Advento

– No Advento, o povo cristão revive o duplo movimento do espírito: por um lado, eleva o olhar rumo à meta final da sua peregrinação na história, que é a vinda gloriosa do Senhor Jesus; por outro, recordando com emoção o seu nascimento em Belém, inclina-se diante do Presépio. A esperança dos cristãos orienta-se para o futuro, mas permanece sempre bem arraigada num acontecimento do passado. Na plenitude dos tempos, o Filho de Deus nasceu da Virgem Maria: “Nasceu de uma mulher, submetido à lei”, como escreve o Apóstolo Paulo (Gl 4, 4) (Bento XVI, Angelus, 27 de Novembro de 2005 ).

– No Advento a liturgia repete-nos com frequência e garante-nos, quase que a vencer a nossa natural desconfiança, que Deus “vem”: vem para estar connosco, em qualquer situação; vem para habitar no meio de nós, para viver connosco e em nós; vem preencher as distâncias que nos dividem e nos separam; vem para nos reconciliar com Ele e entre nós. Vem à história da humanidade, bater à porta de cada homem e mulher de boa vontade, para dar aos indivíduos, às famílias e aos povos o dom da fraternidade, da concórdia e da paz. Por isso, o Advento é por excelência o tempo da esperança, no qual os crentes em Cristo são convidados a permanecer em expectativa vigilante e laboriosa, alimentada pela oração e pelo compromisso efectivo do amor. Que o aproximar-se do Natal de Cristo encha os corações de todos os cristãos de alegria, de serenidade e de paz! (Bento XVI, Angelus, 3 de Dezembro, 2006).

– Hoje começa o Advento, o tempo litúrgico que nos prepara para o Natal, convidando-nos a elevar o olhar e abrir o coração para receber Jesus. No Advento não vivemos unicamente a expectativa do Natal; somos convidados também a despertar a expectativa da vinda gloriosa de Cristo — quando, no fim dos tempos, Ele há-de voltar — preparando-nos para o encontro final com Ele, mediante escolhas coerentes e corajosas. Recordamos o Natal, esperamos a vinda gloriosa de Cristo e inclusive o nosso encontro pessoal: o dia em que o Senhor chamará. Durante estas quatro semanas, somos chamados a abandonar um modo de viver resignado e habitual, e a sair alimentando esperanças, nutrindo sonhos para um novo futuro (Papa Francisco, Angelus, 2 de Dezembro, 2018).