá sentir, então, por toda a sua vida, o cuidado e a protecção materna de Nossa Senhora.

Santa Teresa experimenta em todo o momento a proximidade de Maria na sua vida, olha para ela como modelo de fé e companheira de caminho e contempla as suas virtudes para as reproduzir também na sua vida.

Sentia-se muito indigna de vestir o hábito de sua Mãe, a Senhora do Carmo, mas pedia a todas as suas filhas que dessem graças por o trazerem, porque eram verdadeiramente filhas dessa Senhora, que deviam sempre imitá-la e considerar a imensa grandeza dessa Senhora, bem como o privilégio de a ter por padroeira.

Invocação 

Santa Teresa, que tinhas grande honra em ter Maria como Mãe e Padroeira da Ordem Carmelita, obtém para a Família do Carmelo a graça de servir a Virgem Maria e de viver como ela em obséquio de Jesus Cristo.

Oração

Senhor, que por meio de Santa Teresa de Jesus, inspirada pelo Espírito Santo, manifestastes à vossa Igreja o caminho da perfeição, concedei-nos a graça de encontrar alimento na sua doutrina espiritual e de nos inflamarmos no desejo da verdadeira santidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.

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7º. Santa Teresa e São José

NOVENA DE SANTA TERESA DE JESUS: 7º DIA

A outros Santos parece ter dado o Senhor graça para socorrer numa determinada necessidade. Ao glorioso São José tenho experiência de que socorre em todas (Santa Teresa de Jesus).

Oração introdutória

Senhor, que por meio de Santa Teresa de Jesus, inspirada pelo Espírito Santo, manifestastes à vossa Igreja o caminho da perfeição, concedei-nos a graça de encontrar alimento na sua doutrina espiritual e de nos inflamarmos no desejo da verdadeira santidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.

Santa Teresa e São José

Todos sabemos que Santa Teresa de Jesus tinha um dote especial para se relacionar com as pessoas da terra e os santos do céu. A lista dos santos da sua devoção, encontrada no seu breviário, contava 34 (e não estava completa). Mas entre eles havia um especial: São José. A razão não era só por ser o primeiro na lista, mas por razão das suas vivências espirituais. “Gostaria de persuadir a todos que fossem devotos deste glorioso Santo, pela grande experiência que tenho dos bens que alcança de Deus”. “As pessoas de oração deveriam ser particularmente suas devotas. Na verdade, não entendo como se pode pensar na Rainha dos Anjos, no tempo em que tanto passou com o Menino Jesus, sem agradecer a São. José o auxílio que lhes prestou. Quem não encontrar um mestre que lhe ensine o caminho da oração, tome este glorioso Santo por mestre e não se enganará no caminho”. 

Os conventos que Teresa vai fundando, à imagem do primeiro, levam o nome de São José. Dos 17 fundados por ela, 11 são dedicados a São José: “Grande era também a minha satisfação por ter cumprido o que o Senhor tanto me ordenara e por ter edificado nesta localidade uma igreja dedicada ao meu glorioso Pai São José”. Segundo ela nos conta “procurava celebrar a sua festa com toda a solenidade que podia”. A sua paixão por São José chega a este desabafo: “Não entendo como se pode pensar na Rainha dos Anjos, no tempo em que tanto passou com o Menino Jesus, sem agradecer a São José o auxílio que lhes prestou!”. 

Oração a São José

São José, homem do silêncio, da oração e da escuta da Palavra de Deus; homem do trabalho e da família; homem simples e humilde. Pedimos-te por todas as nossas famílias e, especialmente, por todos os Pais. Ajuda-os a imitar-Te na escuta e na obediência a Deus. Ampara e assiste os que mais sofrem. Protege todos aqueles que não têm trabalho e que não conseguem sustentar dignamente os seus lares. Àqueles que abandonam os filhos e a família, seguindo caminhos de destruição e vício, ilumina-os para que possam voltar ao aconchego do lar assumindo dignamente a sua paternidade. A todos os que sofrem por causa dos filhos perdidos, em caminhos sem sentido e de morte, dá-lhes a força do Pai Pródigo que aguarda e espera o seu regresso. Ampara e socorre todas as famílias, para que em todas haja trabalho digno, casa e pão, harmonia e educação, alegria e paz, a exemplo da tua família de Nazaré. 

Amável São José, que nunca em vão invocamos, tu cujo crédito é tão poderoso junto de Deus que até se pode dizer: «No Céu, São José manda mais do que suplica», reza por nós a Jesus, reza por nós a Maria. Amen.

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“Não matarás”

A catequese de hoje é dedicada à Quinta Palavra: não matar. Estamos na segunda parte do Decálogo, que diz respeito às relações com o próximo; e este mandamento, com a sua formulação concisa e categórica, ergue-se como uma muralha em defesa do valor basilar nas relações humanas: o valor da vida. Poder-se-ia dizer que todo o mal realizado no mundo se resume nisto: o desprezo pela vida.

A vida é agredida pelas guerras, pelas organizações que exploram o homem – lemos os jornais e vemos tantas coisas -, pelas especulações sobre a criação e pela cultura do descartável, e por todos os sistemas que submetem a existência humana a cálculos de oportunidade, enquanto que um número escandaloso de pessoas vive num estado indigno do ser humano. Isso é desprezar a vida, isso é, de alguma forma, matá-la.

Uma perspetiva contraditória permite também a supressão da vida humana no ventre materno em nome da salvaguarda de outros direitos. Mas como pode ser terapêutico, civil ou simplesmente humano um ato que suprime a vida inocente e inerme no seu desabrochar? Pergunto: é justo, correto, tirar uma vida humana para resolver um problema? O que é vós pensais? É justo ou não? É justo contratar um assassino para resolver um problema? Não se pode, não é justo acabar com um ser humano para resolver um problema.

De onde vem tudo isto? A violência e a rejeição da vida nascem, no fundo, de onde? Do medo. O acolhimento do outro, com efeito, é um desafio ao individualismo. Pensemos, por exemplo, quando se descobre que uma vida nascente é portadora de deficiência, inclusive grave. Os pais, nestes casos dramáticos, precisam de uma verdadeira proximidade, de verdadeira solidariedade, para enfrentar a realidade, superando os compreensíveis medos. Ao contrário, muitas vezes recebem apressados conselhos para interromper a gravidez. (…)

Uma criança doente é como todo o carenciado da Terra, como um idoso que precisa de assistência, como muitos pobres que lutam por sobreviver: aquele, aquela que se apresenta como um problema, na realidade é um dom de Deus que pode afastar-nos do egocentrismo e fazer-nos crescer no amor. A vida vulnerável indica-nos o caminho de saída, o caminho para nos salvarmos de uma existência dobrada sobre si mesma e descobrir a alegria do amor. Gostaria de agradecer a muitos voluntários, ao voluntariado italiano, que é o mais forte que eu já conheci.

E o que é que conduz o homem a rejeitar a vida? São os ídolos deste mundo: o dinheiro – é melhor lançar fora, porque vai custar um preço -, o poder, o sucesso. Estes são parâmetros errados para avaliar a vida. A única medida autêntica da vida, qual é? É o amor, o amor com que Deus a ama (…).

Efetivamente, qual é o sentido positivo na Palavra «não matar»? Que Deus é «amante da vida» (…). O segredo da vida é-nos revelado a partir de como a viveu o Filho de Deus, que se fez homem para assumir, na cruz, a recusa, a fragilidade, a pobreza e a dor. Em cada criança doente, em cada idoso débil, em cada migrante desesperado, em cada vida frágil e ameaçada, Cristo está à nossa procura, está à procura do nosso coração, para nos abrir a alegria do amor.

Vale a pena acolher cada vida porque cada ser humano vale o sangue do próprio Cristo. Não se pode desprezar o que Deus tanto amou. Devemos dizer aos homens e às mulheres do mundo: não desprezeis a vida. A vida dos outros, mas também a própria, porque também para essa vale o mandamento: «não matar». Seja dito a muitos jovens: não desprezes a tua existência! Para de recusar a obra de Deus! Tu és uma obra de Deus! Não a desprezar com as dependências, que te levarão à ruína e à morte.

Ninguém meça a vida segundo os enganos deste mundo, mas cada um acolha-se a si próprio e aos outros em nome do Pai que nos criou. Ele é «amante da vida» – Deus é amante da vida – digamos juntos… com mais força -, e nós todos somos para ele tão queridos, que enviou o seu Filho por nós. Deus, com efeito, diz o Evangelho, «amou tanto o mundo que lhe deu o seu Filho unigénito, para que quem nele crê não morra, mas tenha a vida eterna».

Papa Francisco, Audiência Geral, 10 de Outubro de 2018

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6º. Santa Teresa de Jesus, mestra de oração

NOVENA DE SANTA TERESA DE JESUS: 6º DIA

Santa Teresa, que soubeste compreender a debilidade humana à luz de Deus e da sua bondade, obtém-nos uma determinada determinação para não desistirmos do caminho da oração.

Santa Teresa de Jesus, mestra de oração

A oração ocupa um lugar central na vida e na doutrina de Santa Teresa de Jesus. Todas as páginas dos seus livros falam deste tema, que é a sua especialidade magistral e o seu carisma de fundadora para o bem da Igreja. A sua vida e os seus escritos contribuíram para manter vivo na Igreja o mistério da oração cristã. A sua influência foi decisiva. Na Igreja de Deus ela é “mestra de oração”.

Os seus ensinamentos sobre a oração e sobre a vida de oração são actuais. O homem moderno tem necessidade de “mestres de oração” que o ajudem a introduzi-lo no diálogo com Deus. O Concílio Vaticano II afirma que a razão suprema da dignidade do homem é a sua vocação ao diálogo e à comunhão com Deus” (Gaudium et Spes, 19). E Teresa diz-nos que “a oração é tratar de amizade com quem sabemos que nos ama”. Para Teresa de Jesus a oração “não é questão de pensar muito mas de amar muito”. O essencial é estar com Ele em relação de amizade.

Invocações

Santa Teresa, amiga de Deus e dos homens, com os teus escritos abres caminhos de oração, ajuda os cristãos a descobrirem o castelo interior da alma onde Deus habita.

Santa Teresa, que soubeste compreender a debilidade humana à luz de Deus e da sua bondade, obtém-nos uma determinada determinação para não desistirmos do caminho da oração.

Santa Teresa, que disseste que a oração deve ser proveitosa para a salvação das almas, infunde em nós um intenso zelo apostólico para orar e trabalhar pela salvação dos homens de todo o mundo.

Oração

Senhor, que por meio de Santa Teresa de Jesus, inspirada pelo Espírito Santo, manifestastes à vossa Igreja o caminho da perfeição, concedei-nos a graça de encontrar alimento na sua doutrina espiritual e de nos inflamarmos no desejo da verdadeira santidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.

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5º. Santa Teresa de Jesus e a Igreja

NOVENA DE SANTA TERESA DE JESUS: 5º DIA

Nada te perturbe, nada te espante; tudo passa… só Deus não muda. A paciência tudo alcança, quem a Deus tem nada lhe falta: só Deus basta (Santa Teresa de Jesus).

Santa Teresa de Jesus e a Igreja

É bem conhecido de todos o amor que Santa Teresa tinha à Igreja. Nos escritos sobre Teresa ficaram como “slogan espiritual” as últimas palavras que a santa pronunciou antes de morrer: “Por fim, Senhor, morro como filha da Igreja”. São palavras que revelam, na hora da sua morte, a sua confiança absoluta por sentir-se unida à Igreja pela fé e pelo baptismo, num momento de cismas e heresias: “Vede que estes não são tempos de se acreditar em todos […]. Procurai ter a consciência limpa e ser humildes, menosprezando todas as coisas do mundo e crendo firmemente no ensinamento da Santa Madre Igreja, e estareis seguras de seguir um bom caminho”. 

A santa, que sempre se sujeitou inteiramente aos ensinamentos da Igreja Católica, “em cuja fé vivo, afirmo viver e prometo viver e morrer”, nestas suas palavras mostra que o seu amor à Igreja foi o segredo da sua infatigável actividade: “São felizes as vidas que se consumirem no serviço da Igreja”. O seu serviço eclesial não acabou com a sua morte; através da sua intercessão, do que escreveu e do seu exemplo ela continua a iluminar os caminhos da Igreja peregrina e a guiá-la até que alcance a Igreja triunfante, termo da sua plena maturação.

Invocação

Santa Teresa, que nos deixaste como herança o amor à Igreja e o desejo de a servir, conserva e aumenta na nossa vida a comunhão com o Santo Padre e com todos os membros da Igreja.

Oração

Senhor, que por meio de Santa Teresa de Jesus, inspirada pelo Espírito Santo, manifestastes à vossa Igreja o caminho da perfeição, concedei-nos a graça de encontrar alimento na sua doutrina espiritual e de nos inflamarmos no desejo da verdadeira santidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.

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4º. Santa Teresa e a santidade. “Vossa sou, para Vós nasci”

NOVENA DE SANTA TERESA DE JESUS: 4º DIA

Santa Teresa, que soubeste descobrir Deus em todas as circunstâncias, nas pessoas e nos acontecimentos, ensina-nos que tudo passa, que só Deus não muda, que a paciência tudo alcança, que quem a Deus tem nada lhe falta, que só Deus basta.

Santa Teresa e a santidade

Adiantando-se quatro séculos ao Concílio Vaticano II, que afirma: “Na Igreja todos são chamados à santidade” (Lumen Gentium, 39), Teresa de Jesus, com a sua particular graça e finura, escreve: “Olhai que o Senhor convida a todos a serem santos, pois é a própria verdade, e não há que duvidar”. Teresa está convencida que a santidade é perfeitamente compatível com a vida comum e corrente, com trabalhos materiais aparentemente vulgares, demonstrando-o quando escreve: “Jacob não deixava de ser santo quando cuidava do seu gado, nem Abraão nem São Joaquim” (Carta 172). A santidade, para Teresa de Jesus, é um dom de amor recebido, muito mais do que algo que se alcança através do próprio esforço, contudo, exige disponibilidade absoluta relativamente à Vontade de Deus. Na sua famosa poesia “Vossa sou para Vós nasci” a santa deixa-nos um pequeno mas bem conseguido tratado acerca da santidade.

“Vossa sou, para Vós nasci”

Vossa sou, para Vós nasci, / Que quereis fazer de mim? 

Soberana Majestade, / Eterna Sabedoria, / Bondade tão boa para a minha alma, / Vós, Deus, Alteza, Ser Único, Bondade, / Olhai para a minha baixeza, / Para mim que hoje Vos canto o meu amor. / Que quereis fazer de mim? 

Vossa sou, pois me criastes, / Vossa, pois me resgatastes, / Vossa, pois me suportais, / Vossa, pois me chamastes, / Vossa, pois me esperais, / Vossa pois não estou perdida, / Que quereis fazer de mim? 

Que quereis então, Senhor tão bom, / que faça tão vil servidor? / Que missão destes a este escravo pecador? 

Eis-me aqui, meu doce amor, / Meu doce amor, eis-me aqui. / Que quereis fazer de mim? / Eis o meu coração, / que coloco em Vossas mãos, / com o meu corpo, minha vida, minha alma, / minhas entranhas e todo o meu amor. / Doce Esposo, meu Redentor, / para ser Vossa, me ofereci, / que quereis fazer de mim? 

Dai-me a morte, dai-me a vida, / a saúde ou a doença / dai-me honra ou desonra / a guerra, ou a maior paz, / a fraqueza ou a paz plena, / a tudo isso, digo sim: / Que quereis fazer de mim? 

Dai-me riqueza ou pobreza, / consolação, desconsolo, / dai-me alegria ou tristeza / dai-me o inferno ou dai-me o céu, / vida doce, só sem véu, / pois toda eu me rendi.

Se quereis, dai-me oração; / Se não, dai-me o deserto, / Abundância e devoção, / se não quereis, a esterilidade. / Soberana Majestade, / Só encontro paz aqui. / Que querei fazer de mim?

Dai-me, pois, sabedoria / ou, por amor, ignorância. / Dai-me anos de abundância / ou de fome e carestia, / Dai-me trevas ou claro dia, / Revolvei-me aqui ou ali. / Que quereis fazer de mim?

Se quereis o meu descanso, / quero, por amor, descansar. / Se me mandais trabalhar, / quero morrer trabalhando. / Dizei-me, onde, como e quando? / Dizei-me, doce Amor, dizei-me. / Que quereis fazer de mim?

Dai-me Calvário ou Tabor, / deserto ou terra fértil / Que eu seja Job em sua dor / ou João que ao peito deita. / Seja vinha a mais estéril / ou frutuosa, se cumpre assim. / Que quereis fazer de mim?

Seja José posto em cadeias, / ou do Egipto chefe elevado / Quer David sofrendo penas / quer David rei exaltado / Seja Jonas naufragado / ou libertado dali. / Que quereis fazer de mim?

Quer me cale, quer fale, / faça fruto ou não o faça, / mostre a Lei a minha chaga / ou eu goze do doce Evangelho; / Quer eu sofra, quer me alegre, / Somente Vós em mim vivei. / Que querei fazer de mim?

Vossa sou, para Vós nasci, / Que quereis fazer de mim?

Santa Teresa de Jesus

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